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28 DE ABRIL DE 2020

Em live, professor reforça importância da responsabilidade empresarial


Em programa ao vivo no Instagram do Parlamento Aberto, Antônio Carlos Giuliani destacou a necessidade de trabalhar a responsabilidade social dentro das empresas.



EM PIRACICABA (SP)  

Foto: Fabrice Desmonts - MTB 22.946 Salvar imagem em alta resolução

“Na crise, crie, reinvente-se", orientou Giuliani em programa ao vivo no Instagram do Parlamento Aberto.





Com o surgimento de uma crise com dimensões globais, como a causada pelo novo coronavírus, a necessidade de trabalhar a responsabilidade social dentro das empresas assume caráter de urgência. Para o diretor-executivo da Fumep (Fundação Municipal de Ensino de Piracicaba) e professor de marketing da EEP (Escola de Engenharia de Piracicaba), Antônio Carlos Giuliani, divulgar um produto neste momento com intuito apenas de vender, fará com que o consumidor crie uma insatisfação da marca.

Na tarde desta segunda-feira (27), em programa ao vivo no Instagram do Parlamento Aberto, o professor explicou que as empresas devem estar atentas para passar, sobretudo, uma imagem de colaboração. “Elas devem mostrar preocupação maior com o bem-estar e saúde da sociedade. Preocupe-se, sim, em vender, mas o foco da estratégia de marketing agora é ter uma marca preocupada com uma causa social”, orientou.

Atitudes tomadas por grandes empresas em apoio aos contaminados pela Covid-19, e também aos pequenos empreendimentos e assistência aos mais necessitados, ganharam notoriedade na mídia. Giuliani cita como exemplo a rede Magazine Luiza que criou, em meio à crise, uma plataforma de vendas para ajudar micro e pequenas empresas e profissionais autônomos a realizar vendas online.

“A melhor estratégia para este momento é atrelar sua marca a uma causa social e assegurar a sobrevivência do pequeno empresário”, recomendou o diretor da Fumep. Ele lembrou que, além dessa, outras grandes empresas também cumpriram o seu papel social, minimizando os efeitos da pandemia para a marca. “A Ambev, por exemplo, empresa brasileira dedicada à produção de bebidas, passou a produzir unidades de álcool em gel que estão sendo doadas para hospitais públicos”, citou.

Ele ressalta que o microempresário também pode mostrar que está colaborando. “Em Piracicaba, sabemos que há proprietários de lojas de tecidos que estão cedendo tecidos para produção de máscaras. Divulgar ações como essa não é fazer propaganda, mas sim demonstrar preocupação com a comunidade” avaliou. Neste momento de crise, Giuliani recomenda que as empresas tenham empatia e se coloque no lugar do consumidor. “Agora, é preciso pensar mais nas pessoas do que no lucro, por mais importante que ele seja”.

O professor aponta que pequenos e médios empresários, por não terem caixa alto de reserva, são os primeiros a sentir o impacto da menor demanda e circulação de pessoas. “Os mais fragilizados terão que buscar alternativas. Possivelmente, o tipo de consumidor que tínhamos antes da crise não existirá mais, assim como a maneira de fazer gestão do pós-crise terá que ser reinventada”, previu.  

Giuliani mostrou-se desfavorável à demissão em massa. Em sua percepção, demitir não é uma boa estratégia, principalmente se a empresa tem bons colaboradores. “Se possível, dialogue com o público interno e proponha a redução de jornada e de salário. É melhor ganhar menos do que perder o trabalho e precisar de uma realocação no mercado em meio à pandemia. Se não for possível porque não há caixa, não adianta. As decisões terão que ser tomadas para assegurar o negócio a longo prazo”, opinou.

A crise provocada pela pandemia do novo coronavírus expõe a necessidade de as marcas saberem se comunicar, sendo flexíveis e se adaptando às mudanças. Giuliani sugere que as empresas tenham vários canais para levar o produto ao consumidor, além do ponto físico. “Acabou a separação entre lojas físicas e e-commerce. É necessário trabalhar com todos os canais possíveis. Muitos diziam que o e-commerce acabaria com o ponto de venda, mas isso não aconteceu. O que muda é a intensidade do trabalho em cada um” pontuou.

“Na crise, crie, reinvente-se. Esse é o momento de sentarmos para rever o negócio e pensar no que eu posso fazer para diferenciar o meu produto diante de tantos fatores inibidores de distribuição. A única certeza que temos é a de que não seremos mais os mesmos em todos os sentidos. Ao findar da quarentena e na retomada da vida normal, os consumidores estarão mais conscientes. O empresário deve analisar se o seu produto atenderá o consumidor que está emergindo pelo enclausuramento”, instruiu o professor.

As lives do programa Parlamento Aberto são realizadas no perfil do Instagram, que pode ser acessado em @parlamento_aberto.

As entrevistas também podem ser acessadas no canal do YouTube do Departamento de Comunicação da Câmara de Vereadores.

Para receber as informações do programa Parlamento Aberto direto no celular, é possível cadastrar na lista de transmissão do whatsapp neste link.



Texto:  Raquel Soares
Revisão:  Erich Vallim Vicente - MTB 40.337


Parlamento Aberto Coronavírus

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