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12 DE AGOSTO DE 2020

Mulheres conseguem menos capital de investimentos que os homens


Em live do Parlamento Aberto, economista apontou desafios da representatividade das mulheres no mercado de trabalho



EM PIRACICABA (SP)  

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Itali Collini é empreendedora, graduada em Economia pela USP







Os estereótipos de gênero que afetam as mulheres no mercado de trabalho e a menor quantidade de capital investido em empreendimentos liderados por mulheres foram abordados pela economista e empreendedora Itali Collini, convidada da live desta terça-feira (11), na semana temática do programa Parlamento Aberto sobre os desafios da representatividade das mulheres.

Itali Collini trabalha com startups de tecnologia e é diretora de operação da 500 Startups Brasil, uma das maiores aceleradoras do Vale do Silício. Ela aponta que existe uma desigualdade de gêneros muito clara no ecossistema de statups e um dos motivos é que as mulheres acessam bem menos capital de investimentos que os homens. Ela informou que no setor em que ela atua só 2% do valor total investido no mundo foi para empresas lideradas por mulheres.

Dentre os motivos que causam esse baixo investimento, a economista destaca os vieses de gênero, conceitos que as pessoas têm e que foram moldados ao longo da vida. Segundo ela, esses conceitos estão cravados no nosso inconsciente e isso reflete nos estereótipos relacionados às mulheres, como por exemplo, de que elas são melhores cuidadoras por serem mães ou que determinadas profissões são mais adequadas para elas. “As regras a gente muda na canetada, a cultura não”, afirmou a empreendedora que durante a live também deu exemplos de como os estereótipos de gênero refletem no mercado de trabalho na hora de avaliar, promover e contratar mulheres.

Ao comparar o “ecossistema de startups” com a “economia real”, Itali Collini enxerga “um problema de gênero grave” que é a falta de representatividade das mulheres, entretanto, ela vê uma maior proporção de mulheres na economia real porque nesse tipo de economia muitas vezes não precisa tanto de tecnologia como nas startups com que ela trabalha. A empreendedora salientou, no entanto, que essa proporção maior não significa que as mulheres tem facilidade de acessar crédito ou conseguir um empréstimo no banco. “Entre economia de startup e economia real a diferença está mais na proporção do quanto a gente está presente, mas a diferença salarial e de acesso ao capital para fazer crescer o negócio são bem parecidas nos dois meios” explicou.

Para mudar esse quadro de falta de representatividade, a economista e empreendedora sugeriu realizar um “esforço ativo” em pequenas coisas do dia a dia. Seguir mulheres empreendedoras e investidoras que estão fazendo um bom trabalho nos seus setores e entender como elas trabalham, ler livros escritos por mulheres e comprar de mulheres que empreendem são exemplos de “pequenas coisas” sugeridas pela convidada que fazem cada um ter mais acesso a visões femininas e ao modelo de liderança que as mulheres podem trazer para o mundo.

A ENTREVISTADA - Empreendedora, graduada em Economia pela USP. Itali é co-fundadora do Genera - Núcleo de Pesquisa de Gênero e Raça da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da USP, e sócia da Incluser - startup que aborda diversidade no mercado de trabalho. Com pesquisas e palestras sobre mulheres no mercado financeiro, foi considerada uma das Mulheres Inspiradoras de 2014, pela ONG Think Olga, além de finalista do prêmio McKinsey Next Generation Women Leaders Award 2017. Atualmente, é diretora de operação da 500 Startups Brasil, uma das maiores aceleradoras do Vale do Silício.  

MULHER - O Parlamento Aberto exibe, até sexta-feira (14), uma série de lives em seu perfil no Instagram voltadas para estimular a reflexão sobre os desafios da mulher na luta por representatividade e a formação crítica frente às pautas feministas e suas interseções na contemporaneidade. Acompanhe a programação

ACESSE O CONTEÚDO - As lives do programa Parlamento Aberto são realizadas no perfil do Instagram, que pode ser acessado em @parlamento_aberto. As entrevistas também podem ser conferidas no canal do YouTube do Departamento de Comunicação da Câmara de Vereadores de Piracicaba e, ainda, no podcast produzido pela Rádio Câmara Web. Para receber as informações do Parlamento Aberto direto no celular, cadastre-se na lista de transmissão do Whatsapp, neste link.



Texto:  Daniela Teixeira - MTB 61.891


Mulher Parlamento Aberto

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