
23 DE JUNHO DE 2015
O questionamento inicial é como a sociedade poderá se mobilizar para garantir um processo educacional que forme o futuro cidadão, livre das drogas e da marginalidade
Longatto abre ciclo de discussões para avaliar sistema prisional local
"Como resolver o problema crônico das cidades nos dias de hoje, onde a família está totalmente destroçada em decorrência das drogas". Com esta pergunta, o vereador José Aparecido Longatto (PSDB) iniciou uma reunião transcorrida na sala da presidência da Câmara de Vereadores de Piracicaba, na manhã desta terça-feira, 23, às 9h00, que contou com a presença do diretor do Centro de Detenção Provisória - CDP, Mário Augusto Silva; da diretora do Centro de Ressocialização Feminina, Celeste Maria Varella; do assessor Jurídico Agnaldo Benedito de Oliveira; da oficial administrativa do CDP, Lucila Vitti; e assessores dos vereadores Samaritano (PDT) e Márcia Pacheco (PSDB); além do professor da UNIMEP, Josué Adam Lazier.
Por mais de duas horas, o tema principal da discussão girou em torno de como a sociedade poderá preparar o jovem para que tenhamos no futuro uma geração livre dos malefícios das drogas e, que possa ter a educação como condutor de uma vida digna, para que possamos construir um país melhor.
O professor da UNIMEP, Josué Lazier defende a criação de um sistema que possa oferecer escola em tempo integral, onde os jovens possam, depois das aulas conviver com a diversidade, em atividades no próprio ambiente escolar que tire-o da ociosidade. Também defendeu a lei do jovem aprendiz, onde as empresas podem contratar os jovens para galgar uma profissão na vida.
O diretor do CDP, Mário Augusto iniciou suas considerações mostrando que o jovem tem que responder pelos atos que praticou, sendo que a discussão sobre a redução da maioridade penal tem que discutir a responsabilidade e não a liberação do ato praticado; além de defender a criação de atividades extracurriculares, que afastariam o jovem da marginalidade.
Também defendeu o envolvimento das lideranças de bairros, tendo como carro-chefe o trabalho de orientações, por profissionais nas áreas de música, educação física, informática e outras atividades que possam trabalhar com as realidades e peculiaridades de cada região.
Mário Augusto concluiu suas observações se colocando à disposição das forças governamentais e lideranças da cidade na continuidade de debates que possam reverter a visão do sistema prisional local e, focar na ressocialização do preso. E, considerou que hoje, 70% dos 1800 detidos no CDP são oriundos da cidade de Limeira, sendo que uma boa parte dos presos provisórios encontram respaldo de empresas como a JRC Metalúrgica, Algo Mais Lavanderia e a Fábrica de Blocos Castilho, da cidade de Santa Bárbara d'Oeste, ao empregar a mão de obra carcerária.
Celeste Maria Varella enfatizou o trabalho com o universo das 200 presas no Centro de Ressocialização de Piracicaba, que hoje estão no sistema semiaberto, sendo fundamental o apoio de empresas, bem com de entidades organizacionais para continuar no incentivo de oferecer opções à estas mulheres, que muitas das vezes estão pagando uma pena em nome de um filho que errou e, que em muitos casos até a renega, seguida de seu companheiro, que via de regra é o primeiro a abandonar quando ela cai no sistema penitencial.
Celeste também enfatizou a importância de se resgatar valores familiares que a mídia, principalmente com a influência da televisão prejudica toda a formação de uma geração de jovens, que se voltam à ganância da ostentação e do consumismo.
Na reunião também foram avaliados problemas demandados pelas drogas, que atingem todos os bairros da cidade, bem como foi destacado a necessidade de envolver os diversos setores governamentais, sindicais e, entidades de classes, além da população como um todo para discutir a temática da violência gerada pelas drogas.