
15 DE FEVEREIRO DE 2013
O vereador José Antonio Fernandes Paiva (PT) usou a tribuna da Câmara de Vereadores de Piracicaba, durante a reunião ordinária desta quinta-feira, 14, para criticar (...)
O vereador José Antonio Fernandes Paiva (PT) usou a tribuna da Câmara de Vereadores de Piracicaba, durante a reunião ordinária desta quinta-feira, 14, para criticar a gestão da rede municipal de saúde. “Não falta dinheiro”, disse ele, “mas falta gestão das pessoas”, acrescentou. O vereador mirou as críticas no ex-prefeito Barjas Negri, ex-ministro da Saúde no governo do presidente Fernando Henrique Cardoso. “Como pode o ex-prefeito ter deixado este legado negativo?!”, questionou.
Paiva utilizou de reportagens publicadas na imprensa local a respeito do déficit de médicos na rede municipal. “O próprio secretário (de Saúde, Beto Pianelli) confirma que faltam 100 profissionais, enquanto a Prefeitura anuncia contratação de 58”, disse, fazendo um paralelo com outras obras. “Oras, é a mesma coisa que precisar de uma ponte de 100 metros, mas fazer apenas uma de 50 metros, você não atende aquilo que é necessário”, disse, criticando que, na política da administração do PSDB, “dinheiro para construir ponte e fazer aditamentos sempre há, mas não para investir na saúde”.
Ele também criticou a decisão da Secretaria Municipal de Saúde enviar um ofício ao Ministério da Saúde questionando a verba para o Hospital Regional – a expectativa é que, após a construção, o governo federal invista no mobiliário da unidade. Mas o vereador Paiva contesta a maneira como a administração municipal conduz a questão. “Não é assim que se faz (por ofício), tem que cadastrar no sistema de convênios um projeto, e isso não existe, não tem projeto para verba alocada aqui”, disparou.
Outro aspecto apontado pelo vereador, como indicativo de “caos na rede de saúde”, é a quantidade de proposituras protocoladas na Câmara de Vereadores de Piracicaba com pedidos de melhoria na saúde pública. Segundo as contas de Paiva, foram 35 proposituras, de 16 vereadores, sendo que a maioria (83 por cento ) são de parlamentares da base de apoio à administração municipal. “Apenas 17 por cento representa a oposição”, destacou, lembrando que foram 26 indicações, oito requerimentos e um projeto de decreto.
“O que o Barjas (Negri, ex-prefeito) deixou aqui não está bom. Neste sentido é que eu acho que precisamos, a exemplo do que apontaram os demais parlamentares, discutir os números. Queremos transparência para discutir estes problemas. Não acho que o problema do país seja a carga tributária, é preciso ter mais afinco nos problemas de Piracicaba”, disse, lembrando que o lema da Agenda 21, da qual a cidade é signatária, é “pensar globalmente e agir localmente”. “O problema está aqui, sim!”, acrescentou.
O vereador José Antonio Fernandes Paiva citou casos que considera de negligência, “como o de um senhor de 82 anos que precisou esperar quatro horas por atendimento em uma unidade de Saúde”. Paiva procurou apontar o apoio do governo federal à rede de Piracicaba, “só neste ano foram liberados R$ 8 milhões para serem investidos na Saúde da cidade”, disse. Para finalizar, voltou a citar o ex-prefeito Barjas Negri. “Ele, que era ministro da Saúde, não fez uma gestão que priorizasse o ser humano”, finalizou.
Texto: Erich Vallim Vicente MTb 40.337
Foto: Emerson Pigosso MTb 36.356