
06 DE SETEMBRO DE 2011
"Com a experiência que tenho com 52 anos, acho que o investimento em aluguel é muito menos próspero que o investimento em espaço público próprio", disse o vereador (...)
O vereador José Antonio Fernandes Paiva (PT) usou a tribuna para esclarecer sua posição no debate sobre a viabilidade de o prédio onde funcionava o hospital da Unimed, na avenida Carlos Botelho, ser alugado por cerca de R$ 100 mil mensais pelo município para aumentar a oferta de leitos na rede pública de saúde. Paiva contou que, durante a administração Adilson Maluf (1983-1988), chegou a propor a transformação do então Hospital Gimenez em um hospital voltado para os trabalhadores, mas não houve acordo.
"A proposta veio de novo [para o debate], a resposta do Executivo foi contrária e não cabe ao vereador fazer essa iniciativa, porque nós não podemos propor ações que gerem despesas", explicou. Paiva fez o esclarecimento para que não se passasse, às pessoas que acompanhavam a reunião ordinária, a impressão de que "aqueles que contestaram o interesse do grupo representado pelo dr. Nelson Gimenez fossem pessoas a favor da morte ou contra a saúde pública". "É impossível que um vereador desta Casa seja contra a saúde pública. Ninguém entende com menosprezo a questão que a saúde tem no município", reforçou.
Paiva disse que a discussão em torno da ideia serviu para deixar "satisfeito" o proprietário do imóvel, já que foi feita "de graça a propaganda que [o dono] precisava para o empreendimento dele". Para o vereador, seria melhor ao município destinar anualmente R$ 1,2 milhão à manutenção do futuro Hospital Regional do que gastar o mesmo valor na locação do prédio onde funcionava o hospital da Unimed.
"Com a experiência que tenho com 52 anos, acho que o investimento em aluguel é muito menos próspero que o investimento em espaço público próprio. Os bancos estão vendendo seus imóveis e fazendo um processo de capitalização. Se é boa a capitalização para o sistema financeiro, vai ser boa para a saúde?", questionou o vereador, que destacou a importância, para salvar vidas, do tratamento humanizado, focado no fortalecimento do intelecto e do equilíbrio emocional.
TEXTO: Ricardo Vasques / MTB 49.918
FOTO: Gustavo Annunciato / MTB 58.557