
26 DE AGOSTO DE 2011
O vereador José Antonio Fernandes Paiva (PT), ao fazer uso da Tribuna na Reunião Ordinária desta quinta-feira (25/08), falou do Projeto de Lei 146/11 de sua autoria (...)
O vereador José Antonio Fernandes Paiva (PT), ao fazer uso da Tribuna na Reunião Ordinária desta quinta-feira (25/08), falou do Projeto de Lei 146/11 de sua autoria que denomina de Antonio Lorival Spadoto- Totinho, a rua dois do Loteamento Residencial Altos do Taquaral e deixou claro que é uma propositura que todos os vereadores gostariam de apresentar, mas por direito só pode ser apresentada por um parlamentar.
“Tenho a convicção que a partir de hoje não será mais iniciativa de apenas um vereador, mas da Câmara de Vereadores de Piracicaba que representa um conjunto de 400 mil habitantes e 240 mil eleitores, que estará fazendo uma homenagem que queríamos fazer lá na esquina da rua Silva Jardim com Moraes Barros e em vida. Mas Deus reserva para gente momentos que muitas vezes nem nós entendemos”, disse o vereador.
Paiva pediu aos amigos do homenageado presentes no Plenário, para que na hora da votação do Projeto de Lei, que vibrassem pelo que ele significou para cada um dos amigos e familiares e disse que quando as ações em vida se eternizam é motivo de orgulho de ter sido amigos de pessoas como Totinho.
O homenageado nasceu no antigo distrito de Saltinho e mudou-se para o bairro Alto ainda criança, onde viveu a maior parte de sua vida e conquistou muitos amigos com seu jeito comunicativo e espírito de liderança.
Iniciou sua carreira de jogador de futebol no E. C. Paulistano da cidade alta, ganhando destaque no campeonato amador piracicabano da época, onde também defendeu o “Palmeirinhas”, sendo considerado um dos principais ponta-esquerda do final da década de sessenta em Piracicaba.
Totinho chegou a se profissionalizar, atuando em alguns jogos do extinto clube Grão São João de Limeira, mas teve que abandonar a carreira precocemente devido a uma contusão no joelho, passando a treinar as categorias de base do Paulistano e mais tarde a organizar e arbitrar jogos dos campeonatos de futebol social em diversos clubes da cidade.
O ponta-esquerda do Palmeirinhas da Cidade Alta, tinha vários codinomes como “Seo Tote”, “Cabeção” para os colegas do E.C. Paulistano e para os amigos da Sapucaia, “Totinho” da Cinderela, do Bela Vista Nauti clube, do Ítalo-Brasileiro, do Cristóvão Colombo.
Foi trabalhando no comércio e militando no esporte que Totinho conquistou a simpatia de centenas de amigos, que certamente guardam em suas memórias boas lembranças desse grande amigo que deixou muita saudade.
O vereador encerrou sua fala com um texto sobre Antonio Lorival Spadoto, o “TOTINHO”, escrito por Rubens Santana de Arruda Leme
É sete de maio de 2011, sábado, manhã radiante de outono, céu de brigadeiro, dia festivo para Piracicaba, afinal no início da noite o nosso “Quinzão decide com o Guarani, de Campinas, o título campeonato da segunda divisão da Federação Paulista de Futebol (FPF). Acabo de pular da cama e começo minhas orações diante da imagem da minha santa padroeira, Nossa Senhora Aparecida, quando recebo um telefonema comunicando-me o falecimento do nosso grande amigo, Antonio Lorival Spadotto, o querido Totinho da Cinderela, do Bela Vista Nauti Clube, do Ítalo-Brasileiro, do Cristóvão Colombo, ponta-esquerda do Palmeirinhas da Cidade Alta, o “Seo Tote”, “O cabeção” para os colegas do E.C. Paulistano e para os amigos da Sapucaia, entre outros codinomes que marcaram a passagem dessa criatura insubstituível pelo planeta terra.
Totinho, pai de família, profissional e amigo exemplar, era também um grande amante do futebol e na juventude, não fosse uma contusão no joelho, tinha tudo para ser um ponta-esquerda (naquele tempo tinha ponta esquerda, agora é ala....) das grandes equipes Brasileiras.
Emblematicamente, nosso velho companheiro faleceu no mesmo dia em que o nosso “Quinzão” conquistou o título da segunda divisão do Campeonato Paulista. Certamente, Totinho, recém chegado ao céu, deve ter comemorado a vitória juntamente com seus amigos que também já se foram, e com os quais ele conviveu no comércio piracicabano, na lendária rua Governador, no Bela Vista, no Ítalo, no Cristóvão, no Paulistano, na confraria da Sapucaia, no Bar do Roque, do Mengatto e em tantos outros bares da vida (não sejamos hipócritas, é nos bares e similares que a maioria dos brasileiros encontra o seu abrigo, uma palavra amiga, a descontração para a dura batalha do dia a dia, curte as recordações, afoga as suas mágoas, fala de futebol- é a nossa cultura) onde Totinho, com a sua verve, levava a alegria e a confraternização. Obrigado “seo Tote”, já deixou saudades.
Nos últimos 30 anos, como diria nosso amigo “Rocão do Correio”, o Jamelão da Sapucaia, vivemos momentos inesquecíveis com o “seo Tote”, em especial no “nosso cantinho” da rua Silva Jardim esquina com a Moraes Barros, ponto de encontro das nossas alegrias, das nossas tristezas, fiel depositário das nossas inspirações. O tempo no seu inexorável caminhar, aos poucos vai fechando as cortinas desse nosso palco, onde vivemos cenas memoráveis do espetáculo da vida, mas o show tem que continuar. A fé nos dá a esperança de que um dia nos encontraremos todos, em alguma esquina do maravilhoso “condomínio do senhor” e lá relembraremos os dias felizes que juntos vivemos aqui na terra. Enquanto isso aqui “embaixo”, nossos filhos (as) netos (as), quem sabe num Centro Cultural com o qual tanto sonhamos, edificado em nosso tradicional ponto de encontro, estarão dando continuidade e esta linda história de convivência entre amigos, da qual Totinho foi um dos principais protagonistas. Adriano, Flavião, Mayara, Claudia (do Zé Beto e do Marquinhos), Ricardo, Danilo, Deivide, Lara, Lucas (do Laércio, do Jurinha, do Gisleno), Luide, Rafael (do Noi e do Waguininho), Camila, Bruno, Yara, Davi, Tiago... breve passaremos os bastões para as suas mãos, porque vocês serão nós amanhã.
Patrícia Sant’Ana Amancio _ MTb: 24.154
Foto: Fabrice Desmonts _ MTb: 22.946