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03 DE SETEMBRO DE 2020

Ator defende união da classe artística para enfrentamento da crise


Elson de Belém foi o convidado da live desta quarta-feira (2), no Instagram do Parlamento Aberto.



EM PIRACICABA (SP)  

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Para Elson de Belém a arte é mais do que um instrumento de comunicação, é uma necessidade humana.





Elson de Belém acumula muitas profissões. É palestrante, roteirista, contador de histórias, locutor, colunista, comentarista e produtor cultural, além de ator, diretor teatral e técnico em artes cênicas com vasta experiência pelo País. A arte, em sua concepção, é mais do que um instrumento de comunicação, é uma necessidade humana.

Em entrevista ao Instagram do Parlamento Aberto, nesta quarta-feira (2), o artista falou do amor que nutre pela arte através dos anos e do difícil cenário enfrentado pela categoria, especialmente agora, em tempos de pandemia. “A cultura é um dos setores mais afetados pela crise, fomos os primeiros a parar e, provavelmente, seremos os últimos a voltar, temos, no entanto, que permanecer unidos e otimistas, principalmente agora”, frisou.

A diminuição drástica de recursos no setor, seja investimento público, seja privado, pode ser observada ao longo dos últimos anos. A censura a manifestações culturais também tem sido fator de grande preocupação para a classe. “Temos contemplado um verdadeiro retrocesso. A liberdade artística, intrinsecamente ligada à expressão, é necessária, urgente. Mesmo com a pandemia, o artista não ficou oculto, ele aderiu às novas formas e se reinventou. Não podemos esperar que acabe para agir, este é o momento de criarmos”, alertou.

Natural de Belém, norte do Brasil, Élson contou ter duas grandes paixões: o Estado do Pará e Piracicaba, que o acolheu há mais de 10 anos. “Dentro de mim trago a raiz indígena, o ribeirinho, o caboclo. Quando saí de Belém, através do rio Guamá, e cheguei aqui e encontrei o rio Piracicaba, me senti em casa. A acolhida foi muito grande, tenho um amor imenso por esta terra”, lembrou.

“O artista é como o médico, o advogado ou qualquer outro profissional e deve, sim, ser valorizado. A censura no País tira-nos do nosso próprio mercado. Por isso, precisamos nos manter unidos e brigar pelo que é nosso por direito: nossa arte”, enfatizou Elson.

Para ele, o artista, um “operário sensível”, deve se lançar aos desafios da profissão sem medo e, acima de tudo, fomentar as diversas manifestações culturais. “É desgastante, mas com certeza é prazeroso. Somos uma porta para fomentação da arte, por todos os lugares onde passei deixei um pouco da minha. Não sei como será daqui em diante, mas espero que possamos estar abertos, receptivos às mudanças e firmes nos nossos propósitos”.

O ARTISTA - Desabrochou pela primeira vez no mundo artístico aos 16 anos, nas eliminatórias do processo seletivo para calouro na Caravana do Programa do Chacrinha, em Belém, em 1980. O “não” que recebeu neste primeiro teste serviu-lhe de aprendizado. Iniciou, em 1988, no Teatro na Cia GENTS`PA do Sesc Belém com a peça “Tragédia numa caixa de brinquedos”, texto de Érico Verissimo e dirigido por Carlos Alberto Viegas.

Entre outros espetáculos que atuou ainda no Sesc foram Kizomba, Liberdade–liberdade, Aconteceu na rua, Casamento de doido, O repente de repente, e Quase mulher. Em 2012, já em Piracicaba, entrou para Cia 4X4, estrelando o espetáculo “Vida de vedete”. Por dois anos atuou com dois expressivos personagens da obra do espetáculo “Paixão de Cristo”, pela Associação Teatral Guarantã.

Dirigiu os espetáculos “E se fosse comigo I e II”, “Os presentes de Jesus menino”, “Louvor negro”, “Bagaceira no velório” e “Quem casa quer casa”. Já em 2013, criou, ainda, a companhia teatral Nordeste em ação pelo Centro de Tradições Bordestinas em Piracicaba. Além dos trabalhos como ator foi curador de duas mostras sobre a trajetória artística das cantoras Fafá de Belém e Nazaré Pereira.

Como ator performático, criou os personagens Xérozinho, Iêpa Tatá, Fiofó de Belém, Seboso e um cover do Charles Chaplin, somando mais de 15 personagens.

Em 2012 criou a produtora EB produções artísticas, mantenedora de seus negócios artísticos. Atualmente, é autor da coluna Pirarazzi, no jornal A Tribuna Piracicabana, que agrega informações sobre serviços de produção artística e cultural e valoriza a obra e seu autor. O personagem fictício Fiofhó de Belém, criado e interpretado por Elson de Belém, é o ancora do projeto, sendo o responsável por criar aspectos lúdicos e com senso de humor ao narrar noticias sobre os artistas da região do interior do Estado.

ACESSE O CONTEÚDO
As lives do programa Parlamento Aberto são realizadas no perfil do Instagram, que pode ser acessado em @parlamento_aberto.

As entrevistas também podem ser acessadas no canal do YouTube do Departamento de Comunicação da Câmara de Vereadores de Piracicaba e, ainda, no podcast produzido pela Rádio Câmara Web.

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Texto:  Raquel Soares
Revisão:  Erich Vallim Vicente - MTB 40.337


Cultura Parlamento Aberto

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