As questões retratadas no curta “Homem ao Mar” foram detalhadas pelo cineasta Gabriel Ávila, diretor e roteirista do curta, na live desta quinta-feira (1) do Parlamento Aberto. Gabriel destacou pontos que norteiam o curta como a busca pela aceitação e a trajetória em direção a realização pessoal, apontando a relação dos personagens e de sua própria história de vida com a temática.

“Homem ao Mar” é produzido pela Rubro filmes, criada por Gabriel Ávila e Cris Mendes. O curta conta a história de um homem que foi diagnosticado com uma grave doença e a descoberta o estimula a iniciar um processo de procura pelo seu “verdadeiro eu”. A produção foi selecionada no Indo American International Festival of World Cinema, festival realizado na Índia.

De acordo com Gabriel, um dos pontos em evidência na produção é “a auto aceitação e libertação das amarras sociais”. O tópico trata da vivência LGBT e da dificuldade de aceitação em meio a imposição de papéis sociais.

“É importante trazer essas representações que não sejam caricatas e que não mostrem a pessoa sendo violentada, no local de vítima. É importante falar que o Brasil é o local que mais mata LGBT’s do mundo, a gente não pode ignorar esse fato, mas nós LBGT também conseguimos ter carreiras de sucesso, ter outras histórias que não só um fim trágico”, disse Ávila.

O diretor comentou sobre o significado da figura do “mar” na produção. Ele explicou que o mar simboliza o campo emocional do personagem e seu retorno “para casa”. “Quando ele se entrega para o mar, para aquela imensidão, ele se liberta”, disse.

A produção, que mistura imagens do litoral com o interior, evidencia paisagens tradicionais que caracterizam o interior de São Paulo e que, para Gabriel, também contam a sua história. “Eu vejo o fato de ele sair da cidade e ir para outra como um reflexo da minha própria trajetória, por eu ter saído da cidade, ter tentado me encontrar e depois ter voltado para Piracicaba”, contou.

Durante a live, Gabriel falou sobre a importância da criação de políticas públicas de auxílio aos produtores. Para ele, o investimento na área deve ser ampliado e facilitado para que seja possível o desenvolvimento de projetos nacionais sem o uso de recursos de emergência como rifas.

“A gente precisa fortalecer a nossa área, demandas, pautas, precisamos desse respaldo. O cinema é uma arte de resistência histórica no Brasil, não seria diferente no interior”, afirmou.

O curta “Homem ao Mar” foi exibido, no dia 1º de julho, na Mostra Rotações e Transversalidades do 2º Encontro do Icine Forum. A produção ainda não está disponível nas plataformas digitais. Informações sobre as próximas mostras do curta podem ser encontradas pelo endereço @homemaomar.

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As lives do programa Parlamento Aberto são realizadas no perfil do Instagram, que pode ser acessado em @parlamento_aberto.

As entrevistas também podem ser conferidas no canal do YouTube do Departamento de Comunicação da Câmara de Vereadores de Piracicaba e, ainda, no podcast produzido pela Rádio Câmara Web.

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