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24 DE AGOSTO DE 2021

Palestra aborda formas de prevenção ao suicídio e a automutilação


Evento foi promovido pela Escola do Legislativo nesta segunda-feira (23)



EM PIRACICABA (SP)  

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Evento aconteceu via Zoom, com transmissão simultânea no YouTube.



Com objetivo de capacitar pessoas para atuarem de maneira saudável e eficiente em setembro, mês no qual, tradicionalmente, há maior empenho nos trabalhos de prevenção de automutilação e suicídio, a Escola do Legislativo da Câmara Municipal de Piracicaba, promoveu a palestra “Amor como um fator protetivo na prevenção do suicídio e da automutilação". O evento foi realizado nesta segunda-feira (23), via Zoom, 

No encontro on-line, estiveram a diretora da Escola, vereadora Silvia Morales (PV), do mantado coletivo A Cidade É Sua e o coordenador da Escola, vereador Pedro Kawai (PSDB). Como palestrante convidado, o evento recebeu o professor Sérgio De Oliveira Santos, psicólogo clínico, graduado e licenciado em psicologia pela Unimep (Universidade Metodista de Piracicaba) e mestre e doutor em Educação pela Universidade Júlio de Mesquita Filho – Unesp/Rio Claro. 

A palestra seguiu a linha de trabalho bibliográfico e cultural nas sendas da filosofia nietzscheana em diálogo com a psicanálise freudiana e na MPB (Música Popular Brasileira), sobretudo, a do cantor e compositor Paulinho Moska. 

“O amor é justamente a capacidade de assimilarmos e acolhermos aquilo que, em um primeiro momento, nos parece estranho, difícil, diferente, angustiante e insuportável. É somente a partir do amor que conseguimos trabalhar a prevenção ao suicídio e também da autolesão”, destacou o psicólogo.

De acordo com Sérgio De Oliveira, se faz necessário promover a saúde mental e levantar o diálogo sobre esse tema. “É importante levar informação, trabalhar com esses conhecimentos e, a partir deles, conseguir, no nosso município, a criação de uma rede de proteção e apoio aos tentantes de suicídio e também aos enlutados por suicídio”, disse. 

A falta de debate faz, segundo o psicólogo, com que o tema suicídio ainda seja um tabu. “Pouco se fala sobre o suicídio e a sua conceituação ainda não existe, porque o suicídio é multifatorial, vários fatores contribuem para um ato suicida”, explicou.

A definição proposta pela OMS (Organização Mundial da Saúde) define o suicídio como um ato deliberado e intencional de causar a morte a si mesmo ou, em outras palavras, um ato iniciado e executado deliberadamente por uma pessoa que tem clara noção (ou uma forte expectativa) de que dele possa resultar a morte. “Quando pegamos esse significante de “intenção”, podemos dizer que o suicídio difere da autolesão, entretanto, a autolesão pode sim levar alguém a morte”, informou.

A morte por automutilação, de acordo com Sérgio De Oliveira, pode acontecer de duas maneiras: acidental, quando a pessoa faz a autolesão e não consegue socorro a tempo, e também pela falta de escuta do sofrimento. “Nós precisamos entender que, em muitas vezes, a autolesão está relacionada a uma tentativa de traduzir uma dor, de dar materialidade ao sofrimento”, pontuou.

Como ajudar - O psicólogo explica que é preciso acolher, de forma empática. Além disso, agir de forma tranquila e compreensiva; demonstrar que se importa e que deseja ajudar, mesmo não concordando ou não entendendo a situação; mostrar respeito, preocupação e disposição para ouvir; identificar se o adolescente está passando por situações de violência como bullyng, cyberbullyng e buscar um profissional de saúde de sua confiança ou um profissional de saúde mental, que pode ser um psicólogo ou um psiquiatra. “Se não tiver contato com um desses profissionais, vá até um posto de saúde, procure por um clínico geral e peça ajuda”, reforçou Sérgio.

O que não se deve fazer - Reagir exageradamente; demonstrar pânico, espanto, repulsa e nojo; julgar ou minimizar o sofrimento; ameaçar ou gritar para interromper comportamento; mostrar interesse excessivo; falar sobre o comportamento em público ou pedir para mostrar as feridas; prometer segredo sobre o comportamento autolesivo; fotografar os machucados e dar atenção excessiva aos machucados e perguntar o tempo todo sobre o comportamento.

A palestra foi acompanhada por pessoas previamente inscritas, via plataforma Zoom e com transmissão simultânea pelo YouTube. A íntegra pode ser assistida, clicando neste link.

 



Texto:  Pedro Paulo Martins
Supervisão:  Rodrigo Alves - MTB 42.583
Revisão:  Rebeca Paroli Makhoul - MTB 25.992


Escola do Legislativo Saúde Pedro Kawai Silvia Maria Morales

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