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13 DE FEVEREIRO DE 2014

Mostra Detrás das Máscaras celebra a alegria e as cores do Carnaval


Artista baiano radicado na capital expõe na Câmara 10 telas com cores quentes e vibrantes



EM PIRACICABA (SP)  

Foto: Suelen Faria (1 de 4) Salvar imagem em alta resolução

João di Souza expõe pela primeira vez em Piracicaba

João di Souza expõe pela primeira vez em Piracicaba
Foto: Suelen Faria (2 de 4) Salvar imagem em alta resolução

Muralismo mexicano inspirou artista na produção das obras

Muralismo mexicano inspirou artista na produção das obras
Foto: Suelen Faria (3 de 4) Salvar imagem em alta resolução

Universo circense, que remente à infância, marca produção

Universo circense, que remente à infância, marca produção
Foto: Suelen Faria (4 de 4) Salvar imagem em alta resolução

"A ideia é induzir o olhar, saindo do óbvio", diz curador da mostra

"A ideia é induzir o olhar, saindo do óbvio", diz curador da mostra
Foto: Suelen Faria Salvar imagem em alta resolução

João di Souza expõe pela primeira vez em Piracicaba



Com a proximidade do Carnaval e a proposta de promover exposições alusivas às atividades festivas no decorrer do ano, a Câmara de Vereadores de Piracicaba apresenta a mostra Detrás das Máscaras, com obras do artista plástico João di Souza. As visitas seguem até 7 de março no hall do prédio anexo. A entrada é gratuita.

Baiano de 37 anos, João é autodidata e está radicado na capital paulista há 17 anos. As raízes interioranas e as lembranças da infância na pacata Itubana se mesclam em suas telas às influências de grandes nomes das artes como o casal mexicano Frida Kahlo e Diego Rivera, a portuguesa Paula Rego e os expoentes brasileiros Juarez Machado, João Camara e Di Cavalcanti.

Elefantes, tigres, macacos, ursos, trapezistas, malabaristas, instrumentos musicais e bandeiras saltam das 10 telas figurativas, em cenas que incluem cabarés, o Carnaval e fatos espetaculares do cotidiano. Numa primeira observação, as cores podem remeter à escola naif de artes, mas as referências do artista são o muralismo, movimento artístico que emergiu no período da Revolução Mexicana. Há também a presença do realismo fantástico, termo emprestado da literatura que caracteriza fatos mágicos e surreais.

“O muralismo mexicano sempre me chamou a atenção. Os meus trabalhos têm uma pegada mais para o lado da Frida”, diz João, que precisa de espaço para transpor suas ideias nas telas em acrílico (seis delas são de 1 x 1,5 metro). “Os galeristas sempre reclamam de escala, alegam que ninguém vai adquirir a obra por ser grande, que caberiam apenas em instituições. Isso se mostrou uma mentira, porque sem precisar deles consegui sobreviver do meu trabalho”, completa João.

Para ilustrar a linha de raciocínio, o artista cita as mostras individuais e coletivas que tem realizado nos últimos tempos, em centros culturais como o Museo Ralli, em Punta Del Leste, no Uruguai, e em Santiago, no Chile. “Trabalhar com a ideia de uma obra pequena é algo que me bloqueia, não consigo me resolver. Adoro expandir, me jogar, abrir os braços”, diz.

Sobre a presença de cores vivas nas telas, João diz ter sido uma influência do pai, que vendia tecidos. Já o universo circense, retratado nas figuras mascaradas e nas diferentes espécies de animais, o artista recorda-se que, no interior, era a única expressão de cultura alternativa à televisão. “Era o único meio de diversão na época, que nos proporcionava ilusão. Era uma delícia ver o circo chegar. Adorava ir ao circo para ver o macaco, o meu sonho era ter um.”

Desde os 21 anos na capital, onde frequentou a Escola Panamericana das Artes, João tem experimentado outras formas de arte, entre elas a xilogravura e a produção de murais que exploram o universo da rua e o modo de viver nas grandes cidades. É o que pode ser visto em uma das telas que ele trouxe para a mostra. “O artista tem que avançar. Estou criando, mergulhando e vivenciando novas possibilidades.”

O historiador Fábio Bragança, que assina a curadoria da mostra, diz que conhece o trabalho de João de longa data. Para este ano, ao explorar mais de perto essa fase de produção, Bragança percebeu que as características dos traços, das cores e da temática explorada casaria com o período. “A ideia é induzir o olhar, saindo do óbvio. Vemos uma mistura do teatro, do circo, das cenas urbanas, da fantasia e da realidade, elementos que estão presentes no Carnaval.”

Bragança lembra que as exposições realizadas desde a abertura do espaço, no ano passado, privilegiaram as produções locais, mas considera importante apresentar trabalhos e modos de pensar de outras cidades. “É um intercâmbio importante para o nosso público.”

SERVIÇO – Exposição Detrás das Máscaras, do artista plástico João di Souza. Visitas até 7 de março, de segunda-feira à sexta-feira, das 8h às 17h, no hall do prédio anexo da Câmara de Vereadores de Piracicaba (rua do Rosário, 833, Centro). Entrada gratuita. Mais informações: (19) 3403-6500.



Texto:  Rodrigo Alves - MTB 42.583


Cultura

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