Na noite de hoje (16/10), e pela segunda vez na semana, os comerciários de Piracicaba fizeram uma manifestação pelo centro da cidade que terminou na reunião ordinária da Câmara de Vereadores. Com a galeria do plenário lotada, em meio a faixas e gritos de protesto, desenrolou-se mais um capítulo da polêmica em torno do Projeto de Lei nº 008 de 2008, de autoria do vereador Ary Pedroso (PDT), que condiciona o funcionamento do comércio em domingos e feriados ao acordo entre patrões e empregados.

O presidente do Sindicato dos Empregados no Comércio, Antônio Roberto Previde, mais uma vez subiu à tribuna popular para pedir a aprovação do projeto, afirmando que os comerciários estão impedidos de negociar. "Sem a aprovação da lei, não podemos nem discutir", reclama.

Também representando a categoria, Márcia Cristina Carvalho usou a tribuna para dizer que "há muitas mulheres trabalhando no comércio e que elas precisam da folga de domingo para cuidar de casa e da família". Márcia destacou ainda que os comerciários já trabalham em datas comemorativas como Dia das Crianças e Natal e que "não cobram os patrões pelas duas horas a mais que passaram a trabalhar aos sábados", referindo-se à extensão do horário de fechamento do comércio das 12h para as 14h.

O vereador Ary Pedroso dirigiu-se aos seus pares para esclarecer dúvidas levantadas, segundo ele, "nos corredores da Casa de Leis". O parlamentar apresentou uma argumentação baseada na Constituição, em Lei Federal e na Lei Orgânica de Piracicaba para responder aos questionamentos sobre a legalidade e conformidade constitucional da propositura apresentada por ele. Mesmo assim, o adiamento da votação do Projeto de Lei foi pedido pelo vereador Walter Ferreira da Silva, o Pira (PPS), e aprovado pelo plenário, para que seja submetido a avaliação pelo Cepam (Centro de Estudos e Pesquisas de Administração Municipal).

Ademir Barbosa - MTb 54.006

Fotos: André Stênico