
25 DE JUNHO DE 2018
Palestrante Osmar Ventris diz que primeiramente é importante saber a causa de um vício e sempre evitar julgamentos
Encontro ocorreu na manhã desta segunda-feira, no andar térreo do prédio anexo da Câmara
Ocorreu na manhã desta segunda-feira (25) o segundo encontro da oficina Consequências quanto ao uso de drogas, ministrada pelo palestrante Osmar Ventris, oferecida pela Escola do Legislativo da Câmara de Vereadores de Piracicaba.
A vereadora Nancy Thame (PSDB) fez a abertura da oficina e disse sobre a importância dos deveres dos cidadãos. "O dever de fazer o que nos leva ao príncipio, nos faz dormir tranquilos", comentou. Ela também destacou a força que o Legislativo pode ter, caso esteja apto a ouvir os anseios sociais.
Ao iniciar a palestra, Osmar Ventris questionou os participantes sobre os casos envolvendo drogas que já presenciaram em suas áreas e obteve respostas como pais que não suportam os filhos, o ato de experimentar algo que faz mal à saúde, a impotência para resolver o caso e o fato de o viciado se tornar o centro da família. A partir destas considerações, Ventris conduziu a oficina.
“A droga está presente em nossas vidas diretamente ou indiretamente”, iniciou o palestrante. Com isso, apresentou a força do julgamento. “Devemos julgar menos. ‘Fulano não sai das drogas, porque não quer.’ Não é assim que funciona”, comentou, ressaltando a importância de antes saber a causa que levou o viciado a este ponto.
O advogado contou que todos nós temos uma solução para tentar resolver o problema de drogas, mas estamos diante de algo que não é tão simples de solucionar. O máximo que podemos fazer é facilitar para o viciado.
Ventris apresentou um vídeo com o depoimento de um ex-usuário de crack que morou na Cracolândia, em São Paulo, em que ele narra sua trajetória, como funciona a mente de um viciado, as vendas e as cenas de estupro presenciadas. O palestrante afirmou que não temos controle do que acontece, que a droga não tem cura, apenas existem aquelas pessoas que sabem a administrar.
Ele ressalta o tempo todo o nosso papel nesses casos e que sempre quem recebe o tratamento são os usuários, sendo que na verdade a família também precisa receber, pois é a que mais sofre.
Na sequência, apresentou aos alunos um vídeo do médico Drauzio Varella, na qual ele explicou as consequências do crack, cigarros e como as pessoas podem superar esses vícios e que todos podem conseguir. O vídeo trouxe ainda casos de meninas grávidas na Cracolândia e como o Conselho Tutelar decide o que acontecerá com a criança. No vídeo, o médico relata que o pior problema está na falta de planejamento em famílias pobres, que costumam ter de quatro a cinco filhos, e relata que a classe E corresponde a 48% da natalidade de todo o país, uma classe Z comparada a outros países.