Soluções para o transporte de pessoas com deficiência em Piracicaba foram discutidas ontem (4), em reunião do Comdef (Conselho Municipal de Proteção, Direitos e Desenvolvimento da Pessoa com Deficiência), que contou com a participação do vereador André Gustavo Bandeira (PSDB).

Durante o encontro, realizado na Casa dos Conselhos da Prefeitura, foram debatidas as dificuldades enfrentadas por usuários do programa Elevar (sistema de transporte especializado para pessoas com deficiência) e alternativas para a melhoria na prestação do serviço.

O advogado e procurador da Aetup (Associação da Empresas de Transporte Urbano de Passageiros), Júlio César Medina Sobrinho, qualificou como “economicamente inviável” o investimento de R$ 3 milhões para a adaptação de toda a frota de ônibus do município, em cumprimento à lei federal que regulamenta o transporte de pessoas com deficiência.

Como contrapartida, Medina apresentou as propostas das empresas concessionárias de transporte coletivo do município para o aperfeiçoamento do programa Elevar, que se comprometeram a substituir dois veículos mais antigos e acrescentar dois novos carros à frota até o final deste ano como medida de contingência para o atendimento aos futuros usuários que aguardam na fila da Semdes (Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social). Cinquenta e duas pessoas já estão cadastradas e a cada dia este número aumenta, com a aprovação de novos cadastros.

Visando melhorar a qualidade e a agilidade do atendimento, as concessionárias também propuseram a implantação imediata de um sistema de avaliação que permitirá eliminar possíveis falhas por parte de funcionários ou usuários do Elevar que comprometam o funcionamento do programa.

Medina disse que para o futuro a pretensão é de “incrementar a frota do Elevar”, disponibilizar o sistema para cumprir itinerários voltados ao lazer e interligar os terminais do Elevar com o sistema comum de transporte coletivo.

Barreiras

André Bandeira lembrou que não só o transporte é importante para as pessoas com deficiência, mas também a adaptação urbana e arquitetônica, eliminando o que chamou de “barreiras” ao direito de ir e vir garantido pela Constituição. “Mesmo que houvesse condições de se investir os três milhões na adaptação de toda a frota, ainda assim o problema não estaria resolvido porque estas pessoas continuariam impedidas de se deslocarem”, afirmou. O vereador também destacou o caso de outras pessoas com mobilidade reduzida, como idosos e obesos, que como as pessoas com deficiência sofrem com a dificuldade no uso de serviços públicos.

Sobre o Elevar, Bandeira considerou que o sistema precisa ser ampliado e melhor estruturado, mas que a iniciativa deve partir do Executivo, já que as alterações no projeto de lei que implantou o sistema em Piracicaba geram impacto nos custos com o transporte público do município. “É preciso contemplar a saúde, o trabalho, a educação e também o lazer das pessoas com deficiência e mobilidade reduzida, de segunda a segunda. Para isso o sistema de transporte de ser adaptado gradativamente e de forma planejada”, recomendou o vereador.

Bandeira aproveitou a ocasião para convidar todos os presentes para a audiência pública que discutirá a acessibilidade no transporte coletivo urbano, convocada por ele e que será realizada no próximo dia 10, a partir das 14h, no plenário da Câmara, com a participação dos representantes da Aetup, dos secretários municipais de Obras, Trânsito e Transportes, do procurador geral do município, do diretor do Ipplap (Instituto de Pesquisas e Planejamento de Piracicaba) e do presidente do Comdef.

Também participaram da reunião os conselheiros do Comdef, presidido por Ophir Figueiredo Júnior; representantes da Procuradoria Geral do Município, das secretarias municipais de Trânsito e Transportes (Semuttran); Desenvolvimento Social (Semdes); Saúde (Sems); Educação; Esportes, Lazer e Atividades Motoras (Selam); da Associação dos Deficientes Físicos de Piracicaba, da Aetup e do Ipplap.

Reportagem e fotos:
Ademir Barbosa – MTb 54.006