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24 DE MAIO DE 2013

Capitão Gomes leva à tribuna reflexões sobre a política


Em um discurso contundente, o vereador Carlos Gomes da Silva (PP) fez uma análise de vários aspectos que permeiam a política. Nos 10 minutos em que usou a tribuna, (...)



EM PIRACICABA (SP)  

Foto: Fabrice Desmonts - MTB 22.946 Salvar imagem em alta resolução


Em um discurso contundente, o vereador Carlos Gomes da Silva (PP) fez uma análise de vários aspectos que permeiam a política. Nos 10 minutos em que usou a tribuna, durante reunião ordinária na noite desta quinta-feira (23), ele refletiu sobre coligações firmadas em eleições, divergências ideológicas, planos de governos e relacionamento entre situação e oposição.

Capitão Gomes iniciou falando sobre apoios políticos. "Saí abraçado com meus amigos Barjas Negri e Gabriel Ferrato nas campanhas em que optei por apoiá-los quando candidatos a prefeito. Cometi algum pecado?", perguntou, retoricamente, antes de continuar o assunto com um exemplo da política nacional. "Em 2002, quando da campanha de Paulo Maluf em Piracicaba, também saí em foto abraçado a ele, que era presidente do Partido Progressista. O Lula também o abraçou quando o Maluf lhe deu apoio para a vitória de Fernando Haddad a prefeito de São Paulo."

"Não vejo nenhum demérito nisso. O ditador popular "Diga-me com quem andas e te direi quem és" para mim não tem valor nenhum. Eu sou o que sou, você é o que você é. Amigo que é amigo é amigo na alegria e na desgraça. Em 1995, deixei a vida militar, após 35 anos de serviços ao Exército Brasileiro, do qual saí sem cometer nenhum ato desonroso. Atualmente, estou na reserva e não me envergonho, em nenhum momento, da farda que vesti. Troquei a farda pelo traje civil, mas não perdi os direitos que a lei me confere. A autoridade que o militar tem não está na farda que veste, mas na sua honra, caráter, história e alma", refletiu Capitão Gomes.

O vereador comentou sobre as propostas que levam à composição do Plano Plurianual do Município. "Quando se faz um plano de governo, as ideias dos candidatos e dos que o apoiaram resultam no PPA. Assim, tanto o Gabriel Ferrato como os outros candidatos, juntamente com seus candidatos a vereador, fizeram seus planos de governo e foram para a disputa, da qual o Gabriel Ferrato saiu vencedor. Algumas emendas que foram apresentadas ao PPA foram promessas que os outros candidatos iriam cumprir se um deles fosse eleito prefeito, embora, mesmo não incluídas no PPA, não quer dizer que elas não serão cumpridas."

MARKETING POLÍTICO
Capitão Gomes também fez uma análise sobre a conduta dos vereadores durante as reuniões ordinárias. "É cada vez mais comum o uso desta tribuna para afirmar posições políticas e, é claro, para se ganhar visibilidade e promoção pessoal. Isso é sabedoria política, jogada de marketing; é saber aproveitar os meios de comunicação para ser visto. Bordões são marcas fortes, pessoais e intransferíveis: cai no ridículo aquele que quer tomar para si uma coisa que não é sua."

O parlamentar disse que, "na vida pública, são normais os discursos fortes, agressivos e que chamam a atenção, como em ocasiões em que o exagero da fala demanda conflitos e exige pedidos de esclarecimentos". "Mas nada que nos torne inimigos: não somos inimigos, como querem fazer crer aí fora. Respeitamos, mas queremos ser respeitados: essa é a verdadeira democracia", complementou o vereador.

Capitão Gomes pediu que "se entendesse a situação política" da Câmara atualmente. "A oposição é minoria e o Gabriel Ferrato, que foi vitorioso nas eleições, tem consolidada a maioria. Isso favorece as ações do Executivo, mas não dá a ninguém o direito de nos chamar de "cabresto", tampouco sermos tachados como "amigos do rei". Os vereadores da base aliada sabem que em nossas reuniões as coisas não são resolvidas na base "do abraço e do cafezinho". Lá, há o debate político e de ideias."

O vereador fez uma comparação para explicitar seu ponto de vista. "Veja o inverso da situação: se qualquer outro candidato, e não o Gabriel Ferrato, fosse eleito prefeito e conseguisse a maioria nesta Casa, nós, em menor número, estaríamos passando pela mesma situação que a da oposição neste momento. É o jogo político."

"Agora, outra situação: caso qualquer outro candidato fosse eleito prefeito com esta Casa formada pelos vereadores que hoje aqui estão, para nós ––a maioria––, que não apoiamos esse candidato, seria uma situação bem vantajosa. Em menor número, os eleitos, que o apoiaram, teriam um trabalho muito mais difícil. Certamente, não haveria a agressividade e a hostilidade nem comigo, nem com qualquer outro vereador. Os discursos seriam menos inflamados e mais amenos. Isso porque eles [da situação] não teriam votos suficientes para aprovar qualquer projeto, então haveria o momento do agrado. Essa é a realidade dos fatos", continuou Capitão Gomes.

O vereador concluiu sua fala pedindo à população que "busque sua própria verdade". "Afinal de contas, com quem está a verdade? Não fique com a minha verdade, com a verdade deste ou daquele. Jesus já dizia: "Procure a verdade, e ela o libertará". Vou dizer algo que venho repetindo constantemente: ninguém se levanta de manhã, benze-se e jura de pé junto: "A partir de hoje, vou virar santo". Pode até virar, mas as marcas do passado ficam."

 

TEXTO: Ricardo Vasques / MTB 49.918

FOTO: Fabrice Desmonts / MTB 22.946



Texto:  Ricardo Vasques - MTB 49.918


Legislativo Carlos Gomes da Silva

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