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24 DE MAIO DE 2013

Moschini concorda com vinda de médicos estrangeiros ao país, desde que com diploma revalidado


O vereador Ronaldo Moschini da Silva (PPS) defendeu a "importação", pelo Brasil, de médicos formados no exterior, desde que se respeitem duas condições: que os cand (...)



EM PIRACICABA (SP)  

Foto: Fabrice Desmonts - MTB 22.946 Salvar imagem em alta resolução


O vereador Ronaldo Moschini da Silva (PPS) defendeu a "importação", pelo Brasil, de médicos formados no exterior, desde que se respeitem duas condições: que os candidatos passem pela prova de revalidação do diploma superior e que os profissionais brasileiros recebam o mesmo tratamento ao tentarem trabalhar em outros países.

A ideia de estimular a vinda de médicos de fora partiu do governo federal como forma de minimizar a carência de profissionais em determinadas regiões do país. "Acho isso bastante viável, desde que façam a revalidação dos seus diplomas aqui no Brasil, na Universidade de Brasília (UnB), e que nós, médicos brasileiros, tenhamos as condições de irmos a outros países", afirmou Moschini, na reunião ordinária da noite desta quinta-feira (23).

O vereador, que é médico, contou ter colegas de profissão que se encaixam nas duas situações. "Um dos meus grandes parceiros em Piracicaba é um ginecologista obstetra boliviano que lutou muito para revalidar seu diploma aqui."

Já o outro caso é o de uma cardiologista piracicabana, professora doutora, com especialização no Incor-SP e seis anos de residência médica, que, ao se mudar junto com o marido para os Estados Unidos, ficou quatro anos desempregada por não ter seu diploma superior reconhecido. Mesmo hoje, ela segue encontrando dificuldades para exercer a profissão, desempenhando uma função que, no Brasil, não requer formação médica.

"Ela ficou lá, sem conseguir trabalhar como médica. Só depois de uma luta muito grande é que ela conseguiu, e hoje faz eletrocardiograma nos andares do hospital onde trabalha, quando, aqui, quem faz isso é um técnico de enfermagem ––não precisa ser médico para rodar um eletrocardiograma. Nem laudo ela pode dar", relatou Moschini. "Será que a aceitação aqui é a mesma que temos lá fora? Precisamos rever isso", refletiu.

Para amenizar a falta de médicos no Brasil, Moschini propôs a obrigatoriedade de estudantes de instituições públicas trabalharem, nos dois anos seguintes ao término da formação superior, em regiões com carência de profissionais da área. "Será que não está na hora de exigirmos deles, médicos formados em universidades públicas, que iniciem suas carreiras nos locais onde não há médicos, como forma de retribuir tudo o que o governo federal investiu em suas carreiras?", questionou.

O vereador também apontou como entrave a baixa qualificação de boa parte dos médicos recém-formados no Brasil. "Precisamos qualificar melhor nossos médicos. É triste saber que, numa prova do Cremesp, muitos médicos não têm condições de iniciar a carreira por falta de qualificação", disse o parlamentar, em referência ao resultado, divulgado em dezembro passado, do exame aplicado pelo Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo, que reprovou 54,5 dos recém-formados na área.

Em relação a Piracicaba, Moschini disse que o problema não está na falta de médicos e, sim, na valorização dos profissionais. "Sempre digo que não faltam médicos em Piracicaba. A Organização Mundial da Saúde prevê que é preciso ter um médico a cada 1.000 habitantes. Temos aqui 600 médicos na região de Piracicaba, ou seja, não faltam médicos. O que falta é pagar melhor a eles e dar um plano de carreira", disse Moschini, que citou sua atual remuneração como exemplo.

"Trabalho há 20 anos como médico da Prefeitura e ganho o mesmo que o médico que está fazendo concurso agora. O dia em que tivermos três vezes mais médicos inscritos em concurso público do que o número de vagas oferecidas, estaremos bem. Mas isso vai demorar um pouco ainda", declarou.

 

TEXTO: Ricardo Vasques / MTB 49.918

FOTO: Fabrice Desmonts / MTB 22.946



Texto:  Ricardo Vasques - MTB 49.918


Legislativo Ronaldo Moschini

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