O Conespi (Conselho das Entidades Sindicais de Piracicaba), integrado pelo vereador José Antonio Fernandes Paiva (PT), na condição de diretor de Comunicação, recebeu na manhã de ontem (3) o prefeito Barjas Negri (PSDB), com a finalidade de debater medidas em defesa do emprego em Piracicaba.

O encontro aconteceu no Sindicato dos Bancários de Piracicaba e Região, na rua XV de Novembro, 549, às 9h. Na discussão do "pacote anticrise", o prefeito Barjas Negri anunciou a implementação de medidas que devem gerar pelo menos 2.000 empregos, como investimento em obras para este ano, de aproximadamente R$ 50 milhões, em setores-chaves como a construção civil e promoção de políticas compensatórias para o trabalhador demitido, após o fim do recebimento do seguro desemprego.

"Temos de manter o nível de investimento, respondendo a essas questões e gerando alternativas à crise", disse o prefeito sobre o "pacote antecrise" discutido com representantes de 22 sindicatos da cidade. Barjas também reafirmou a disposição da Prefeitura na atuação de outras áreas como a de saúde e educação. "Quando o trabalhador perde o emprego, tira o filho da escola particular e vai para a escola pública. Então temos de continar pensando nessa área. Para este ano, já estamos investindo R$ 1 milhão em creche e com a criação de 4.000 vagas", afirmou.

Barjas também destacou como metas auxiliar o trabalhador desempregado com o fornecimento de cestas básicas, isenções de IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano) e aumentar a capacidade de investimento dos Bancos Social e do Povo.

O vereador e sindicalista, José Antonio Fernandes Paiva abordou o caso da Hyundai e o "balde de água fria" que representou a decisão de a montadora coreana adiar a implantação da fábrica em Piracicaba. "A empresa decidiu adiar em um ano o início da construção, por conta das dificuldades do mercado internacional. A fábrica iria começar em 2011, mas agora passou para 2012", respondeu o prefeito.

O presidente do Conespi, Francisco Pinto Filho afirmou  que o encontro gerou uma agenda positiva de trabalho, que deverá contribuir para a geração de empregos.

O vereador Paiva informou que os sindicatos se comprometeram a discutir com a Caixa Econômica Federal a liberação de recursos já aprovados em convênios entre o governo federal e a prefeitura. Barjas aproveitou a reunião para anunciar medidas como o convênio com a CDHU (Companhia de Desenvolvimento Habitacional Urbano) para a construção de 600 novas moradias na cidade este ano - 540 apartamentos na região de Santa Terezinha e 150 casas no São Jorge.

CONESPI

No último dia 22, o presidente do Conespi, entregou ao prefeito Barjas documento denominado "Enfrentar a Crise e Avançar Rumo ao Desenvolvimento". O documento foi elaborado no dia 19, em reunião da entidade, que está preocupada com os "ataques que se tem feito ao emprego, usando como cortina de fumaça a crise mundial".

"O Conespi, que representa mais de 100 mil trabalhadores da ativa e aposentados, de 22 sindicatos, está preocupado que setores da economia utilizem essa chamada crise como pretexto para demitir. Todos os setores da economia tiveram lucro no ano passado e, conseqüentemente, têm muita ‘gordura’ para queimar. Por isso, o Conespi não aceita demissões. Temos que aprofundar as discussões", diz o presidente Francisco Pinto Filho.

Neste encontro com o prefeito Barjas Negri, o Conespi, como explica o seu secretário de Comunicação, o vereador José Antonio Fernandes Paiva (PT), que também é presidente do Sindicato dos Bancários de Piracicaba e Região, pretende aprofundar as discussões sobre o tema. "Queremos discutir com o chefe do Executivo o que o município poderá fazer para enfrentarmos toda esta situação, que tem deixado muitos trabalhadores com medo de perder o emprego", diz.

Segundo ele, inicialmente, o Conespi tem a intenção de propor ao prefeito medidas que possam ser adotadas no município como forma de se precaver contra a chamada crise econômica. No documento, com mais de três páginas, já entregue ao prefeito, o Conespi aborda medidas possíveis em nível nacional e sugere diversas ações locais, entre elas, o cadastramento dos trabalhadores desempregados; levantamento da demanda por qualificação e requalificação profissional; promoção de ações de qualificação profissional; atendimento emergencial de combate à fome ­ com fornecimento de cestas básicas; isenção de taxas de água e energia; concessão de vale-transporte para os trabalhadores que estiverem na busca de um novo emprego; identificação das empresas promotoras do desemprego que receberam incentivos fiscais nos últimos quatro anos.

Para o desenvolvimento dessas ações, o Conespi sugere que sejam investidos R$ 3,235 mil, sendo R$ 800 mil da Secretaria de Desenvolvimento Social; R$ 435 mil que foram devolvidos pela Câmara de Vereadores e R$ 2 milhões da prefeitura. "Não podemos esquecer que são os trabalhadores as verdadeiras vítimas desta crise. Não são eles os que devem pagar o ônus através da perda ou redução dos seus direitos trabalhistas, seus empregos e seus salários", diz trecho do documento, em que o Conespi repele toda e qualquer proposta que venha a reduzir conquistas e salários.

De acordo com o presidente do Conespi, todas as medidas propostas compõem um plano coerente de expansão da demanda agregada, em substituição à retração que se observa no setor produtivo, sem descuidar da necessária expansão da capacidade de oferta de bens e da oferta de divisas necessárias para não afogar o crescimento no recrudescimento inflacionário. Segundo ele, ao mesmo tempo, as medidas emergenciais visam a defender os direitos trabalhistas, o emprego e o salário.

Foto e pesquisa: Martim Vieira Mtb 21.939
Fontes: Jornal de Piracicaba/A Tribuna Piracicabana/Gazeta de Piracicaba