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09 DE NOVEMBRO DE 2011

João Manoel, polícias e comerciantes discutem reforço da segurança na Pauliceia


O presidente da Câmara, João Manoel dos Santos (PTB), e outras 40 pessoas, entre policiais, moradores e comerciantes, discutiram na noite desta terça-feira meios pa (...)



EM PIRACICABA (SP)  

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O presidente da Câmara, João Manoel dos Santos (PTB), e outras 40 pessoas, entre policiais, moradores e comerciantes, discutiram na noite desta terça-feira (8) meios para combater a violência na região da Pauliceia. A reunião, realizada na sede do Ministério Novo Tempo, na avenida São Paulo, foi organizada pelo vereador, que reside no bairro e atendeu aos pedidos de pessoas que o procuraram, alegando aumento da insegurança.

Uma conversa inicial já havia ocorrido em 25 de outubro, mas, por conta das fortes chuvas que atingiram a cidade naquele dia, o encontro foi transferido. Na reunião desta terça-feira, quatro representantes das forças de segurança de Piracicaba estiveram presentes: a major Adriana Cristina Sgrigneiro Nunes e o capitão Adriano Vieira, ambos da Polícia Militar, o delegado seccional João José Dutra, da Polícia Civil, e Benedito Moraes, sub-comandante da Guarda Civil Municipal. O dirigente Sérgio Furtuoso representou a Acipi (Associação Comercial e Industrial de Piracicaba).

João Manoel pediu união aos moradores e estimulou a criação de um Conseg no bairro, para que as sugestões da comunidade para a melhoria da segurança na região ganhem força. O vereador também falou da importância da conversa envolvendo autoridades e a população local. "Os comerciantes se sentem ameaçados pelos bandidos, em razão do grande número de assaltos. Nosso objetivo é trazer os representantes das corporações para ver o que é possível fazer juntos para diminuir esses assaltos. Temos buscado dar o apoio necessário para que essas questões sejam amenizadas", disse o presidente da Câmara.

João Manoel lembrou ainda que inúmeras propostas para o combate à violência em Piracicaba estão reunidas no documento gerado pelo Fórum Municipal Permanente de Segurança Pública e que, como vereador e morador da Pauliceia, sempre esteve presente na discussão de temas ligados à comunidade. "Sou político, mas sou um cidadão também. Em nenhum momento vou dizer que não sou político, porque as ações da cidade se dão através da política. Estamos aqui para discutir o interesse do povo. Eu sempre estive, estou e estarei aqui para discutir os assuntos de interesse da Pauliceia. As pessoas que estão aqui me conhecem."

NATAL
A situação mais preocupante, segundo relatos de moradores e trabalhadores, envolve as avenidas São Paulo e Raposo Tavares, dois importantes corredores comerciais da Pauliceia que têm sido alvos constantes de roubos e furtos. O temor está levando donos de estabelecimentos da região a ponderarem se vão manter as lojas abertas até as 22 horas nas semanas que antecedem o Natal, época do ano mais rentável para o comércio.

"Nossa finalidade é que a polícia passe aqui devagar, pare na avenida. Os comerciantes querem abrir seus comércios no fim de ano, até as 22 horas, assim como acontece em outras localidades. Mas, com essa insegurança, ninguém quer arriscar em abrir o comércio", explicou Sérgio Franco, que recentemente teve seu estabelecimento, na avenida São Paulo, assaltado à noite. O prejuízo com o furto de equipamentos superou R$ 1 mil. "Nós precisamos de policiamento. Eles passam muito rápido. Foi desativada a base da Polícia Militar, que a comunidade ajudou a construir. Queremos de volta a nossa base, com o policiamento andando pela avenida e pelo bairro", pediu o comerciante, lamentando que a base que funcionava no bairro vá dar lugar a uma unidade operacional da Semuttran (Secretaria Municipal de Trânsito e Transportes).

Franco apontou como principal problema o grande número de usuários de drogas que rondam a região. "Eles vêm fazer um assalto rápido, levantar um trocado provavelmente para a droga. [Os crimes] Têm se intensificado, alguns com armas de fogo, outros com faca. Isso está trazendo insegurança para todos os comerciantes e clientes, pois temos que protegê-los também."

SEGURANÇA
A major Adriana Sgrigneiro Nunes detalhou os motivos que levaram à desativação da base, construída e mantida com recursos da comunidade. Inaugurada em junho de 1999, o local, com o tempo, passou a ser inadequado para comportar a estrutura necessária para o trabalho da PM. Segundo a major, como se tratava de um imóvel particular, sustentado com doações da população, a execução de reformas e o fornecimento de materiais dependiam apenas do desprendimento de moradores e comerciantes da região, pois o Estado e o município não podiam destinar recursos para a manutenção do local.

De acordo com a policial militar, que lembrou não ser obrigação da população manter serviços que são obrigação do Poder Público, conseguir a liberação de recursos pelo governo estadual (que é quem mantém a PM), desde que seja apresentado um projeto detalhando os gastos, não é tão complexo quanto possa parecer. "Comandei a 1ª Companhia durante dois anos. Aqui não podia fazer nada, porque não era do Estado. Tirei [a base] porque não tinha a menor condição de habitabilidade nesse lugar", afirmou.

Outro motivo que colaborou para a desativação, segundo a major, foi a constatação de que o combate à violência é mais eficiente quando o policial está nas ruas, circulando, do que fixado em uma base ––ao menos um profissional precisa permanecer no local para evitar roubos, pelos quais ele é responsabilizado se acontecerem. "Não é a base que faz a segurança: é o policial", resumiu.

A major listou os principais entraves que a corporação enfrenta atualmente e as soluções que, em conjunto com a comunidade, podem ser buscadas para a melhora na segurança da Pauliceia e de toda a cidade. Entre as medidas que reduziriam os problemas, estão o estabelecimento de uma parceria entre a Polícia Militar e a Prefeitura para tornar mais rápidos os consertos das viaturas (o principal motivo para muitas delas não estarem nas ruas, segundo a major Adriana) e a criação de estímulos para que os PMs passem a residir em Piracicaba (uma vez que, após o período mínimo de permanência, de dois anos, muitos acabam pedindo transferência para suas cidades de origem, defasando o efetivo local). A policial militar também destacou a importância de estimular a população a denunciar pessoas em atitude suspeita, reforçar o combate ao tráfico de drogas, executar programas sociais em regiões da cidade menos desenvolvidas e retirar os caça-níqueis de bares.

Além de João Manoel e major Adriana, também expuseram alternativas para o combate à violência na Pauliceia o delegado seccional João José Dutra, da Polícia Civil, Benedito Moraes, sub-comandante da Guarda Civil Municipal e Sérgio Furtuoso, representando a Acipi (Associação Comercial e Industrial de Piracicaba). Ao final da reunião, houve a garantia de, como nos anos anteriores, a região estar incluída na Operação Papai Noel, que envolve as polícias e a Acipi, para receber reforço no policiamento noturno, a fim de garantir, em dezembro, a segurança das lojas que ficam abertas até as 22 horas.

 

TEXTO: Ricardo Vasques / MTB 49.918

FOTOS: Davi Negri / MTB 20.499



Texto:  Ricardo Vasques - MTB 49.918


Segurança João Manoel

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