
22 DE AGOSTO DE 2013
Ato estadual reuniu delegados e policiais civis, que percorreram as ruas da cidade e usaram o Salão Nobre do Legislativo para clamar por melhorias
João Manoel dos Santos: "Câmara está de portas abertas"
Representantes da Polícia Civil do Estado de São Paulo realizaram na tarde desta quinta-feira (22) a Operação Blecaute, que reivindica a reestruturação das carreiras, recomposição salarial e valorização da categoria. Piracicaba recebeu o quarto ato estadual, que passou pelas ruas centrais da cidade e teve seu encerramento na Câmara de Vereadores.
Ao acolher os delegados e policiais civis, o presidente da Câmara de Piracicaba, vereador João Manoel dos Santos (PTB), lembrou que a manifestação possui identidade própria, é ordeira e merece o respeito do Poder Legislativo. "A Câmara está com as portas abertas, escancaradas. Sabemos que é preciso respeito a estes profissionais, que arriscam suas vidas em nome da segurança", destacou o parlamentar, ao sugerir moção de apelo ao Governo do Estado de São Paulo em nome de todos os vereadores.
A presidente da ADPESP (Associação dos Delegados de Polícia do Estado de São Paulo), Marilda Pansonato Pinheiro, disse que a ação visa conscientizar a sociedade sobre o sucateamento da categoria, que precisa de novas delegacias, viaturas e outros instrumentos de trabalho, além do aumento do efetivo e de remuneração adequada.
Marilda citou que a cada 10 dias a categoria perde um delegado de polícia, que migra para outras regiões em função da baixa remuneração. Ela informou que São Paulo ocupa a 26ª posição no ranking salarial entre os 27 estados. "Viramos fazedores de B.O. (Boletins de Ocorrência), quando deveríamos ser a polícia da inteligência. Somos a melhor polícia do Brasil, mas não conseguimos investigar por causa da falta de compromisso das autoridades estaduais", declarou.
O vereador José Antonio Fernandes Paiva (PT) acompanhou os manifestantes pelas ruas da cidade. O ato teve início na rua São José, seguindo pelas ruas Moraes Barros, Boa Morte, Rangel Pestana e Governador Pedro de Toledo, passando pela praça José Bonifácio e com ponto final na Câmara de Vereadores. "A sociedade civil permanece refém e precisa exigir seus direitos. Não podemos aceitar o desrespeito do governo e a precariedade de uma categoria que deve trabalhar no esclarecimento de crimes e no restabelecimento da segurança. Quem paga a conta é a sociedade."
Paiva destacou que a omissão do governo paulista atinge tanto a infraestrutura, quanto a qualificação e a valorização dos policiais civis. Ele estimou que perto de 1.000 pessoas compareceram ao ato em Piracicaba, que reuniu ainda representantes de outros sindicatos, entre eles o Conespi (Conselho das Entidades Sindicais de Piracicaba).
Os vereadores Gilmar Rotta (PMDB), Laércio Trevisan Jr. (PR), Luiz Arruda (PV) e Matheus Erler (PSC) se mostraram favoráveis às reivindicações da categoria.