04 DE SETEMBRO DE 2020
Localizada no loteamento Terras di Treviso, no Santa Rita, via receberá nome de "Francisco Negrini Romero".
Por meio do projeto de lei 56/2020, via pública localizada no loteamento Terras di Treviso, no Santa Rita, receberá denominação de "Francisco Negrini Romero". A propositura foi aprovada nesta quinta-feira (3), durante reunião extraordinária.
Francisco Negrini Romero, nascido em 3 de dezembro de 1944, em Santo André (SP), migrou a Piracicaba em 1983, contratado pela Universidade Metodista de Piracicaba para desenvolver programas de educação popular.
Filho de pais operários, ainda jovem, para manter seus estudos, trabalhou como engraxate em marcenarias e teve intensa atuação no movimento estudantil nos anos de 1950. Formado em contabilidade, Chico, como era mais conhecido, teve forte militância política e educativa nos tempos da ditadura militar.
Visando ao crescimento profissional, transferiu-se inicialmente para o interior de Goiás, onde durante um tempo trabalhou com dom Pedro Casaldáliga, orientando e organizando as populações mais pobres daquela área.
Com o recrudescimento da perseguição política, Chico acabou se exilando e durante anos viveu em países como Chile, Panamá e França, sempre envolvido em projetos de educação popular junto a indígenas ou a populações mais carentes. Viajou, ainda, a países como Honduras, México, Guatemala, Nicarágua, El Salvador, Costa Rica e Colômbia para assessorar projetos específicos, muitos deles ligados à Igreja Católica e à Instituição Fé e Alegria.
Nesse período, conheceu e conviveu com algumas das principais lideranças brasileiras no exílio que lutaram para o restabelecimento da democracia no Brasil.
Fixando-se em Piracicaba com a família em meados de 1983, Francisco pôde atuar durante mais de 30 anos junto aos menos favorecidos, aos sem-terra, a moradores da periferia, em assentamentos provisórios, em projetos de habitação e ensino popular e em saúde e educação, alfabetizando adultos e crianças e fortalecendo a metodologia de Paulo Freire, os conceitos do cooperativismo e a luta pelo uso social da terra.
Sua liderança era reconhecida em muitos núcleos periféricos da cidade e movimentos sociais. Mais tarde, trabalhou em programas governamentais que adotaram parcerias com a universidade, formando centenas de profissionais, levando estudantes para conhecer várias partes do Brasil através do "Comunidade Solidária", chegando, inclusive, a trabalhar em projetos de educação de adultos em Moçambique e também em Rondônia, com o projeto Rondon.
Ao se afastar da Unimep, em dezembro de 2011, Francisco foi amplamente homenageado pela instituição. Morreu em 3 de janeiro de 2020, aos 75 anos.