PIRACICABA, TERÇA-FEIRA, 23 DE ABRIL DE 2024
Aumentar tamanho da letra
Página inicial  /  Webmail

24 DE ABRIL DE 2020

Live explica influência da tecnologia durante pandemia do Covid-19


Analista de sistemas e educador, Maurício Pinheiro foi entrevistado na live do perfil do Instagram do programa Parlamento Aberto.



EM PIRACICABA (SP)  

Salvar imagem em alta resolução




A tecnologia e as artes foram os temas abordados durante a live desta quinta-feira (23), no Instagram do Parlamento Aberto (@parlamento_aberto). O jornalista Erich Vallim Vicente entrevistou o educador e analista de sistemas Maurício Pinheiro que explicou sobre a influência dessas áreas durante a pandemia do novo coronavírus (Covid-19).

O entrevistado, que também é apresentador do programa É Rock, transmitido pela Rádio Educativa FM (105,9), destacou como a tecnologia pode contribuir na distribuição de materiais artísticos.

Com experiência em contato com artistas e organizações de eventos, Maurício citou o exemplo das lives que muitos cantores estão realizando. Porém, como citou ele, muitas pessoas não têm o conhecimento de como isso é gerador de lucros.

Segundo ele, o Youtube, por exemplo, gera 0,25 a 4,50 dólares para cada mil visualizações e isso abre uma janela grande. Maurício citou a situação do youtuber Whindersson Nunes, que pode ganhar de 90 mil a 1,5 de dólares.

“Nós pensamos que isso é muito dinheiro. Imaginem, por exemplo, o canal dos Beatles que hoje ganham por mês entre 600 a 10 mil dólares. Pensamos que ganham muito, mas isso não é comparado aos shows, por exemplo”, citou Pinheiro.

O educador lembrou que com isso que ocorre atualmente as empresas se aproveitam daquilo que é chamado de “Petróleo do futuro”, que são os dados. “Hoje entregamos os dados de graça para todas as plataformas e elas captam e ganham dinheiro por cima disso. Seja pelo horário que você acessa e o tipo de vídeo, eles conseguem captar que classe social é a sua e que horário que você trabalha”, contou.

Pinheiro citou a dupla Mateus e Kauan que, em vez de fazer live para o Youtube, criou um aplicativo para transmissão de vídeo, que possui um valor para poder entrar e uma idade certa. Com isso, eles conseguem arrecadar dinheiro e investir na produção.

“Hoje o músico é igual um entregador de iFood: ele não sabe o quanto vai receber quando coloca o trabalho nas mídias”, advertiu.

CORONAVÍRUS – Analisando a situação atual da pandemia, Pinheiro citou que com o avanço do vírus e suas consequências foi possível observa a fragilidade da organização da cultura enquanto indústria no País. Quando pensamos em eventos, como cita o analista, eles não vão pausar, porém quanto mais forem adiados, mais a logística não vai dar certo. Ele citou o caso do Lollapalooza, que seria em abril, e transferido até então para dezembro.

“Como esse vento vai acontecer em abril de 2021? Se jogar sempre para dezembro, em setembro tem o Rock in Rio, então toda essa logística será afetada e fez com que a cadeia fosse quebrada.  Acredito que somente em 2022 isso vai voltar ao normal”, disse.

O entrevistado reforçou que muitas pessoas estão vendo diferença entre lives brasileiras e internacionais, sendo que no Brasil elas duram de duas a sete horas. “As internacionais não precisam de lives para se financiarem, lá eles podem doar parte do seu imposto de renda para a cultura. A empresa que está apta para captar esses valores lá nos Estados Unidos são os fã clubes. Isso podia ser feito aqui também”, sugeriu.

Abrindo de uma maneira geral, Pinheiro reforçou que na área artística não só a pandemia pode mudar muita coisa, mas alterações na lei e mudanças na estrutura. “Esse extremo está deixando à mostra muitos problemas que não estávamos preparados. É um problema de organização de classe. Quando alguém tem um monopólio consegue resolver”, ressaltou.

Ele citou que uma das mudanças que vemos hoje são os patrocinadores dos eventos. Antes, era patrocínio de cigarros, depois os bancos e hoje empresas de cervejas. Depois dessa pandemia, como reforçou o analista, a tendência é de consolidação do papel decisivo das empresas de tecnologia que irão patrocinar e realizarão festivais.

“Elas não vão investir em um artista isolado pequeno, ela precisa investir em alguma plataforma ou organização para reinvestir esse dinheiro nos artistas. Por isso, eu acho que está faltando interface entre artistas e empresas”, declarou Pinheiro.

Ao final da entrevista, o entrevistado reforçou que ao retornar da quarentena, onde teatros e cinemas reabrirão, não será tudo normal como antes. “Vamos imaginar quantas pessoas irão estar dispostas a ir ao teatro. E o calendário de lançamento de filmes que foi alterado e com isso vai vir prioridades de filmes internacionais, já que vem retorno financeiro maior. Esse será o momento do governo interferir e subsidiar esses lançamentos”, sugeriu.

O perfil do Instagram do programa Parlamento Aberto realiza lives diárias, para acompanhar, siga @parlamento_aberto.



Texto:  Ana Caroline Lopes
Revisão:  Erich Vallim Vicente - MTB 40.337


Parlamento Aberto

Notícias relacionadas