
13 DE ABRIL DE 2009
O vereador Ronaldo Moschini (PP), ocupou a Tribuna da Câmara, na reunião ordinária de hoje (13), para a leitura de publicação científica que registra o aumento de c (...)
O vereador Ronaldo Moschini (PP), ocupou a Tribuna da Câmara, na reunião ordinária de hoje (13), para a leitura de publicação científica que registra o aumento de casos de doenças coronárias que afetam as mulheres. "Elas sofrem mais", sintetizou o parlamentar ao discorrer sobre o diferencial fisiológico da mulher e o homem frente à incidência de doenças cardiovasculares.
Em artigo publicado pela Revista Associação Médica Brasileira, a consideração é que há algumas décadas, admitia-se que a doença arterial coronária era uma "doença do homem" e, assim, raramente se manifestava na mulher. Desse modo, os sintomas de precordialgia, que sugeririam o diagnóstico de doença coronária no homem, eram subestimados, se apresentados por uma mulher.
Os estudos de prevenção de doenças cardiovasculares e os ensaios clínicos com medicamentos excluíam e ainda hoje excluem as mulheres, ou elas constituem a minoria (em geral 10%). Os métodos diagnósticos para a doença coronária, não-invasivos e invasivos, são freqüentemente indicados na avaliação dos homens, mas menos na avaliação das mulheres.
Na atualidade, essa visão simplista da doença cardiovascular na mulher não mais se justifica. A cada ano, 2,5 milhões de mulheres norte-americanas são hospitalizadas por doença cardiovascular, 500.000 morrem e, destas, metade por doença arterial coronária1.
Desse modo, a doença coronária tornou-se a principal causa de morte no sexo feminino do mundo ocidental, maior que o câncer de útero, de mama ou mortes no parto.
A mudança do padrão de vida das mulheres talvez explique, em parte, a ocorrência de dados tão alarmantes: ao lado das responsabilidades tradicionais com a casa, filhos, marido e parentes idosos, as mulheres adquiriram as responsabilidades "do homem".
Trabalho fora do lar e necessidades financeiras decorrentes de abandono, divórcio e viuvez são exemplos disso. Ao mesmo tempo, as mulheres adquiriram "hábitos de homem": dietas irregulares e sem restrição de gorduras e carboidratos, fumo, álcool, falta de atividade física regular e de repouso adequado.
Um dos exemplos mais marcantes dessa situação é que, na última década, o declínio do tabagismo foi significativamente maior nos homens que nas mulheres, e, entre os adolescentes, as meninas fumam muito mais que os meninos.
Como conseqüência, as mulheres adquiriram múltiplos fatores de risco para a doença cardiovascular: obesidade, hipertensão arterial, dislipidemia, tabagismo e estresse emocional. Quando a doença cardiovascular se torna clinicamente manifesta na mulher, em geral dez anos após a menopausa2, ela coexiste com várias outras doenças, o que torna o seu prognóstico mais desfavorável.
Fonte: Revista Associação Médica Brasileira
Pesquisa e texto: Martim Vieira Mtb 21.939
Foto: Fabrice Desmonts Mtb 22.946