O vereador José Antonio Fernandes Paiva (PT) elogiou o secretário estadual de Emprego e Relações do Trabalho, Davi Zaia (PPS), por colocar à disposição de Piracicaba o curso gratuito para formação de motofretistas, o qual será obrigatório para o exercício da profissão a partir de 2012. A intenção foi revelada ao parlamentar em encontro entre os dois em São Paulo ––assim como Paiva, Zaia também é ligado ao Sindicato dos Bancários.

Quem se interessar em fazer o curso pode contatar o gabinete do vereador para obter mais informações. Serão abertas 210 vagas e as aulas serão realizadas na unidade do Sest/Senat de Piracicaba. O curso, voltado a motociclistas que fazem entregas de mercadorias, terá início assim que se formarem as turmas.

Para se inscrever, a pessoa deve ter no mínimo 21 anos de idade e estar habilitada há pelo menos 2 anos na categoria A. O condutor também não pode estar com a CNH cassada em decorrência de crime de trânsito, nem estar cumprindo pena de suspensão do direito de dirigir, nem estar impedido judicialmente de exercer seus direitos. No ato de inscrição, é necessário apresentar uma foto (2x2cm colorida) recente, cópia simples da CNH ampliada em 30 por cento e certidão original do prontuário do Detran.

"Registro positivamente a ação da Secretaria de Emprego e Relações do Trabalho de oferecer a Piracicaba esse curso gratuito através do sistema Sest/Senat e, mais ainda, o compromisso do secretário Davi Zaia de abrir uma linha de crédito do Banco do Povo para os motofretistas poderem adequar suas motos de trabalho à exigência da lei para operarem a partir de 2012", comentou Paiva, ao usar a tribuna em reunião ordinária na noite desta segunda-feira (7).

CONSCIÊNCIA NEGRA
O vereador também falou sobre os atos, em Piracicaba, que antecedem a comemoração do Dia da Consciência Negra. Para a próxima quinta-feira (10), está confirmada a ida de duas pessoas à Tribuna Popular da Câmara para falar sobre a origem da data e os motivos que levaram o legislativo piracicabano a aprovar a lei de cotas.

Na sexta-feira (11), às 10 horas, um ato público com a participação de lideranças locais e regionais será realizado na praça José Bonifácio para debater como será a programação até o feriado do dia 20 de novembro. No mesmo dia, à tarde, o anfiteatro do Sindicato dos Bancários terá a exibição do filme "A Revolta da Chibata", às 14 horas, seguido de um debate sobre a condição da população negra em Piracicaba, no Estado e no Brasil.

Paiva pediu para que as empresas e os trabalhadores não ignorem o Dia da Consciência Negra. "Apelo para que as categorias não negociem em seus acordos coletivos flexibilizar o feriado de 20 de novembro, porque não se flexibiliza nenhuma outra data", salientou.

PRESÍDIO
Na tribuna, Paiva ainda repercutiu reportagem veiculada no último dia 6 pelo "Jornal de Piracicaba", segundo a qual oito empresas disputam contrato milionário para a construção da nova penitenciária do município. "A primeira ideia da construção da penitenciária versava em torno de R$ 29 milhões. Depois, o governo do Estado disse que o valor máximo que poderia ser apresentado para a construção era de R$ 45 milhões. A empresa vencedora, que apresentou o melhor preço, apresentou 35 milhões. A cotação que o governo estipula é superfaturada com relação ao que as empresas dizem que é necessário. As próprias empresas, no seu preço máximo, constataram que o governo do Estado superestimou o valor a ser investido na construção do presídio", criticou o vereador.

Paiva disse que a instalação de uma segunda penitenciária na cidade "não é apenas uma política partidária, mas uma política de Estado, de município". "Àqueles que fizerem vistas grossas para a instalação dessa unidade penitenciária, recebendo de boca calada esse empreendimento marginal, o futuro dirá se acertaram ou erraram do ponto de vista de sua benevolência e omissão", comentou o vereador. Paiva citou o deputado estadual Roberto Morais (PPS), o deputado federal Antonio Carlos de Mendes Thame (PSDB-SP) e o prefeito Barjas Negri (PSDB) ao afirmar não ser possível "que políticos de bem, que têm acesso ao governador Geraldo Alckmin", não atuem para transferir o presídio para outra localização mais apropriada.

TEXTO: Ricardo Vasques / MTB 49.918

FOTO: Fabrice Desmonts / MTB 22.946