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06 DE AGOSTO DE 2019

Mostra com ilustrações de expressões piracicabanas é aberta na Câmara


"As Feição do Arco, Tarco, Verva" conta com 23 trabalhos gráficos de artistas e se inspira em verbetes do "Dicionário do Dialeto Caipiracicabano", de Cecílio Elias Netto.



EM PIRACICABA (SP)  

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Exposição no hall do salão nobre foi aberta nesta terça-feira

Exposição no hall do salão nobre foi aberta nesta terça-feira
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Exposição no hall do salão nobre foi aberta nesta terça-feira

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Exposição no hall do salão nobre foi aberta nesta terça-feira

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Exposição no hall do salão nobre foi aberta nesta terça-feira

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Exposição no hall do salão nobre foi aberta nesta terça-feira

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Exposição no hall do salão nobre foi aberta nesta terça-feira



Duas das maiores marcas registradas de Piracicaba, o dialeto próprio e o humor gráfico complementam-se na exposição "As Feição do Arco, Tarco, Verva", aberta nesta terça-feira (6) no hall do salão nobre da Câmara. A mostra reúne 23 ilustrações sobre expressões do vocabulário local produzidas por 13 artistas, de nomes consagrados a jovens talentos, incluindo quatro estagiários da Casa.

Os verbetes que dialogam com o humor gráfico foram extraídos dos atuais 1.479 que compõem o "Dicionário do Dialeto Caipiracicabano – Arco, Tarco, Verva", atualmente na sexta edição. O autor da obra, Cecílio Elias Netto, participou do lançamento da mostra, organizada pelo gabinete do vice-presidente da Câmara, Pedro Kawai (PSDB), e pelo Departamento de Documentação e Transparência, comandado por Bruno Didoné de Oliveira.

"Para marcar o mês de aniversário da cidade, prestamos uma pequena homenagem a Piracicaba naquilo que é, na minha opinião, o patrimônio mais importante de todos: sua maneira de se expressar. E conseguimos colocar no papel esse sentimento, esses verbetes, graças ao trabalho de vocês", destacou o vereador, dirigindo-se aos ilustradores presentes na abertura da exposição.

"O que mais me alegrou, depois que tivemos a ideia, foi a participação dos jovens, junto com outros profissionais consagrados: dos estagiários da Casa e dos alunos que hoje estão começando a treinar as técnicas. Isso foi gratificante para nós", completou Pedro Kawai. "Para a Câmara, é uma honra poder propiciar este momento simples, porém de uma grandeza fora do comum. Que possamos cada vez mais reconhecer o DNA de nossa cidade, o jeito piracicabano de ser."

"É uma mostra singela, mas com peso enorme, porque, ao vasculhar o livro do Cecílio, nos deparamos com muitos verbetes que ainda são utilizados e outros nem tanto, que acabam se perdendo ao longo do tempo. A intenção do livro é perpetuar essas expressões tipicamente piracicabanas, e esse trabalho quer divulgar isso, para que não venham a morrer", disse Bruno Oliveira.

O diretor de Documentação e Transparência agradeceu aos estagiários que colaboraram com ilustrações e com a montagem da exposição, aos demais departamentos da Câmara, aos artistas da cidade, a Cecílio e a Pedro Kawai, com os quais Bruno Oliveira articulou para viabilizar a mostra. "Foi uma junção de ideias e acabou dando certo. Espero que esta seja uma parceria muito frutífera para a Câmara e a cidade", comentou.

Cecílio ressaltou o fato de Piracicaba ter "uma identidade" conferida por seu vocabulário próprio e seu sotaque. Ele relembrou a origem do "Dicionário do Dialeto Caipiracicabano". "Fico ao mesmo tempo emocionado e com uma esperança, desperta em mim, de ver a juventude acompanhando uma história que começou em 1987, quando criei A Província, com a ideia de fazer algo 'de raiz'", contou o jornalista e escritor.

