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24 DE NOVEMBRO DE 2011

Em busca de solução para impasse, José Pedro faz reunião com moradores do Jardim Gilda


O vereador José Pedro Leite da Silva (PR) reuniu-se com moradores do Jardim Gilda para discutir soluções para problemas que os beneficiados com imóveis da CDHU têm (...)



EM PIRACICABA (SP)  

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O vereador José Pedro Leite da Silva (PR) reuniu-se com moradores do Jardim Gilda, na noite desta quarta-feira (23), para discutir soluções para problemas que os beneficiados com imóveis da CDHU (Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano do Estado de São Paulo) têm enfrentando. As duas principais reclamações dizem respeito ao aumento do valor das parcelas pagas e ao término da construção dos muros em torno das casas.

Cerca de 100 pessoas compareceram à reunião, que se estendeu por mais de duas horas. Um a um, José Pedro conversou com os moradores prejudicados, anotando o nome e o endereço deles, o valor pago nas prestações (o anterior e o atual, com o aumento) e se o muro da casa onde moram estava ou não concluído.

As informações vão servir de embasamento para a reunião que o próprio José Pedro convocou para a próxima terça-feira, dia 29, a partir das 14 horas, no plenário da Câmara. Na ocasião, representantes da CDHU e da Emdhap (Empresa Municipal de Desenvolvimento Habitacional de Piracicaba) devem estar presentes para falar sobre a alta das parcelas e o prazo estimado para a finalização das obras. "No dia 29, mesmo que vocês não estejam presentes, eu vou representá-los como representei o pessoal do Mário Dedini ––e, graças a Deus, todo mundo está morando lá com dignidade", afirmou o vereador.

PARCELAS E MUROS
A visita de José Pedro ao Jardim Gilda na noite desta quarta-feira foi motivada por denúncias que chegaram ao seu gabinete. "O objetivo desta reunião hoje é saber dos problemas que efetivamente existem. Sabemos que boa parte dos muros prometidos ainda não foi feita e que estão até exigindo um esforço pessoal. Além disso, temos o problema das prestações das casas. Boa parte de vocês está aqui há quase dois anos: não tinha sistema de Correios e ainda é precário o atendimento", disse José Pedro aos beneficiados com os imóveis da CDHU.

A ausência do serviço de entrega de correspondências no Jardim Gilda faz com que os mutuários tenham que vir à agência dos Correios na avenida Armando Salles de Oliveira para pegar o boleto mensal para a quitação da parcela ––os moradores do bairro receberam as casas no dia 17 de dezembro de 2009 e têm 25 anos para quitá-las. Em alguns casos, o atraso no pagamento das prestações ––que se agravou com a greve dos Correios, entre setembro e outubro–– fez com que o valor delas subisse até R$ 30.

Segundo teriam informado representantes da Emdhap aos moradores, essas mensalidades atrasadas seriam transferidas para os últimos anos do contrato, o que não estaria ocorrendo. "O que aconteceu: boa parte de vocês não receberam os carnês, tem gente que não recebeu o carnê até hoje e tem quem recebeu o carnê só num período. Foi informado que, para aqueles que não receberam o carnê, as prestações que não vieram até agora iriam para o final", disse José Pedro, que considerou ter havido um "aumento abusivo das prestações".

Uma das moradoras que afirmam ter sido prejudicadas com a alteração na cobrança é Luiza Justina Alves. Residente na rua das Oliveiras (antiga rua 21), ela apresentou ao vereador boletos com a prestação a R$ 82,05. Segundo a dona-de-casa, o novo valor vem sendo cobrado há três meses ––antes, as mensalidades giravam em torno de R$ 70.

Já no caso do motorista Adilson Ferraz de Camargo, a prestação subiu R$ 28: de R$ 99 para R$ 127. Ele também alega que houve a promessa da Emdhap de deslocar essas parcelas para o final do contrato. Além disso, segundo o motorista, os moradores só voltariam a pagar as prestações quando os boletos passassem a ser entregues em suas residências.

Morador da rua Osvaldo Giusti (antiga rua 17), Adilson criticou a não conclusão dos muros de sua casa. "Deveria estar recebendo o muro na altura certa, no mínimo 1,80 metro. Onde não é de arrimo, eles fizeram alto e, onde é de arrimo, eles estão fazendo na altura do barranco, umas seis fiadas. Eles dão o material, mas é você quem tem que pagar a mão-de-obra. Eu não vou pagar, porque eu não sei fazer. Ele dá o bloco, o cimento, o ferro, mas é você que faz ou paga para fazer", declarou o motorista.

A dona-de-casa Maria de Lourdes do Santos Silva também reclamou da situação. "Para mim, nem o material eles querem dar. Eles estão dando só para algumas pessoas."

CONSTRUÇÃO
Segundo a Emdhap, até agosto foram construídos 6.261 metros quadrados de muro de arrimo no Jardim Gilda, o que correspondia a 296 casas das 951 unidades. Também haviam sido erguidos 14.265 metros quadrados de frente e 4.620 metros quadrados de esquina e lateral.

Ainda de acordo com a autarquia, a construção acontece conforme o combinado e programado em reunião com os mutuários, da qual também participaram representantes da Secretaria de Habitação. Cabe à Emdhap disponibilizar equipamentos, materiais e profissionais para a edificação dos muros de arrimo e o acompanhamento da construção dos muros de divisa executados pelos moradores.

Quanto ao prazo para o término das obras, a empresa municipal afirma que o fato de alguns moradores ampliarem suas casas sem acompanhamento técnico acaba atrasando o cronograma estabelecido, por impedir a entrada da máquina que abre as valetas dos muros de arrimo. A autarquia salienta que são beneficiadas com os muros somente as famílias contempladas em sorteio ou removidas de áreas de risco pela Defesa Civil de Piracicaba.

As unidades habitacionais do Jardim Gilda contam com água, luz, esgoto e pavimentação asfáltica. Cada casa possui 43 metros quadrados de área construída e é dividida em dois quartos, sala, cozinha e banheiro.

RECUSAS
A reunião desta quarta-feira teve de ser realizada num local improvisado, já que foram negados a José Pedro o uso das escolas estadual e municipal do Jardim Gilda. "Nós deveríamos estar fazendo a reunião lá na escola municipal, com bancos e microfone, mas, infelizmente, o secretário de Educação, Gabriel Ferrato, negou as instalações da escola pública para que fizéssemos a reunião lá", relatou o parlamentar.

"Aí, perguntei para a diretora se ela poderia estar cedendo a escola estadual. Num primeiro momento, ela cedeu, mas ontem, por motivos que não sabemos, pessoas fizeram pressão em cima da diretora ––tanto é que ela teve que fazer um boletim de ocorrência impedindo a cessão do espaço para podermos conversar. Mas nada nos impede de continuar", explicou José Pedro, que, diante das recusas, optou por realizar a reunião na quadra da escola estadual do bairro, mesmo sem ter microfone e com a população tendo de permanecer em pé.

 

TEXTO: Ricardo Vasques / MTB 49.918

FOTOS: Fabrice Desmonts / MTB 22.946



Texto:  Ricardo Vasques - MTB 49.918


Legislativo José Pedro

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