
14 DE OUTUBRO DE 2011
O vereador Laércio Trevisan Júnior (PR) apresentou, na tribuna, a resposta enviada pelo Executivo a um requerimento em que o parlamentar solicitava informações sobr (...)
O vereador Laércio Trevisan Júnior (PR) apresentou, na tribuna, a resposta enviada pelo Executivo ao requerimento 412/2011, em que o parlamentar solicitava informações sobre o número de profissionais que atuam na rede pública de saúde de Piracicaba. De acordo com a administração municipal, o ano de 2011 registra, até o momento, a contratação de nove médicos plantonistas e o pedido de demissão de sete. "Esse é o nosso quadro dos médicos plantonistas, ou seja, dois médicos. Essa é a razão de o sistema público estar precário", lamentou o vereador em sua fala durante reunião ordinária na noite desta quinta-feira (13).
Na avaliação de Trevisan, os desligamentos têm a ver com os baixos salários pagos pelo Executivo aos profissionais. "Enquanto você paga R$ 800 para o plantonista da Prefeitura por um plantão de 12 horas, no particular, em aditamento, você paga R$ 1.310 a médicos recém-formados. É de se perguntar: por que não se valoriza o servidor público daqui, pagando melhor? Essa é a razão pela qual pedem demissão. Com isso, não se melhora o sistema de saúde pública e quem perde é a população."
Segundo o vereador, já em 2004 "o sistema público era precário". "Tanto que, naquela época, devido às cobranças que fizemos, aumentou para 31,7 por cento o Orçamento [da saúde] para 2005. Hoje, o Orçamento é de 23,7 por cento. É menos do que era. Os leitos eram 371; hoje, são 358", comparou Trevisan, ressaltando que, no período, a população do município aumentou em 14 mil habitantes.
Tendo nas mãos cópia de uma reportagem da EPTV sobre a saúde pública de Piracicaba, intitulada "Sem leito em hospitais, pacientes ficam improvisados em PA até 7 dias", Trevisan disse não ser possível defender que o setor melhorou. "A EPTV expôs o sistema de saúde de Piracicaba, relatando as condições. Constatou aquilo que eu já falei e demonstrei em fotos e vídeos. A situação continua igual. A saúde se encontra extremamente precária."
Trevisan também comentou a análise das contas da Prefeitura pelo Tribunal de Contas. "Um dos detalhes que eu achei engraçado foi a verba da saúde: estavam previstos 23,43 por cento e foram usados 18,01 por cento , ainda deixando saldo devedor para o começo de janeiro de 2009. Eu me sinto enganado duplamente. Quando os vereadores sobem aqui e falam que a verba dobrou, aí vou pesquisar e me deparo com esses dados, que são o inverso do que se falava", afirmou Trevisan, que criticou as prioridades da administração municipal. "Investe-se em obra, mas não se investe no social. Nós queremos que essa situação melhore."
GUARDA MIRIM
Na tribuna, Trevisan ainda falou sobre a inauguração da sede da Associação Guarda Mirim, ocorrida na última quarta-feira (12). Ele disse não ter entendido as críticas do prefeito Barjas Negri (PSDB) à oposição, feitas durante o evento. Além de Trevisan, o vereador José Antonio Fernandes Paiva (PT) também acompanhou a solenidade.
"Tanto eu quanto o Paiva temos um trabalho antigo na Guarda Mirim: eu, como diretor e como presidente de uma associação que trabalhava com as entidades, e o Paiva, como ex-guardinha e ex-presidente. O prefeito teceu não só criticas, como também falou que, quando ele assumiu, pegou a Prefeitura quebrada, endividada. Não é verdade. Quando o professor Humberto de Campos, uma pessoa íntegra, assumiu a Prefeitura em 1997, esse, sim, pegou um pepino de mais de R$ 50 milhões de dívidas. Não é o momento, numa inauguração tão bonita, de se atacar um e outro ou se elogiar um e outro", disse Trevisan, que listou as ações que fez em benefício da Guarda Mirim, como as emendas ao Orçamento apresentadas em 2005 e em 2010.
TEXTO: Ricardo Vasques / MTB 49.918
FOTO: Fabrice Desmonts / MTB 22.946