
10 DE AGOSTO DE 2015
Rico Veneno se emociona ao lembrar da avó Dalila, matriarca da família.
Homenagem a Família Veneno
Emoção e alegria marcaram a homenagem feita pelo vereador Chico Almeida (PT), a Família Veneno, pelos 25 anos de atuação do Circo do Veneno no teatro. A solenidade aconteceu no último sábado (08) e foi realizada no Salão Nobre “Helly de Campos Melges”.
Ao fazer uso da palavra o vereador Chico Almeida falou da alegria em poder homenagear a Família Veneno, que faz parta da história de Piracicaba. Ele lembrou que o espetáculo que vem sendo realizado no teatro há 25 anos, não tem fins lucrativos, todo alimento arrecadado é doado a instituições da cidade.
“A história da Família Veneno é a de uma família dedicada a arte pura, que vem do povo e para o povo. Homenageia-se aqui uma dedicação de três gerações para com a mais popular de todas as artes cênicas, hoje mantida pelo neto de Dalila e Veneno, Diógenes Donizete Moreira, o Rico Veneno. E, talvez, dado o amor pelo circo, é possível até que surja uma quarta geração”, comentou o parlamentar.
Ao fazer uso da palavra Laélcio Morreira, o Pôneis, agradeceu ao vereador Chico Almeida pela homenagem e prestada a Família Veneno. “Fiquei encantado com a iniciativa do Chico, confesso que era algo que esperávamos há muito tempo. Essa homenagem ao reconhecimento ao nosso trabalho realizado há 25 anos no teatro e muitos no Circo”, disse o palhaço Pôneis.
O momento de maior emoção foi durante do discurso de Diógenes Donizete Moreira, o Rico Veneno, quando lembrou da avó Dalila que segundo ele foi o alicerce da Família Veneno, o pulso firme por trás Osvaldo Moreira, o Veneno, levando todos as lágrimas.
Rico Veneno lembrou do dia em que o tio Leandro deu a ideia de levar o circo para o teatro, apesar do receio levaram a ideia a diante e hoje o espetáculo é um grande sucesso. “Neste ano os ingressos para os dois dias de espetáculo se esgotaram em 24 horas”, comentou Rico Veneno.
Durante a solenidade onde foram homenageados todos os membros da Família Veneno, também houve a apresentação da dupla Juninho Caipira & Marcelo Souza e do Grupo de Dança Geração Bem Aventurados.
Além das homenagens, a Família Veneno também recebeu moção de aplausos, de autoria do vereador Chico Almeida, em homenagem aos 25 anos de atuação do Circo do Veneno no teatro.
História da Família Veneno
O Circo do Veneno, que consagrou a dupla Dalila e Veneno, inclui Piracicaba na tradição circense, uma tradição que, na sua forma original, vai se esvaindo, perdendo espaço, para os grandes espetáculos, cada vez mais caros e sofisticados, não raro os efeitos especiais complementando ou até substituindo os artistas.
Tudo começou quando Osvaldo Moreira, nascido na cidade de Pitangueiras, no Rio de Janeiro, em 12 de abril de 1920, lavrador de profissão, se apaixonou por um circo que se instalou em sua cidade natal. Foi no ano de 1938 quando o Circo Cheiroso chegou na cidade, com trupe modesta, mas cativante.
No dia do espetáculo, o palhaço brigou com o dono do circo e foi embora. A solução foi caseira. Convocaram o Osvaldo, um ilustre desconhecido, para fazer as vezes de palhaço. Assim começou uma carreira que faria história.
Efetivado palhaço, Osvaldo acompanhou o circo em turnê por várias cidades. Em 1942, o Circo do Cheiroso chegou em Saltinho, então distrito de Piracicaba. Começou o espetáculo e Veneno se depara com uma jovem donzela que da plateia sorria para ele. Alguns dias depois, Veneno e a jovem Dalila de Oliveira fogem, disfarçados, rumo a São Paulo, onde conseguem se apresentar em circos e teatros, inclusive no teatro Santana.
Em 1944, o casal Veneno retorna a Saltinho, onde se casam. Em 20 de julho de 1945, nasce o primogênito Laélcio Moreira que, seguindo a tradição da família, se tornaria, ainda criança, o palhaço Pôneis - o mesmo que, 20 anos depois, seria o substituto de Veneno, que passou a ser o "Caipira Humorista".
Em 1983, aconteceu a grande primeira perda: Dalila faleceu. O grupo continuou atuando até 1990 quando, ainda com fama, decidiu parar. Os tempos eram outros. Mas, para não deixar quebrar a tradição, a família retoma as apresentações circenses no mesmo ano, porém de forma anual, no Teatro Municipal. Sem fins lucrativos, o Circo do Veneno ainda auxilia entidades beneficentes da cidade, solicitando como ingresso alimento não perecível.
Osvaldo Moreira, o Veneno, faleceu em 11 de janeiro de 2001, aos 80 anos de idade. Mesmo assim a família não parou. Portanto, todo ano a Família Veneno faz ressurgir o circo no palco do Teatro Municipal de Piracicaba que, neste ano completa 25 anos de atuação.