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19 DE DEZEMBRO DE 2019

Câmara realiza curso sobre acolhimento a pessoas com deficiência


Membros de Conselhos Municipal e Estadual conduziram curso para funcionários das recepções, portarias e cerimonial da Câmara de Vereadores de Piracicaba



EM PIRACICABA (SP)  

Curso foi ministrado por representantes do Comdef

Curso foi ministrado por representantes do Comdef

Curso foi ministrado por representantes do Comdef

Curso foi ministrado por representantes do Comdef

Curso foi ministrado por representantes do Comdef

Curso foi ministrado por representantes do Comdef
Foto: Fabrice Desmonts - MTB 22.946 (4 de 7) Salvar imagem em alta resolução

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Curso foi ministrado por representantes do Comdef
Foto: Leandro Trajano (6 de 7) Salvar imagem em alta resolução

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Curso foi ministrado por representantes do Comdef

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Curso foi ministrado por representantes do Comdef



Os funcionários das recepções, portarias e Cerimonial da Câmara de Vereadores de Piracicaba participaram, nesta quarta-feira (18), de curso sobre acolhimento a pessoas com deficiência, conduzido pelo presidente do CEAPcD (Conselho Estadual para Assuntos da Pessoa com Deficiência de São Paulo), Francisco Nuncio Cerignoni, a coordenadora de projetos sociais e relações institucionais do Centro de Reabilitação, Euclidia Maria Fioravante e o professor de educação física da Avistar (Associação de Atendimento a Pessoas com Deficiência de Piracicaba), Eduardo de Paula Azzini.

“A tarefa de discutir as questões relativas à pessoa com deficiência tenta eliminar uma das principais barreiras que existem: as atitudinais”, disse Francisco Nuncio Cerignoni.

A atividade é resultado da avaliação das ações do projeto Câmara Inclusiva, realizadas durante o ano de 2019, que contou com a visita de diversos representantes de entidades que apontaram pontos que deveriam ser alterados ou melhorados na Câmara.

O presidente do Legislativo, vereador Gilmar Rotta (MDB) realizou a abertura do curso e informou os participantes de que a Câmara está promovendo obras de adaptação para a maior inclusão de pessoas com deficiências.

“Se nós falamos em uma Câmara receptiva, uma Câmara que abre as portas para receber a população, nós temos que receber todo mundo, principalmente pessoas com mobilidade reduzida e pessoas com deficiências”, disse o presidente.

O presidente do CEAPcD (Conselho Estadual para Assuntos da Pessoa com Deficiência de São Paulo), Francisco Nuncio Cerignoni Francisco explicou que a concepção da sociedade sobre os diferentes tipos de deficiência alterou-se com o decorrer dos séculos.

Na época da antiguidade, as deficiências eram consideradas um “castigo divino” e pessoas com deficiência eram exterminadas. No século 19, foi estabelecida a concepção de que pessoas com deficiências deveriam ser internadas em instituições psiquiátricas. No século 20, era disseminado o conceito de que as pessoas com deficiências deveriam realizar procedimentos clínicos para “reverter” suas condições e que estes procedimentos integrariam estas pessoas a sociedade.

A inclusão de pessoas com deficiência passou a ocorrer somente entre o fim do século 20 e início do século 21, com a criação do modelo social, que trata do tema como uma questão política, isto é, entende que a sociedade que deve adaptar-se aos diferentes tipos de deficiência.

De acordo com o Censo Demográfico de 2010, do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) há cerca de 9.344 pessoas com deficiência em Piracicaba, sendo estas, sensoriais (visual ou auditiva), físicas/motoras (paraplégicos, amputados, ostomizados, hemiplégicos, tetraplégicos e paralisia cerebral), intelectuais/mentais ou múltiplas.

O palestrante disse que para pessoas com deficiência física o equipamento de locomoção é uma extensão do corpo e o “tempo-espaço é visualizado de forma diferente”, sendo assim, é fundamental a disponibilização de espaço suficiente para a locomoção.

Já o professor Eduardo Azzini, da Avistar, explicou sobre os diferentes tipos de deficiência visual, falou sobre os modos de locomoção e as ferramentas de inclusão a pessoas com deficiência visual.

Segundo Eduardo, a deficiência visual ocorre em dois casos, com o comprometimento total da visão, definido como cegueira total é o comprometimento do funcionamento dos olhos mesmo após a realização de tratamentos, classificado como baixa visão. No caso da baixa visão, são incluídos nesta categoria pessoas que possuem 30% de visão no “melhor olho”.

O professor desmistificou a ideia de que pessoas cegas possuem sentidos, como a audição, aguçados em função da deficiência. “O cego tem a audição igual a nossa, só se atenta mais aos sons”, disse.

Ele também falou sobre o curso que realiza na Avistar, que trata da orientação e mobilidade de pessoas com deficiências visuais, com base na identificação do local de partida, da localização do local de destino e do meio que será utilizado para a locomoção. De acordo com Eduardo podem ser utilizados três opções de locomoção: guia vidente, bengala ou cão guia.

A coordenadora de projetos sociais e relações institucionais do Centro de Reabilitação, Euclidia Maria Fioravante, falou sobre as características da deficiência intelectual. De acordo com ela, existem mais de 200 tipos diferentes de deficiências intelectuais e os “problemas atitudinais” são as maiores barreiras destas pessoas, isto é, o tratamento diferente ou infantilizado de pessoas com este tipo de deficiência. Segundo ela, é definido como “capacitismo” o ato de discriminação a pessoas com deficiência e a punição destes atos está prevista em lei.

De acordo com Euclidia, as barreiras atitudinais prejudicam o aprendizado e o acesso a oportunidades de trabalho de pessoas com deficiência intelectual.

“A maior barreira na deficiência intelectual é a falta de oportunidades”, disse Euclídia, que afirmou que a autonomia de pessoas com deficiência intelectual deve ser estimulada.

A convite da coordenadora de projetos sociais e relações institucionais do Centro de Reabilitação, Euclidia Maria Fioravante, a ativista da causa da deficiência surda, Raquel Moreno, também realizou palestra sobre as especificidades da surdez.

De acordo com a ativista, é identificado como “surdo” pessoas que nasceram com surdez e como “deficiente auditivo”, pessoas que adquiriram a condição durante a vida e estas determinações são definidas por meio de conceitos clínicos e culturais.

Segundo Raquel Moreno, há três tipos de surdos: o surdo sinalizado, que se comunica por meio do uso da língua brasileira de sinais, o surdo oralizado, que se comunica oralmente com o auxílio de ferramentas eletrônicas e o surdo bilíngue, que utiliza os dois tipos de comunicação. Ela aconselhou a atenção com a gesticulação no momento de conversa com pessoas surdas oralizadas ou bilíngues, visto que a leitura labial é utilizada também para a comunicação.

 



Texto:  Larissa Souza


Câmara Inclusiva

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