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19 DE JUNHO DE 2019

Depoimentos e palestras marcam o Dia Mundial da Anemia Falciforme


Evento realizado no salão nobre da Câmara teve a participação de médicos e especialistas, conforme iniciativa respaldada pelo gabinete do vereador Paulo Campos



EM PIRACICABA (SP)  

Paulo Campos

Paulo Campos

Antonio Ananias

Antonio Ananias
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Lineu Cardoso

Lineu Cardoso
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Ana Maria

Ana Maria
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Vanderlei Bastos

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Samara Santos

Samara Santos
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Paulo Campos



"Há três meses aguardo por uma consulta com o médico especialista para avaliar a evolução do quadro de anemia falciforme de minha filha, que está com 20 anos e desde os quatro anos sofre com esta doença, toma 12 comprimidos por dia e faz inúmeras transfusões de sangue". Este foi a síntese do relato de Adriana, mãe da Larissa, que ocupou uma, das 240 poltronas do salão nobre "Helly de Campos Melges", na noite desta quarta-feira (19), das 19 às 22h30, no ciclo de palestras a que o vereador Paulo Campos (PSD) promoveu na Câmara para marcar o Dia Mundial de Conscientização da Doença Falciforme (19 de junho). 

A iniciativa de Paulo Campos reforça legislação local, de autoria do ex-vereador João Manoel dos Santos (PTB), na criação de legislação específica que criou o Programa Municipal de Acompanhamento da Anemia Falciforme e, implantação de parceria com a Secretaria Municipal de Saúde, no ambulatório para detecção e tratamento de anemias falciforme e outros distúrbios das homoglobinas humanas, que estava instalada na rua Sérgio Cardoso,185, bairro Alvorada, sendo que nos dias atuais este atendimento é garantido à população no Ambulatório Central de Especialidades, atrás do Mercadão Municipal, no centro de Piracicaba. 

Na coordenação dos trabalhos desta noite, o vereador Paulo Campos contou com a presença do médico pediatra, Antonio Ananias Filho, que discorreu sobre a evolução histórica da anemia falciforme, surgida em países centrais do continente africano, bem como discorreu sobre as caraterísticas físicas, de como as hemáceas, em forma de foice entopem veias e artérias, provocando o cansaço, as lesões dermatólógicas e outras manifestações com fortes dores pelo corpo. 

O médico hematologista, Lineu Cardoso, especialista no tema discorreu sobre os programas e políticas municipais que norteiam o tratamento e acompanhamento dos casos de anemia em Piracicaba, de pontuar sobre a evolução da doeneça e os avanços do setor. Além de defender a retomada de programa que possa melhor atender estes cidadãos e, que outros profissionais da saúde sejam envolvidos nesta ação. 

A nutricionista Samara Santos, que trabalha na cidade de Rio Claro foi uma das palestrantes principais no evento e, abordou sobre o teor de sua pesquisa de mestrado, tendo como foco a anamia falciforme, em dados que apontam a necessidade de uma equipe multidisciplinar para respaldar as pessoas acometidas por esta anomalia.

A palestrante seguinte, Ana Maria Feliciano, nutricionista ambulatorial, piracicabana e que também trabalha em Rio Claro falou na condição de conviver com a anemia falciforme deste os quatro anos de idade, sendo que atualmente está com 44 anos. E, citou a trajetória de sofrimento e dor em buca de socorro médico, passando por transfusões e outros procedimentos que hoje lhe garantem a sobrevivência. 

O auxiliar de enfermagem, Vanderlei Bastos também integrou a formação da mesa diretiva dos trabalhos e coordenou os debates, acolhendo as inúmeras considerações que surgiram das discussões, que apontaram sobre a urgência de Piracicaba restabelecer o Programa Municipal de Acompanhamento das Pessoas com Anemia Falciforme. Bastos também falou de sua atuação na área da saúde e de quando tomou ciência sobre uma doença que não conhecia. 

O vereador Paulo Campos encerrou o evento parabenizando a presença de todos, especialmente dos médicos e especialistas, além das palestrantes e das pessoas que fizeram depoimentos pessoais para registrar o seu sofrimento, bem como de familiares acometidos pela doença. 

O parlamentar também reiterou a importância da Câmara dar continuidade nos trabalhos de divulgação, além de envolver outros municípios da região para também reforçarem os programas de proteção em defesa destes cidadãos. 

Dia Mundial 

A Assembleia Geral das Nações Unidas estabeleceu o dia 19 de junho como o Dia Mundial de Conscientização sobre a Doença Falciforme, com o objetivo de dar visibilidade e reduzir as taxas de morbidade e mortalidade da doença. Apesar de existirem cerca de 60 mil pessoas no Brasil vivendo com Doença Falciforme, poucas pessoas conhecem ou já ouviram falar sobre ela.

A Doença Falciforme (DF) é genética e hereditária, caracterizada por uma alteração nos glóbulos vermelhos do sangue (hemácias). Na pessoa com DF, em período de crise, a hemácia modica o seu formato: de arredondada para o formato de foice, o que acaba dificultando a circulação de oxigênio nos tecidos. Os principais sinais da doença são dores crônicas, infecções e icterícia, e ocorrem já no primeiro ano de vida.

Apesar de particularidades que as distinguem e de graus variados de gravidade, as diferentes formas da DF caracterizam-se por numerosas complicações que podem afetar quase todos os órgãos e sistemas, com expressiva morbidade, redução da capacidade de trabalho e da expectativa de vida, necessitando de identificação e tratamento precoce. 

Identificada precocemente na triagem neonatal, no teste do pezinho, na Atenção Básica, o exame de eletroforese de hemoglobina que identifica a doença, também é preconizado para todas as gestantes pela Rede Cegonha, e na triagem de doadores de sangue.

Entretanto, a partir do 4º mês de vida qualquer pessoa pode ter acesso ao exame. É crucial que o tratamento seja iniciado o mais cedo possível. Segundo o Programa Nacional de Triagem Neonatal – PNTN/MS, em 2015, foram diagnosticados 1.149 casos novos de doença falciforme e 65.796 heterozigotos para Hemoglobina S (traço falciforme – não tem a doença, mas precisa de orientação genética). Apenas 20% destas crianças atingem os cinco anos de idade caso não recebam o devido tratamento.

Toda a medicação necessária para minimizar as complicações da doença, e melhorar a qualidade de vida dessas pessoas, é oferecida pelo Sistema Único de Saúde (ácido fólico, analgésicos, antinflamatórios e antibióticos). Através de compra centralizada, o Ministério da Saúde disponibiliza a penicilina oral, medicamento usado para evitar possíveis infecções oportunistas, e que deve ser tomado todos os dias, até os cinco anos de vida.

O exame preventivo de Dopller Trancraniano que identifica o risco de AVC em pessoas com DF, de 02 a 17 anos, também é ofertado na rede pública. Todos os estados brasileiros possuem pelo menos um centro especializado para atender a pessoa com doença falciforme que deve ser matriculada em um programa de atenção integral. Atualmente, o SUS passou a realizar o transplante de medula óssea para pessoas com DF até 16 anos e que atendam aos critérios clínicos.

A busca por visibilidade à Doença Falciforme foi uma luta do movimento negro e pelas pessoas com a doença, organizadas em associações. A predominância da doença é maior entre pretos e pardos, mas não é exclusiva desse grupo populacional.

Links úteis e mais informações:
Política Nacional de Atenção Integral às Pessoas com Doença Falciforme: Portaria n° 1.391 MS/GM. 



Texto:  Martim Vieira - MTB 21.939


Saúde Paulo Campos

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