“O envelhecimento vai chegar e temos que nos cuidar desde sempre.” Essa é a recomendação de Elisangela Corte Real, assistente social e coordenadora do programa Universidade Aberta à Terceira Idade da Unimep. Ela falou sobre qualidade de vida na terceira idade em live do programa Parlamento Aberto, nesta segunda-feira (24).

Para a assistente social, qualidade de vida não é somente ter uma alimentação saudável e praticar exercícios físicos, mas fazer coisas que nos deem prazer. “O idoso precisa ter a sua qualidade de vida e a qualidade de vida é diferente para cada um”, afirmou.

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) prevê que, até 2050, a população de idosos no Brasil deva atingir 66 milhões de indivíduos. Em 2030, o número de pessoas acima de 60 anos superará o de crianças brasileiras. Com isso, a preocupação com a qualidade de vida na terceira idade tende a ser um tema recorrente nos próximos anos.

Interação social com a família e amigos, aprender coisas novas como a tocar um instrumento musical, uma outra língua, e participar de grupos, procurando estar sempre ativo, foram alternativas propostas por Elisangela Corte Real para que a pessoa idosa mantenha a qualidade de vida. “Quando a gente se cuida, a gente está empurrando as doenças mais para o final da vida”, disse. Para ela, o idoso ativo sabe superar melhor as dificuldades e acaba desenvolvendo doenças como o Mal de Alzheimer mais tarde.

Ter qualidade de vida na terceira idade também significa preservar a autonomia (tomar decisões) e a independência (praticar a ação) da pessoa idosa. Segundo a assistente social, a autonomia e a independência estão diretamente ligadas a atividades básicas da vida diária, como o autocuidado (se alimentar, se vestir, tomar banho) e as atividades instrumentais (gerenciar finanças, fazer compras, cozinhar, realizar tarefas domésticas). “A gerontologia defende muito isso, a autonomia e a independência da pessoa idosa, que é muito importante”, afirmou. E completou: “São atividades corriqueiras, mas que são muito importantes. Se a gente parar de ter essas atividades, vira um idoso inútil e a gente não quer isso.”

A depressão é uma doença frequente na terceira idade. Dados da Pesquisa Nacional de Saúde, do IBGE, apontam que pelo menos 10% de incidência de depressão está entre os idosos. Elisangela Corte Real destacou o papel da família para ajudar o idoso a sair dessa situação, pois é a “base de tudo”. Ela também orientou a procurar ajuda profissional como psicólogos e terapeutas, sair de casa, participar de grupos e conhecer pessoas novas, como caminhos para superar a doença que “não é fácil”. A assistente social relatou que existem idosos que procuram o programa da Unimep destinado à terceira idade porque querem sair da depressão. Segundo ela, o que mais conta é o relacionamento com o grupo, pois a pessoa que está em depressão acaba melhorando após começar a participar de uma comunidade ativa e com interação social.

A pandemia fez suspender o trabalho presencial do programa Universidade Aberta à Terceira Idade do campi Taquaral (Piracicaba) e Santa Bárbara d'Oeste. Antes da suspensão das atividades, o programa, direcionado a homens e mulheres acima de 50 anos, promovia atividades físicas, aulas abertas, palestras e workshops. Elisangela Corte Real informou que eles seguem interagindo via Whatsapp e ela procura passar orientações sobre a prevenção do coronavírus e também atividades que podem ser realizadas em casa.

Na live, ela deu dicas para que pessoas da terceira idade lidem melhor com a pandemia. “O que sugiro é que essas pessoas saiam da ociosidade, não fiquem só em frente à televisão, limpando a casa e procurem fazer outras coisas, aprender outras coisas, é um dos caminhos”, indicou.

ACESSE O CONTEÚDO

As lives do programa Parlamento Aberto são realizadas no perfil do Instagram, que pode ser acessado em @parlamento_aberto. As entrevistas também podem ser conferidas no canal do YouTube do Departamento de Comunicação da Câmara de Vereadores de Piracicaba e, ainda, no podcast produzido pela Rádio Câmara Web.

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