
13 DE ABRIL DE 2021
A coordenadora do Centro de Referência de Atendimento a Mulher (CRAM), Marilda Soares concedeu entrevista ao Parlamento Aberto
Fazer o atendimento, acolhimento e orientação às mulheres que são vítimas de violência doméstica, visando sempre a promoção da mulher, a autopercepção e a autodeterminação para que ela rompa com o ciclo de violência é o trabalho do Centro de Referência de Atendimento a Mulher, o CRAM. Marilda Soares, coordenadora do CRAM participou de live do Parlamento Aberto, nesta terça-feira (13), para falar sobre os desafios da nova gestão do Centro de Referência a Mulher.
Marilda Soares é professora de história e filosofia e trabalhou por quatro anos como assessora parlamentar da então vereadora Nancy Thame (PV). A coordenadora do CRAM relatou que durante este período teve a oportunidade de participar da elaboração de uma série de proposituras voltadas para emancipação, proteção e acolhimento da mulher, principalmente proposituras voltadas para mulher em situação de violência.
Na live, Marilda Soares explicou como funciona o apoio no CRAM, onde o primeiro atendimento é sempre presencial quando a mulher em situação de violência vai espontaneamente ou é encaminhada pelos órgãos que compõem o Grupo de Trabalho “Rede de Atendimento e Proteção às Mulheres de Piracicaba”. Segundo ela, a Delegacia de Defesa da Mulher (DDM) é o órgão que mais encaminha mulheres ao CRAM.
No Centro de Referência de Atendimento a Mulher, a primeira aproximação faz o acolhimento e a escuta qualificada, pois a mulher precisa estabelecer uma conexão e expor o que está acontecendo. Marilda Soares explica que é feito um trabalho de atendimento psicossocial e de orientação sociojurídica. Após o primeiro acolhimento e escuta qualificada, é traçado com a mulher um plano de acompanhamento, caso ela queria passar por tal processo.
“Quando é elaborado esse plano, faz-se uma reflexão de como é o ciclo da violência, como ele se mostra, quais os procedimentos jurídicos para romper esse ciclo, qual o desenvolvimento emocional para superar essa situação de violência”, detalhou a coordenadora do CRAM. Segundo Marilda Soares, desde a criação do serviço, mais de mil casos foram atendidos, entre casos referenciados (mulheres que passam pelos períodos mais longos) e pontuais (mulheres que não decidem voltar para o acompanhamento do CRAM). Foram 192 atendimentos, sendo 142 referenciados, somente nos primeiros meses de 2021”, destacou.
De acordo com a coordenadora do CRAM, faltam condições para as mulheres quebrarem o ciclo de violência em que vivem. Para ela, é fundamental que exista uma política pública integrada, que tenha um olhar para questão da moradia, do trabalho, da afirmação e saúde física e mental da mulher em situação de violência. “A gente tem que pensar em políticas públicas considerando o conceito de interseccionalidade, pois o problema nunca acontece isoladamente, ele é sempre fruto de uma conjuntura bastante complexa. Precisamos pensar na perspectiva da insterseccionalidade para buscar soluções na perspectiva da intersetoriariedade”, disse.
Quando é avaliado que a mulher está em risco iminente de morte, ela é encaminhada para uma Casa Abrigo. O município tem uma parceria com uma Casa fora da cidade. Na entrevista, a coordenadora do CRAM informou que está sendo articulado com outros órgãos a possibilidade de repensar o modelo da Casa Abrigo e sua instalação em Piracicaba. “Diante da demanda que foi apresentada, é necessário que se faça uma avaliação da viabilidade técnica e da viabilidade financeira para essa implantação”, afirmou.
O CRAM atende de segunda a sexta-feira, das 8h às 17h. Rua Coronel João Mendes Pereira de Almeida, 230 - Nova América. Telefone (19) 3374-7499.
ACESSE O CONTEÚDO
As lives do programa Parlamento Aberto são realizadas no perfil do Instagram, que pode ser acessado em @parlamento_aberto. As entrevistas também podem ser conferidas no canal do YouTube do Departamento de Comunicação da Câmara de Vereadores de Piracicaba.
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