
23 DE JANEIRO DE 2015
Irregularidades do asfalto atrapalham o trânsito e colocam os pedestres em risco, já que obrigam os motoristas a executar manobras arriscadas para desviar delas.
Buraco que se abriu em valeta na rua Gusmão Corder, no cruzamento com a rua Pedro Paulo dos Santos, vem danificando a suspensão de ônibus
Eles só mudam de endereço e tamanho, mas são onipresentes na paisagem do Jardim Gilda. Os buracos que pipocam pelas ruas do bairro têm origens distintas (por exemplo, relação com a tubulação de água sob a pavimentação ou má qualidade do asfalto) e atrapalham o trânsito, já que obrigam os motoristas a executarem manobras arriscadas para desviar deles. A dimensão do problema foi constatada pelo vereador Dirceu Alves da Silva (PROS) em visita ao bairro, na manhã desta sexta-feira (23).
Na rua Maria Stengle, a sequência de afundamentos no asfalto torna a via um "campo minado" para os veículos que trafegam por ela. Mesmo durante o dia, é difícil para o motorista enxergar as imperfeições da pavimentação, visto que elas não são propriamente buracos, com areia e pedras se soltando, mas afundamentos bastante acentuados. Tudo isso faz crescer as chances de perda do controle da direção, visto que no trecho a velocidade dos veículos é maior do que o normal, por ser uma descida.
Já na rua Gusmão Corder, dois buracos chamam a atenção pelo tamanho e profundidade. O primeiro tem cerca de quatro metros quadrados e é uma armadilha para quem, vindo da rua Fernando de Oliveira, faz a conversão para descer a via. E o segundo, que se abriu há cerca de dois meses justamente na valeta existente no cruzamento com a rua Pedro Paulo dos Santos, vem danificando os ônibus que percorrem a via, já que é quase inevitável os pneus caírem nele e forçarem a suspensão do veículo.
"É complicado andar com os ônibus no Jardim Gilda. Foram R$ 8 milhões gastos com o asfalto daqui, mas ele não é de boa qualidade", lamenta o operador de máquinas Marcos Pascoal de Oliveira, que vive há seis anos no bairro. "Até hoje, só deu problema esse asfalto. Os ônibus acabam tendo de abaixar para passar por eles, o que muitas vezes faz a suspensão estourar", comenta.
O líder comunitário reclama da omissão do prefeito Gabriel Ferrato (PSDB) diante dos inúmeros pedidos que já foram encaminhados pela população local à atual administração. Para Marcos, a gestão anterior, de Barjas Negri (PSDB), não deixava a situação chegar a esse ponto. "Com o Barjas não havia tantos problemas; já o Ferrato não pega nada para fazer", criticou.
O operador de máquinas aponta a situação da rua das Oliveiras, a única ligação entre a parte alta do Jardim Gilda e o Bosques do Lenheiro, como exemplo do descaso com que a administração Ferrato trata a periferia da cidade. Segundo Marcos, o conserto das duas enormes valetas que se estendem por quase toda a largura da rua e a recuperação das calçadas nos dois lados da via são pedidos pelos moradores há tempos, sem sucesso. O líder comunitário teme pela segurança das cerca de 800 crianças que usam a rua para alcançar as duas creches e a escola estadual do Jardim Gilda.
"Não ficamos de braços cruzados esperando a Prefeitura vir; pelo contrário, nós a procuramos, pedindo providências. Só que o atual prefeito nunca nos atendeu. Mandamos vários ofícios, solicitamos reuniões com o Ferrato, mas parece que ele não gosta de pobres. Chegamos a ir à Prefeitura; ele estava lá e disse que não iria atender. E isso não é só com a gente; ele não está atendendo a cidade inteira. Ele não é um prefeito ruim; ele é péssimo", desabafou Marcos.
"Na rua das Oliveiras é um problema antigo. No ano passado, estivemos aqui e esse asfalto estava totalmente deteriorado. Falei com o Arthur [Ribeiro Neto, secretário municipal de Obras] e o asfalto foi recuperado. Mas a Prefeitura acaba não fazendo um serviço definitivo, pois ali o problema está na tubulação, que não comporta a passagem da água por baixo do asfalto e, por isso, já está começando a estourar novamente, por causa das chuvas. É preciso aumentar a tubulação para resolver esse problema na ligação do Bosques com o Jardim Gilda", comentou Dirceu, que cobrará do Executivo a realização de um "serviço definitivo no local".