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02 DE FEVEREIRO DE 2012

Capitão Gomes condena ação no Pinheirinho, em São José dos Campos


O vereador Carlos Gomes da Silva, o Capitão Gomes (PP), classificou de "violenta e fora de hora" a operação de desocupação de terreno no Pinheirinho, em São José do (...)



EM PIRACICABA (SP)  

Foto: Fabrice Desmonts - MTB 22.946 Salvar imagem em alta resolução


O vereador Carlos Gomes da Silva, o Capitão Gomes (PP), classificou de "violenta e fora de hora" a operação de desocupação de terreno no Pinheirinho, em São José dos Campos (SP), ocorrida em 23 de janeiro. Cerca de 1,8 mil homens da Polícia Militar de São Paulo foram acionados para retirar as 9 mil pessoas que viviam há sete anos na área. O terreno integra a massa falida da empresa Selecta, do investidor Naji Nahas. O episódio foi marcado por cenas de violência contra os moradores.

Na avaliação de Capitão Gomes, a ação "expôs publicamente a incompetência generalizada dos poderes constituídos", com falhas da Prefeitura de São José dos Campos, do Judiciário e da Polícia Militar. Segundo o vereador, a lei "favoreceu o poder econômico em detrimento dos menos favorecidos pela sorte". "Ainda que sejam invasores de um bem que não lhes pertencia, são seres humanos que, ao longo de suas vidas, sempre foram indefesos e desprotegidos", analisou o parlamentar, em artigo divulgado nas redes sociais e publicado na edição desta quarta-feira (1º) do jornal "A Tribuna Piracicabana". "O correto mesmo seria antecipar a construção das moradias para as famílias que seriam atingidas e, posteriormente, sem confronto e com festa, a transferência para suas novas residências", sugeriu o vereador.

Leia, abaixo, a íntegra do artigo de Capitão Gomes.

OPERAÇÃO PINHEIRINHO!
Nesta última segunda-feira [23], na cidade de São José dos Campos, a reintegração de posse da favela Pinheirinho expôs publicamente a incompetência generalizada dos poderes constituídos. Falhou o Executivo Municipal, falhou o Judiciário e falhou a Polícia Militar. O Judiciário, exercendo o poder de fazer cumprir a lei, autorizou a reintegração de posse de um terreno que, segundo foi divulgado pela imprensa, pertence a um mega devedor dos cofres públicos que, além do mais, já causou enormes prejuízos a muitos cidadãos. A lei é cega... mas é lei e, como tal, infelizmente, favoreceu o poder econômico em detrimento dos menos favorecidos pela sorte. Ainda que sejam invasores de um bem que não lhes pertencia, são seres humanos que, ao longo de suas vidas, sempre foram indefesos e desprotegidos. São homens, mulheres, crianças, idosos e doentes que, ao contrário do dono do terreno, não tiveram a felicidade de nascerem em berço de ouro e, muito menos, se enriquecerem à custa do sofrimento alheio. O Executivo luziu a sua incompetência. Esqueceu-se do juramento que se faz ao assumir o governo, que é o de lutar e defender os interesses do povo que o elegeu. Antes da desocupação, estúpida, violenta e fora de hora, deveria, isso sim, construir as  moradias para alojar aquela sofrida população. E, se é que é verdade, penalizar o proprietário, desapropriando o imóvel para amortizar os tributos municipais sobre ele incidentes. E as forças de segurança? Já está na hora de algum comandante corajoso chamar para si a responsabilidade e colocar as autoridades em seu devido lugar. Lógico que é dever da polícia cumprir uma determinação judicial. Mas é preciso colocar-se também do outro lado do campo de batalha e sentir, na pele, o drama da população a ser despejada. É a velha pergunta que ninguém tem coragem de fazer: "tirar eu tiro... tenho homens armados, treinados, valentes e, ainda que mal pagos, vou fazer cumprir a lei. Mas, onde vamos colocar essa gente... senhor juiz, senhor prefeito... vamos criar um problema maior ainda para a sociedade. O trabalhador honesto, injustiçado e ferido passa a ser um inimigo em potencial". E quem assistiu pela TV pode ver que a guerrilha urbana está surgindo... devagar, mas está surgindo. Cuidado! A política rasteira está insuflando a discórdia e os governantes estão assistindo de camarote. Depois será muito tarde para chorar o leite derramado. O correto mesmo seria antecipar a construção das moradias para as famílias que seriam atingidas e, posteriormente, sem confronto e com festa, a transferência para suas novas residências. Dignidade, compreensão, amor e partilha. A cidade de São José dos Campos está de luto, envergonhada pela estupidez daqueles que têm a obrigação de defender a população e, lamentavelmente, não o fizeram. Não estamos aqui incentivando a invasão de bens, sejam públicos ou particulares. Mas, como diz o ditado popular, "quem tem... cuida"! Finalmente, como o mundo dá voltas, é bom lembrar... outubro está aí. Fiquem espertos!

 

TEXTO: Ricardo Vasques / MTB 49.918 (com informações da Agência Brasil)

FOTO: Fabrice Desmonts / MTB 22.946



Texto:  Ricardo Vasques - MTB 49.918


Legislativo Carlos Gomes da Silva

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