Ex-vereadora, personalidade piracicabana e liderança preocupada com as questões sociais, “Madalena Leite” foi eternizada no Centro Comunitário do Bairro Boa Esperança, onde atuou por toda a sua vida. O projeto de lei 77/2021, do vereador Cassio Luiz Barbosa, o Cassio “Fala Pira”, foi aprovado, na segunda-feira (20), durante a 32a reunião ordinária da Câmara Municipal de Piracicaba.

“O objetivo é homenagear a memória de forma pública de Madalena pelos relevantes trabalhos para a sua comunidade”, pontua, no texto do PL, Cássio “Fala Pira”. A propositura tem coautoria do vereador Paulo Camolesi (PDT).

Nascido em 27 de dezembro como Luis Antonio Leite de Moura, tornou-se mais conhecida como “Madalena”, a primeira travesti a se tornar vereadora na história de nossa cidade. “Foi uma das figuras mais populares e querida para nós, piracicabanos”, salienta Cassio Luiz, ao enfatizar que ela sempre teve jeito humilde, sorriso contagiante e modo único de ser, de andar, “sempre chamando a atenção das pessoas pelas ruas com brincadeiras com todos que por ela passavam.”

Madalena trabalhou desde a adolescência como cozinheira e faxineira em casas de família e repartições públicas. Como líder social, foi presidente do centro comunitário do bairro Boa Esperança e foi candidata a vereadora seis vezes (1988, 1992, 1994, 2004, 2008, 2012, 2020), mas somente em 2012 obteve 3.035 votos, o que a fez ocupar uma cadeira na Câmara Municipal de Piracicaba.

O nome de batismo foi substituído por Madalena quando tinha 15 anos, já assumido como homossexual. “Eu trabalhava de faxineira com a minha mãe em uma república chamada Canecão e os moradores fizeram um concurso para escolher um nome de mulher para mim. Aí, ganhou Madalena. Eu gostei e ficou o nome”, relembrou a vereadora, quando chegou no Legislativo piracicabano, em 2013.

Ela foi a vereadora que teve o segundo melhor desempenho do PSDB nas eleições, levando a bagagem de 25 anos como líder comunitária.