
31 DE OUTUBRO DE 2013
A pedido do vereador Gilmar Rotta, integrantes do Conselho Municipal de Saúde apresentaram diagnóstico em cinco regiões da cidade
Discussões deram início ao Fórum Regional Permanente de Saúde da Zona Rural
A criação do Fórum Regional Permanente de Saúde da Zona Rural em Piracicaba pautou a reunião na Câmara nesta quinta-feira (31), promovida pelo vereador Gilmar Rotta (PMDB) com representantes do Executivo, conselheiros, profissionais da área e moradores do campo.
"O intuito não é levantar os problemas e correr na prefeitura com cobranças, mas fazer que a saúde na nossa cidade avance da melhor forma possível", disse Gilmar Rotta, que solicitou o encontro por meio do requerimento 1012/2013. Os parlamentares Paulo Campos (PROS), José Aparecido Longatto (PSDB) e Paulo Camolesi (PV) acompanharam as discussões.
Na avaliação de José Eduardo da Fonseca, presidente do Conselho Municipal de Saúde, este é o início de uma ampla discussão. Ele lembrou que a saúde na zona rural possui especificidades. "Precisamos propor ações que sejam factíveis. Muitos problemas são antigos e não serão resolvidos da noite para o dia. Os estudos mostram que a saúde na zona rural é mais precária que na área urbana."
Limitações de acesso e qualidade dos serviços, a modernização conservadora da agricultura e seus riscos socioambientais e a redução de riscos decorrentes dos processos de trabalho ganharam destaque na abordagem de Fonseca, que classificou o investimento no Programa Saúde da Família como política pública elementar para a realidade desse público.
Três competências do conselho motivaram a criação de um grupo de trabalho para entender as questões nos bairros rurais: formular, estabelecer, controlar, acompanhar e avaliar a política da saúde; desenvolver propostas e ações que auxiliem a implementação do Sistema Único de Saúde; e incentivar a participação e o controle popular da sociedade civil.
Coordenado por Moisés Vitti, do bairro Santana, o grupo de trabalho na zona rural fez um diagnóstico preciso da realidade das PSFs (Programa Saúde da Família) e UBSs (Unidade Básica de Saúde) das regiões de Anhumas, Ártemis, Ibitiruna, Santana e Tupi. Vitti exibiu fotos e dados numéricos sobre cada caso.
Segundo levantamento apresentado pelo Conselho de Saúde, as cinco unidades compreendem população de 44,5 mil habitantes, com área de abrangência e influência em 68 bairros rurais. Para atender a demanda, a Secretaria de Saúde disponibiliza 42 profissionais, entre clínicos gerais, enfermeiros, dentistas, ginecologistas, técnicos em enfermagem, agentes e auxiliares.
PROBLEMAS COMUNS – Vitti expôs problemas comuns às unidades, que apresentam rachaduras e mofo nas paredes, infiltração, além de pinturas e telhados deteriorados. Faltam nos locais áreas acessíveis a deficientes, incluindo espaços comuns para circulação e banheiros. No PSF de Tupi, o sanitário para deficientes foi “readequado” e transformou-se em depósito.
No caso de Ibitiruna, a principal preocupação do conselho é sobre o despejo de esgoto na área externa da UBS, além de o funcionamento de uma unidade dos Correios no interior da unidade, em sala anexa, com entrada comum a funcionários da central de distribuição e profissionais da saúde.
Em Santana, desde 2002 a unidade básica compartilha duas salas com a Vivo. “Embora na época a empresa – então Telefônica – tenha investido recursos na reforma da UBS, as salas poderiam ser usadas para ampliar o atendimento no bairro”, destacou Vitti. Ao final da exposição, o conselheiro elencou questões pendentes em quatro setores: farmácia, recursos humanos, estrutura física e mobilidade.
O secretário da Saúde, Pedro Mello, classificou os dados apresentados por Vitti como um "verdadeiro dossiê". Ele disse que os desafios, físicos e humanos, demandam cautela e precisão do Executivo. O procedimento será, em muitos casos, a construção de novas unidades. Sobre os problemas de acessibilidade, Mello lembrou que na época em que as UBSs e PSFs foram construídas não havia legislação específica para o assunto.
"A prefeitura tem profissionais qualificados e que se desdobram. Temos que estabelecer metas a curto e médio prazos. Eu fico orgulhoso em saber que ninguém reclamou da qualidade do atendimento", disse Mello, que esteve acompanhado de Fabíola Machado, coordenadora da Atenção Básica, e Irineu Geraldo Muniz, médico nos bairros Ibitiruna e Anhumas.
Enfermeira supervisora da Atenção Básica e integrante do Conselho de Saúde, Luciana Maria Pavan disse que todos os problemas já foram avaliados com o acompanhamento de profissionais. Segundo ela, um relatório está sendo feito – em fase de finalização – e será entregue à Secretaria de Saúde.
O vereador Gilmar Rotta disse que todos os pontos expostos no encontro – seja pelos conselheiros ou por moradores que usaram a palavra – serão enviados ao secretário da Saúde, Pedro Mello. Novas reuniões serão agendadas pelo gabinete, destacou o parlamentar. No plenário Francisco Antônio Coelho estiveram lideranças dos bairros Anhumas, Ártemis, Ibitiruna, Santana, Tanquinho, Santa Olímpia, Água Bonita, Parque Orlanda e Piracicamirim.