O vereador José Antonio Fernandes Paiva (PT) optou pela ironia ao comentar a possível aquisição, pela Prefeitura, de 20 pistolas de choque elétrico aos guardas civis municipais que trabalham em prontos-socorros e outros prédios públicos com grande circulação de pessoas.

"Piracicaba "felizmente" vai ter um choque na saúde. Foi anunciado na imprensa que a GCM comprou 20 armas de choque e estuda usá-las nos prontos-socorros de Piracicaba. São armas que disparam cargas elétricas e 100 cartuchos de lançamento de dardos energizados pelo custo de R$ 62 mil", comentou o vereador.

"Não façam isso com os guardas civis, pelo amor de Deus. Por que eles vão usar arma de choque contra quem? Contra o Pula-Catraca ou contra o paciente que está no pronto-socorro, desesperado, e vai falar alto. E o que vai acontecer? A reação vai ser automática. Como isso está em estudo, espero que reprovem urgentemente. A saúde não está precisando de arma de choque contra pacientes das unidades de saúde. Seria absurdo concretizar essa noticia", afirmou o parlamentar.

Na sequência de sua fala na tribuna, durante reunião ordinária na noite desta quinta-feira (23), Paiva fez críticas ao prefeito Gabriel Ferrato (PSDB) após ler o título de outra matéria publicada pela imprensa local, em que chefe do Executivo relaciona a lotação dos prontos-socorros da cidade a falhas na rede básica. "A gente tem que ter a característica da gente, essa é a que consolida. Quando um marqueteiro tenta transformar você em um produto político, e não num agente político de transformação, aí você tem o impacto de ser o que não é."

ÔNIBUS
Paiva também comentou o aumento da passagem do transporte público em São Paulo, que, a partir de 2 de junho, subirá de R$ 3 para R$ 3,20 ––menos que os R$ 3,40 previstos caso fosse feito o reajuste pela inflação acumulada no período. A Prefeitura da capital paulista é comandada por Fernando Haddad, do PT, mesmo partido de Paiva.

O vereador citou o líder do governo Gabriel Ferrato na Câmara, José Aparecido Longatto (PSDB), ao falar sobre o tema. "Eu venci a batalha, líder do governo. O senhor afirmou que São Paulo iria aumentar o valor da passagem, e eu falei que a presidente Dilma iria reduzir os encargos. Está aí: o PIS e o Cofins serão retirados", disse Paiva, em referência ao acordo entre os governos estadual e federal para conter a alta da tarifa.

"Quero ver agora se os empresários do transporte coletivo de Piracicaba e a Prefeitura vão repassar isso para o preço da passagem, porque vai reduzir na planilha de custos. Em São Paulo, a planilha apresentada pelas empresas, que era de R$ 3,40, poderá chegar a R$ 3,20, e não aos R$ 3,40 daqui de Piracicaba. Isso não foi discutido só com o prefeito do PT; o próprio governador bancou isso", observou o vereador.

TEXTO: Ricardo Vasques / MTB 49.918

FOTO: Fabrice Desmonts / MTB 22.946