Projeto de lei de autoria do vereador José Antonio Fernandes Paiva (PT), aprovado na reunião ordinária de ontem (1) denomina de "Antonio Lorival Spadoto - Totinho", Cidadão Prestante, a Rua 02 (dois) do loteamento Residencial Altos do Taquaral, no bairro Pompéia, que faleceu aos 66 anos de idade, no dia 07 de maio de 2011, deixando a esposa Julene Felippe Spadoto, os filhos Alessandra e Adriano.
 
Na defesa do projeto, o vereador Paiva mostra que a propositura tem por objetivo homenagear a memória do eterno amigo "Antonio Lorival Spadoto - Totinho", que nasceu em Piracicaba, no antigo distrito de Saltinho, hoje município de Saltinho, no dia 03 de julho de 1944, filho de Ângelo Spadoto e de Libera Picoli Spadoto.

Antonio Lorival Spadoto, o conhecido Totinho mudou-se ainda criança do distrito de Saltinho – hoje município  -  para o bairro alto, onde viveu a maior parte da sua vida. Muito jovem Totinho já demonstrava seu espírito de liderança e grande aptidão para a prática do futebol, esse esporte que é uma grande paixão nacional. Começou sua carreira futebolística no tradicional clube varzeano de Piracicaba, o E. C. Paulistano da cidade alta, ganhando destaque depois no disputado campeonato amador piracicabano da época, onde defendeu outra tradicional equipe, o "Palmeirinhas" também da cidade alta, sendo considerado um dos principais ponta-esquerda do final da década de sessenta, na cidade de Piracicaba.

Totinho chegou a se profissionalizar, atuando algumas partidas pelo exitnto clube Grão São João de Limeira, onde precocemente teve que abandonar uma carreira, que se prenunciava brilhante, devido a uma contusão no joelho.

A desilusão de ter que abandonar a prática do futebol, não impediu que Totinho continuasse a se dedicar, a essa que seria a sua grande paixão para o resto da vida. Dessa forma, dedicou-se a cuidar das categorias inferiores do seu querido Paulistano e mais tarde a organizar e arbitrar jogos dos campeonatos de futebol social em diversos clubes da cidade, entre eles o Bela Vista Nauti Clube, o Ítalo Brasileiro, o Cristóvão Colombo. Sua competência como juiz de futebol o levaram, inclusive, a arbitrar jogos da federação paulista, carreira que não quis seguir.

Os céus não poderiam ser tão ingratos com Totinho e, já cinqüentão, recebeu a recompensa por tanto esforço e amor pelo esporte mais querido dos brasileiros, seu filho Adriano Spadoto sempre incentivado pelo pai, conseguiu o sucesso – que certamente ele também teria – vindo a jogar em grandes clubes brasileiros e do exterior, destacando-se no Santa Cruz do Recife, onde foi eleito o melhor lateral esquerdo da Série B-2003, no Sport F. C. do Recife, F. C. Thun da Suíça, clube pelo qual disputou a Liga dos Campeões e Copa UEFA 2005, considerados dois dos principais campeonatos do mundo.

Ainda que sua grande paixão fosse o futebol, Totinho destacou-se mesmo como profissional, atuando no comércio piracicabano desde a sua adolescência até aposentar-se. Foi na saudosa casa de calçados Nely,  que Totinho iniciou sua exitosa carreira como comerciário, passando depois pela Portalarga, Loja Marilu e Cinderela, onde trabalhou mais tempo e aposentou-se, como um dos mais competentes e querido gerente de vendas do comércio piracicabano. Sua filha Alessandra, seguindo os passos do pai, se destaca hoje no comércio no ramo de fotografia, como proprietária da empresa Objetiva Fotografia.

Foi trabalhando no comércio e militando no esporte que Totinho conquistou a simpatia de centenas de amigos, em virtude da hostilidade, competência, dono de uma verve e capacidade de comunicar-se incomum, próprias das grandes lideranças. Essa liderança e alegria, Totinho, generosamente, semeava em todos os bairros e pontos de encontros da cidade que freqüentava. Ele certamente ficará para sempre na lembrança dos seus amigos e entes queridos, mas um cidadão como o Sr. Antonio Lorival Spadoto merece ser imortalizado pela cidade que o viu nascer. É por essa razão e, em particular, a pedido dos amigos e moradores da cidade alta, onde ele passou a maior parte da sua existência, que a Câmara de Vereadores de Piracicaba, propõe que seja denominada rua Antonio Lorival Spadoto "TOTINHO".

