Usaram a tribuna popular da Câmara durante o expediente da reunião ordinária de hoje (25) Marly Pimenta, representando a Associação Cultural e Desportiva Zanzibar; Jurandir Silvestre, do Centro de Documentação, Cultura e Política Negra; e Margarida Almeida, do Grupo de Estudantes Angolanos de Piracicaba, que falaram sobre o Dia da África, comemorado hoje em todo o mundo.

Marly Pimenta foi a primeira a discorrer sobre o tema, defendendo que o Dia da África deveria ser instituído como data oficial no calendário de Piracicaba, para que neste dia seja promovida a cultura africana. “Conhecemos muitos outros costumes, de Portugal, da Itália, do Japão, mas não conhecemos quase nada sobre a África, de onde grande parte dos brasileiros descende”, disse.

Ao ocupar a tribuna, Jurandir Silvestre também destacou a riqueza cultural africana e disse que encaminhará à Câmara, por sugestão do vereador João Manoel dos Santos (PTB), um pedido do Centro de Documentação, Cultura e Política Negra para que a data seja também comemorada em Piracicaba.

O projeto de lei nº 136 de 2009, de autoria do vereador Bruno Prata (PSDB) e já em tramitação na Câmara, poderá reservar o dia 25 de maio como data alusiva ao Dia da África.

Independência

Terceira oradora da noite, a advogada angolana Margarida Almeida falou sobre a Árica contando brevemente sobre sua vida e sua cidade natal. Ela observou que o continente é sempre lembrado pela miséria dos seus países mais pobres, o Congo e a Etiópia, quando trata-se de um território que possui muitas riquezas não só econômicas como naturais e humanas. “Temos petróleo, diamante, cobre, ouro, ferro, uma diversidade cultural imensa e um desenvolvimento social marcante. Em Angola, por exemplo, trabalham cerca de cinco mil brasileiros”, comentou.

Margarida disse que abriu mão da estabilidade financeira aos 17 anos, quando saiu da casa de seus pais para militar na guerrilha armada pela independência de Angola. “Tenho orgulho de dizer que lutei pelo meu país. Hoje sou oficial da reserva do Exército angolano, reformada na patente de tenente-coronel”, revelou a ex-guerrilheira.

A africana encerrou sua fala lembrando que no dia 11 de novembro de 1975 Angola se tornou um país independente de Portugal e o Brasil foi a primeira nação a reconhecer a independência, em plena ditadura.

Dia da África

No dia 25 de maio de 1963, 32 chefes de estados africanos se reuniram contra a colonização e subordinação a que todo um continente repetidamente foi submetido durante séculos.

A reunião aconteceu em Adis Adeba, capital da Etiópia. Na oportunidade, os líderes criaram a OUA (Organização da Unidade Africana), hoje a União Africana, que representa a  riqueza e o futuro de liberdade num continente sem fronteiras entre países.

Dada a Importância daquele momento, o 25 de maio foi instituído pela ONU (Organização das  Nações  Unidas), em 1972, Dia da Libertação da  África ou África Day, quando diversos países rendem homenagens a um ideal de liberdade.

Ademir Barbosa – MTb 54.006
Fotos: Fabrice Desmonts – MTb 22.946