O acompanhamento das pessoas portadoras de traço falciforme, doença falciforme, talassemia ou hemoglobinopatias em geral pode ganhar um reforço importante 15 anos depois da entrada em vigor da lei municipal 4.509/1998, do vereador João Manoel dos Santos (PTB), que tornou obrigatória, em Piracicaba, a assistência integral nesses casos.

Em audiência pública realizada no plenário da Câmara, na noite desta terça-feira (12), o secretário municipal de Saúde, Pedro Mello, comprometeu-se a viabilizar a montagem de um ambulatório de hemoglobinopatia, no qual atuaria uma equipe multidisciplinar formada por médico hematologista, psicólogo, fisioterapeuta, pediatra e assistente social.

Essa equipe, além de prestar atendimento às pessoas com anemia falciforme ou talassemia, também seria responsável pelo treinamento de profissionais das outras unidades de saúde do município, a fim de dar condições para que elas tenham protocolos de atendimento para esses pacientes.

Pedro Mello também manifestou a intenção de distribuir folhetos informativos e promover campanhas que alertem sobre essas doenças ––o que pode motivar a realização de uma semana de conscientização na cidade, provavelmente em novembro, próximo ao Dia da Consciência Negra, já que a incidência da anemia falciforme é maior em afrodescendentes.

Uma nova reunião, no primeiro semestre de 2014, deve ser realizada na Câmara para avaliar a implantação dessas medidas. Pedro Mello disse que começará a tratar do assunto já nesta quarta-feira. "Saio daqui com esse compromisso, para que possamos executá-lo dentro de um curto espaço de tempo", afirmou o secretário de Saúde, que foi aplaudido ao final do encontro por representantes de movimentos negros que participaram da discussão.

João Manoel destacou a "disposição" de Pedro Mello em ampliar o atendimento das pessoas com anemia falciforme em Piracicaba. "Foi positiva a reunião, com muitas informações importantes. Saímos daqui com o comprometimento do secretário em buscar a criação do ambulatório. Ele tem todo o apoio desta Casa", afirmou o presidente da Câmara.

Além de João Manoel, Pedro Mello e representantes de movimentos negros, participaram da audiência pública os médicos Lineu Cardoso e Jordana Torre Regazzo Fuzato.