O ponta-esquerda do Palmeirinhas da Cidade Alta, tinha vários codinomes como "Seo Tote", "Cabeção" para os colegas do E.C. Paulistano e para os amigos da Sapucaia, "Totinho" da Cinderela, do Bela Vista Nauti clube, do Ítalo-Brasileiro, do Cristóvão Colombo, que marcaram sua passagem insubstituível pelo planeta terra e, Piracicaba foi a cidade abençoada que sediou sua morada. deixou também muita saudade entre os amigos, principalmente a turma da Sapucaia.

Escrito de Rubens Santana de Arruda Leme em homenagem a Totinho

É sete de maio de 2011, sábado, manhã radiante de outono, céu de brigadeiro, dia festivo para Piracicaba, afinal no início da noite o nosso "Quinzão decide com o Guarani, de Campinas, o título campeonato da segunda divisão da Federação Paulista de Futebol (FPF). Acabo de pular da cama e começo minhas orações diante da imagem da minha santa padroeira, Nossa Senhora Aparecida, quando recebo um telefonema comunicando-me o falecimento do nosso grande amigo, Antonio Lorival Spadotto, o querido Totinho da Cinderela, do Bela Vista Nauti Clube, do Ítalo-Brasileiro, do Cristóvão Colombo, ponta-esquerda do Palmeirinhas da Cidade Alta, o "Seo Tote", "O cabeção" para os colegas do E.C. Paulistano e para os amigos da Sapucaia, entre outros codinomes que marcaram a passagem dessa criatura insubstituível pelo planeta terra.

Totinho, pai de família, profissional e amigo exemplar, era também um grande amante do futebol e na juventude, não fosse uma contusão no joelho, tinha tudo para ser um ponta-esquerda (naquele tempo tinha ponta esquerda, agora é ala....) das grandes equipes Brasileiras.

Emblematicamente, nosso velho companheiro faleceu no mesmo dia em que o nosso "Quinzão" conquistou o título da segunda divisão do Campeonato Paulista. Certamente, Totinho, recém chegado ao céu, deve ter comemorado a vitória juntamente com seus amigos que também já se foram, e com os quais ele conviveu no comércio piracicabano, na lendária rua Governador, no Bela Vista, no Ítalo, no Cristóvão, no Paulistano, na confraria da Sapucaia, no Bar do Roque, do Mengatto e em tantos outros bares da vida (não sejamos hipócritas,  é nos bares e similares que a maioria dos brasileiros encontra o seu abrigo, uma palavra amiga, a descontração para a dura batalha do dia a dia, curte as recordações, afoga as suas mágoas, fala de futebol- é a nossa cultura) onde Totinho, com a sua verve, levava a alegria e a confraternização. Obrigado "seo Tote", já deixou saudades.

Nos últimos 30 anos, como diria nosso amigo "Rocão do Correio", o Jamelão da Sapucaia, vivemos momentos inesquecíveis com o "seo Tote", em especial no "nosso cantinho" da rua Silva Jardim esquina com a Moraes Barros, ponto de encontro das nossas alegrias, das nossas tristezas, fiel depositário das nossas inspirações. O tempo no seu inexorável caminhar, aos poucos vai fechando as cortinas desse nosso palco, onde vivemos cenas memoráveis do espetáculo da vida, mas o show tem que continuar. A fé nos dá a esperança de que um dia nos encontraremos todos, em alguma esquina do maravilhoso "condomínio do senhor" e lá relembraremos os dias felizes que juntos vivemos aqui na terra. Enquanto isso aqui "embaixo", nossos filhos (as) netos (as), quem sabe num Centro Cultural com o qual tanto sonhamos, edificado em nosso tradicional ponto de encontro, estarão dando continuidade e esta linda história de convivência entre amigos, da qual Totinho foi um dos principais protagonistas. Adriano, Flavião, Mayara, Claudia (do Zé Beto e do Marquinhos), Ricardo, Danilo, Deivide, Lara, Lucas (do Laércio, do Jurinha, do Gisleno), Luide, Rafael (do Noi e do Waguininho), Camila, Bruno, Yara, Davi, Tiago... breve passaremos os bastões para as suas mãos, porque vocês serão nós amanhã.

Martim Vieira Mtb 21.939
Foto: Fabrice Desmonts Mtb 22.946