"Fiz um glossário em A Província e comecei a colocar as palavras. Os leitores mandavam expressões e isso foi crescendo. Senti que o povo começou a se orgulhar do sotaque, quando antes tinha tipo uma vergonha: os novos ricos de Piracicaba, em vez de falar 'garfo', falavam 'galfo', de medo do R puxado", lembrou Cecílio, em tom de brincadeira.

Ele destacou "o estímulo que Pedro Kawai tem dado à cultura de Piracicaba". "Isso, partindo da Câmara, é fundamental, pois não é só o Executivo que tem que cuidar, o Legislativo também tem." O autor disse que seu papel hoje é apenas o de contar histórias. "A ação e o trabalho é de vocês, da nova geração. Isso que fizeram é um alento, um alívio e uma esperança. Faço a proposta de que as próximas edições do livro sejam feitas também com vocês. Gostaria muito de que dessem continuidade a isso."

Ilustrador dos verbetes "arco", "tarco" e "verva", que compõem o nome do livro de Cecílio e da exposição, Erasmo Spadotto disse ser possível vislumbrar na mostra abrigada pela Câmara o embrião de algo maior. "O Salão Internacional de Humor começou em 1974 sem nenhuma intenção de que continuasse e chegasse à 46ª edição. Então, isto é uma semente, pode ser que esteja nascendo hoje outro lugar para fazer o Salão de Humor", disse Erasmo.

"É responsabilidade cultural da gente levar adiante isso e mostrar aos da nova geração o que é o humor gráfico, hoje engolido pela era digital", acrescentou. O também ilustrador Luis Henrique Marangoni foi na mesma linha. "É uma honra fazer parte de uma exposição como essa, na cidade que é a capital do humor."

Os estagiários do Departamento de Documentação e Transparência montaram a exposição e três deles contribuíram diretamente com sete trabalhos expostos: Gabriela Barreto, 22, do 4º semestre do curso de tecnólogo em design gráfico da Unimep (Universidade Metodista de Piracicaba); Vitória Melega, 22, do 8º semestre do curso superior em design digital da PUC (Pontifícia Universidade Católica) de Campinas; e Felipe Pasqualino, 21, do 8º semestre do curso superior de história da Unimep. Também teve trabalho selecionado para a exposição Felipe José Corrêa, estagiário do Departamento de Comunicação.

Gabriela contou que a ideia de integrar o time de ilustradores da mostra partiu do diretor do Departamento de Documentação e Transparência. "O Bruno Oliveira conversou com a gente e topamos. É algo bacana também para a faculdade, pois ganhamos horas [como estágio], e é bem legal ter o nome exposto junto com o de outros artistas", disse Gabriela, que levou três horas, em média, para dar vida a cada verbete, em ilustrações feitas direto no computador.

O presidente da Câmara, Gilmar Rotta (MDB), enalteceu a participação dos estagiários na mostra e disse que os espaços de divulgação e exposição da Casa estão abertos a Cecílio, "pessoa séria e correta que sempre está promovendo a cidade".

Os verbetes ilustrados na mostra são arco, tarco, verva, empetecado, abafá, porva, reiná, reiva, posá, lavá a égua, lembrá de cabeça, malemá, migué, dor na escadera, um pé lá otro aqui, tedéo, filão, dois par de vaso, rua de duas mão, pau de virá tripa, dá coa mão, morte morrida, tirá paia, porca miséria e banho de gato.

Também compõem o time de ilustradores com obras expostas Maria Luziano, Matheus Brandolise, Tabata Cristina, Mariana Oliveira, Marcos Saito, Bianca Menegon e Guilherme Fischer.

SERVIÇO – Exposição "As Feição do Arco, Tarco, Verva". De 6 a 30 de agosto, no hall do salão nobre da Câmara de Vereadores de Piracicaba (rua Alferes José Caetano, 834, Centro). Visitas de segunda a sexta-feira, das 8h às 17h. Entrada gratuita. Informações: (19) 3403-7130.



Texto:  Ricardo Vasques - MTB 49.918


Cultura Gilmar Rotta Pedro Kawai

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