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24 DE AGOSTO DE 2020

Doutora em educação orienta sobre sinais e tratamento do autismo


Marilice Melo, professora e doutora em educação, participou da live da última sexta-feira (21) do programa Parlamento Aberto.



EM PIRACICABA (SP)  

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Em janeiro de 2020 foi sancionada a lei 13.977/2020, conhecida popularmente como lei Romeo Mion, que garante, entre outras coisas, o atendimento prioritário e atenção integral de pessoas com TEA (Transtorno do Espectro Autista) a partir da apresentação Carteira de Identificação da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista (Ciptea).

A lei evidencia um assunto que não é abordado com frequência, mesmo que, de acordo com estatísticas, uma em cada 54 crianças tenha autismo. Para esclarecer esse tema, a professora e doutora em educação Marilice Melo falou sobre os sinais e o tratamento do TEA na live da última sexta-feira (21) do programa Parlamento Aberto.

De acordo com Marilice, o autismo é um transtorno neurológico que causa desordens persistentes, principalmente na interação social, comunicação e no comportamento repetitivo e estereotipado. Em 81% dos casos, o TEA é herdado dos pais.

“Esses déficits precisam ser observados desde o nascimento. Nos primeiros meses de vida da criança já é possível perceber algo diferente”, disse.

A falta de interação do bebê com a mãe no momento da amamentação, a ausência de contato em brincadeiras e a repetição de padrões comportamentais que afastam a criança do convívio social são exemplos de sinais do autismo segundo a doutora em educação. Nesse processo, Marilice enfatizou que a intuição da mãe sobre os indícios é muito importante e deve ser levada em consideração.

“Algumas mães dizem ‘parece que eu não existo para o meu filho’ porque quando tentam entrar em contato com o filho quando ele está brincando, fazendo alguma coisa, ele não percebe, não responde, não olha”, comentou Marilice.

Ao identificar esses traços, a mãe deve procurar, primeiramente, um pediatra, que irá indicar outros profissionais, como psicólogos, terapeutas ocupacionais, fonoaudiólogos, por exemplo, que também contribuirão com avaliações para a criação de um laudo médico da criança. Com o laudo, a mãe obterá informações suficientes para iniciar o tratamento de seu filho de acordo com o nível e especificidades do autismo que ele possui.

Ela pontuou que há três níveis de autismo, segundo o DSM-5 (Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais). No primeiro nível, a criança apresenta poucas evidências do autismo e consegue desenvolver a maior parte das atividades sem auxílio. No segundo nível, enquadram-se crianças com dificuldades para a realização de certas ações e, no terceiro, pessoas totalmente dependentes dos pais ou cuidadores.

Segundo Marilice Melo, mesmo sem influenciar tanto na vida do indivíduo, o nível 1 é preocupante, pois, em muitos casos, as características do transtorno do espectro autista são confundidas com atributos da personalidade. Neste sentido, ela disse que é importante que as pessoas que têm conhecimento sobre as particularidades do autismo busquem se aproximar de quem não possuem instrução sobre o tema para orientá-los.

“Conhecer especificidades do autismo, mesmo que você não seja especialista, é bom para orientar as pessoas que tem essa barreira. Dá para você ajudar sabendo, conhecendo quem na cidade trabalha com isso, são formas de você contribuir”, afirmou Marilice.

ACESSE O CONTEÚDO
As lives do programa Parlamento Aberto são realizadas no perfil do Instagram, que pode ser acessado em @parlamento_aberto.

As entrevistas também podem ser conferidas no canal do YouTube do Departamento de Comunicação da Câmara de Vereadores de Piracicaba e, ainda, no podcast produzido pela Rádio Câmara Web.

Para receber as informações do Parlamento Aberto direto no celular, cadastre-se na lista de transmissão do Whatsapp, neste link.



Texto:  Larissa Souza
Revisão:  Erich Vallim Vicente - MTB 40.337


Parlamento Aberto

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