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29 DE MARÇO DE 2023

Incorporem novos valores e pontos de vista, diz vereadora a estudantes


Vereadora Rai de Almeida foi convidada para participar de atividade na Escola Estadual Dr. Jorge Coury



EM PIRACICABA (SP)  

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Turmas dos oitavos e nonos anos acompanharam relato da parlamentar

Turmas dos oitavos e nonos anos acompanharam relato da parlamentar
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Turmas dos oitavos e nonos anos acompanharam relato da parlamentar

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“Aqui começa o projeto de vida!”. A frase está estampada no prédio localizado na rua Joaquim André, 326, onde funciona a Escola Estadual Dr. Jorge Coury, no bairro Paulista. Unidade que foi o destino da vereadora Rai de Almeida (PT) nesta terça-feira (28), na série de palestras, debates e bate-papos iniciada em março, por ocasião do Dia Internacional da Mulher.

Convidada pela instituição para falar sobre o tema “Mulher na Política”, a parlamentar sentia, na recepção, o primeiro impacto do que estava por presenciar nas horas seguintes.

Logo após a abertura dos portões, uma equipe de estudantes do sexo feminino, dispostas lado a lado e uma em frente à outra, é encarregada do acolhimento. Vereadora, assessoria de gabinete e equipe de comunicação são conduzidas à sala da direção, onde professores, coordenação, a diretora Thais Coury e integrantes da Diretoria de Ensino - Região Piracicaba fazem nova recepção.

A ‘Jorge Coury’ faz parte do Programa de Ensino Integral e desponta ainda por ter em seu histórico de aprovações de alunos nos vestibulares das principais universidades brasileiras. Este ano, por exemplo, há estudantes que devem seguir para instituições como USP, Unesp, UFSCar e Instituto Federal de São Paulo.

Coordenador pedagógico na área de ciências humanas, o professor Ronaldo José Servino da Rocha explica que o convite à vereadora faz parte de uma programação extensa que a escola está desenvolvendo este mês, “dando prioridade para que mulheres viessem falar da realidade do mundo em que estão envolvidas e para que os alunos tenham a visão de que março não é apenas um mês só de homenagens, mas de lutas”.

Rai de Almeida chega ao anfiteatro destinado ao bate-papo. Duas turmas de aproximadamente 170 alunos dos oitavos e nonos anos do ensino fundamental ciclo 2 são divididas por horários para participar da conversa, que em determinados momentos é marcada pelo histórico de vida da vereadora Rai e, em outros, por questões ligadas aos desafios da mulher na política e na sociedade como um todo, nos tempos atuais e passados.

Filha de nordestinos que procuraram o sustento no interior paulista e vieram trabalhar na lavoura de cana-de-açúcar, Rai de Almeida, que nasceu Raimunda, não esconde: durante muitos anos teve vergonha do próprio nome. A solução pelo diminutivo veio de uma professora, quando já estava no curso de licenciatura em ciências. “Era ridicularizada por conta do meu nome, pois ao pronunciá-lo as pessoas já sabiam de minha origem.”

Com o passar dos anos, Rai já não sente mais incômodo com o nome, porém, a versão curta cai bem ao ingressar na política pelo Partido dos Trabalhadores, anos depois de ter trabalhado na lavoura, ter sido doméstica, secretária administrativa, vendedora e auxiliar de laboratório. “Meu nome foi dado pela minha avó paterna. Ela fez o meu parto em casa, utilizando o fórceps, e fez uma promessa por eu ter permanecido viva e minha mãe também”.

Raimunda significa “conselheira protetora” e na religião católica há a Santa Raimunda, devotada principalmente no Acre e que morreu grávida ao acompanhar o marido pela floresta.

Conforme a parlamentar faz os primeiros testemunhos acerca de seu histórico, começa o envolvimento entre os estudantes. A aproximação entre os jovens e a vereadora de 68 anos é evidente.

Até que surge uma das perguntas, em que fica nítida a expressão de emoção da parlamentar. A indagação é justamente inspirada na frase que estampa a entrada da escola: “— Qual foi o seu primeiro projeto de vida?”, diz um dos meninos.

Rai, com a garganta embargada, olha fixamente no estudante e responde, relembrando o período em que estudou na escola rural da Fazenda Barreiro e na Escola Estadual Monsenhor Jeronymo Gallo, onde fez o antigo colegial: “— Fui privada do necessário para a sobrevivência. Chegamos a passar fome e eu queria ter uma vida melhor. Meu primeiro projeto foi o de ir para a escola e eu esperneei muito dentro de casa para que isso acontecesse.”

A vereadora segue em seu relato e diz que transformou sua inquietude em estudo e na política encontrou forças para buscar as transformações sociais. Para Rai, a política é um instrumento da “reparação das desigualdades”.

Atualmente no terceiro mandato (os anteriores foram entre 1989 e 1992 e entre 1993 e 1996), Rai de Almeida fez também a graduação e mestrado em direito, foi assessora de deputado estadual, coordenadora de políticas públicas para mulheres no município e no governo federal foi coordenadora de planejamento da Subsecretaria de Planejamento, Orçamento e Administração e diretora-adjunta da Escola de Administração Fazendária.

A mensagem final da vereadora aos estudantes, de uma paraibana radicada em Piracicaba desde os três anos, é clara e caminha em prol da equidade de gênero: “— Meninos e meninas nascem iguais, mas a sociedade constrói, depois, papéis distintos. Vocês podem mudar essa realidade, tendo uma trajetória de transformação. Incorporem novos valores, culturas e pontos de vista e, principalmente, respeitem as meninas. Exerçam a cidadania e a política.”

Já a caminho do seu carro, ao descer as escadas do prédio da rua Joaquim André, 326, após receber flores, um certificado, abraços e tirar algumas fotos com alunos, Rai de Almeida confessa: “— Senti uma emoção danada. Estar nessa escola me provocou um arrepio da cabeça aos pés”.



Texto:  Rodrigo Alves - MTB 42.583
Supervisão:  Rodrigo Alves - MTB 42.583
Revisão:  Aline Macário - MTB - 39.904


Legislativo Rai de Almeida

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