
13 DE MAIO DE 2013
O grupo de trabalho formado pelos estudantes Guilherme Trevisan Augusti, de 17 anos, João Paulo Marques, 17, Alexsander Diniz, 16, e Victor Hugo Avancini, 17, tem a (...)
O grupo de trabalho formado pelos estudantes Guilherme Trevisan Augusti, de 17 anos, João Paulo Marques, 17, Alexsander Diniz, 16, e Victor Hugo Avancini, 17, tem até o dia 17 de julho para apresentar uma resposta a uma demanda social verificada em Piracicaba. Mas a conversa que os jovens tiveram com o vereador João Manoel dos Santos (PTB), na tarde desta segunda-feira (13), adiantou, em muito, a tarefa.
Alunos do curso de Gestão e Negócios da unidade 2 do Senac, localizada na rua Benjamin Constant, os jovens precisavam identificar um problema na cidade e procurar um meio de amenizar seus efeitos na sociedade. Escolheram abordar a situação dos moradores de rua que vivem sob os dois viadutos próximos ao hipermercado Walmart, na Pauliceia.
E, para buscar auxílio na questão, marcaram uma conversa com João Manoel, que é morador do bairro ––assim como Guilherme e João Paulo. Do bate-papo informal, o grupo saiu não só com o agendamento de um encontro com a secretária municipal de Desenvolvimento Social para discutir diretamente ações para minimizar o problema, como também teve uma noção aprofundada da complexidade que é administrar a cidade.
Os estudantes vieram à reunião com João Manoel com duas perguntas previamente formuladas. Eles queriam saber se o vereador sabia da existência de moradores de rua vivendo debaixo dos dois viadutos e se tinha alguma sugestão para mudar tal situação. O presidente da Câmara contou aos jovens que passa pelo local diariamente e lembrou que o problema se arrasta há anos.
"Este problema é antigo. Vários prefeitos tentaram coibir aquilo, criando a Casa do Morador de Rua. Hoje mesmo, na hora em que fui almoçar, tinham pessoas lá. É temeroso passar por ali, ninguém anda a pé tranquilo por lá. A Prefeitura já fez, por várias vezes, tentativas de tirar o pessoal dali, mas, se tira, eles voltam novamente", comentou João Manoel.
"Sabemos que a saída é investir em emprego, educação e moradia, mas, às vezes, isso pode ser insuficiente, pois existem pessoas que, mesmo se fazendo tudo isso, vão continuar morando debaixo de ponte, invadindo áreas. Temos uma Casa do Morador de Rua, mas isso é suficiente? Mesmo sendo suficiente, vão ter sempre pessoas dessa Casa do Morador que vão dormir na rua, porque se acostumaram a dormir na rua", continuou o vereador.
João Manoel propôs aos estudantes discutir o assunto em uma conversa com a secretária municipal de Desenvolvimento Social, Eliete Nunes Secamilli. "Ela está bastante preocupada com essa questão social e, juntos, podemos ter um encaminhamento para a situação", disse o presidente da Câmara, que, por telefone, falou diretamente com Eliete, marcando a reunião da secretária com os estudantes para o próximo dia 27, às 14h.
Guilherme, João Paulo, Alexsander e Victor Hugo saíram do bate-papo com a expectativa de que a situação pode receber uma ação efetiva do Poder Público, apesar de terem consciência de que a solução não aparece "da noite para o dia". "A gente já imaginava isso, de que seria algo difícil", afirmou Guilherme.
O desejo de João Paulo, morador da Pauliceia, é de que o trabalho de seu grupo alcance resultados práticos. "Aquela situação sempre incomodou, porque eu inclusive já fui assaltado ali. Sempre passamos por aquele local e vemos a movimentação de moradores de rua e dependentes químicos. Agora, quisemos abordar esse assunto para tentar buscar uma solução." A resposta que o grupo conseguirá para o problema será mostrada ao público no dia 17 de julho, em apresentação a ser realizada no Senac.
"É gratificante ver jovens interessados pelos problemas sociais da cidade", avaliou João Manoel, ao término da conversa com os estudantes. "Isso traz um alento. Precisamos desenvolver esse espírito nos jovens, criar a consciência política, pois nossos projetos são inspirados pelos contatos e pelas sugestões da população. O poder e as leis emanam do povo; se nao for assim, perde-se o sentido", refletiu o vereador.
TEXTO: Ricardo Vasques / MTB 49.918
FOTO: Fabrice Desmonts / MTB 22.946