
30 DE JANEIRO DE 2012
O presidente da Câmara de Vereadores de Piracicaba, João Manoel dos Santos (PTB), participou da cerimônia em alusão ao Dia Internacional em Memória das Vítimas do H (...)
O presidente da Câmara de Vereadores de Piracicaba, João Manoel dos Santos (PTB), participou, na noite da última sexta-feira (27), da cerimônia em alusão ao Dia Internacional em Memória das Vítimas do Holocausto, realizada na sede da Congregação Israelita Paulista, na Consolação, em São Paulo. O "Cabalat Shabat" reuniu cerca de 900 pessoas na sinagoga Etz Chaim, entre fiéis e autoridades civis e religiosas.
Autor da lei municipal 6.316, de 2008, que instituiu em Piracicaba o Dia da Lembrança, João Manoel foi convidado a acender a quarta vela de Shabat, enquanto era observado por sobreviventes do Holocausto chamados ao altar pelo rabino-chefe da CIP, Michel Schlesinger. O gesto, feito 20 minutos antes do pôr-do-sol das sextas-feiras, precede o início do sábado, dia dedicado pelos judeus ao descanso.
O vereador, que se emocionou durante a cerimônia, qualificou o Holocausto como "a maior covardia contra seres humanos, comandada por um inconsequente que ceifou a vida de mais de 6 milhões de judeus, negros, ciganos, religiosos". "Toda vez que eu participo de um evento como esse ––como o Dia da Lembrança, em Piracicaba, em que lembramos o Holocausto––, eu me emociono, porque é inadmissível ver tantas pessoas (crianças, mulheres, jovens, idosos) serem massacradas sem saber por quê", afirmou.
Na solenidade em São Paulo, João Manoel esteve acompanhado de Jayme Rosenthal, que, representando a comunidade israelita de Piracicaba, entregou ao rabino-chefe da CIP uma coletânea de fotos e artigos de jornais sobre os eventos realizados na cidade relacionados ao Dia Municipal da Lembrança. "O Holocausto foi a maior carnificina que já houve na história da humanidade, praticado por Adolf Hitler e outros comparsas. Hoje, graças à lei 6.316, de João Manoel, nós podemos mostrar para os jovens de Piracicaba, uma vez por ano, o que foi esse massacre, e esperamos que isso não aconteça nunca mais", disse Rosenthal.
Iniciado pontualmente às 19h, o "Cabalat Shabat" teve a execução do hino brasileiro, o respeito a um minuto de silêncio em memória às vítimas do Holocausto e o relato de um sobrevivente do massacre, que contou como conseguiu escapar da morte mesmo tendo chegado aos 28 quilos e contraído escorbuto e pneunomia. Às 19h38, horário em que a primeira estrela despontou no céu, foi aberta a parte religiosa da cerimônia, composta por orações e cânticos em hebraico, da qual João Manoel, que é batista, também participou.
"O judeu é um povo pelo qual tenho um profundo respeito. Eu amo os judeus pela questão bíblica: em Gênesis, capítulo 12, Deus, quando chama Abraão, diz que todas as famílias da terra, através dos judeus, seriam abençoadas. Cristo vem à terra através dos judeus, como judeu, para salvar a humanidade", disse o presidente da Câmara, que reforçou sua intenção em conscientizar a população sobre os males causados pelo Holocausto.
"Eu espero contribuir, enquanto viver, para que os jovens tenham ciência suficiente para nunca mais se deixarem levar por qualquer ideologia ou discriminação. Que o jovem tenha sua posição própria daqui para frente e as futuras gerações tenham condições de educar e preparar o jovem para o bem, e não para o mal, como Hitler e Mussolini fizeram ao conduzir a população de uma forma escabrosa, tendenciosa, que jamais será esquecida pelas futuras gerações", disse o vereador.
Além do presidente da Câmara de Vereadores de Piracicaba, estiveram presentes na solenidade o ex-governador de São Paulo, José Serra, cônsules de Israel, Grécia e Alemanha, o deputado federal Walter Feldman (PSDB-SP), e os vereadores paulistanos Gilberto Natalini (PV) e Floriano Pesaro (PSDB), representando, respectivamente, o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (PSD), e o governador paulista, Geraldo Alckmin (PSDB). Em seu discurso, Serra disse que a lembrança do Holocausto é "crucial", que o Brasil deve fazer um combate "ativo" ao autoritarismo e que o presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, é o "Hitler contemporâneo".
TEXTO E FOTOS: Ricardo Vasques / MTB 49.918