Com base no decreto legislativo 8/2015, de autoria do ex-vereador João Manoel dos Santos (PTB) e iniciativa do vice-presidente, Pedro Kawai (PSDB), neste ano de 2019, a Câmara de Vereadores de Piracicaba marca a sua participação na Campanha Julho Amarelo, estimulando a prevenção, testagem e adesão ao tratamento das hepatites virais. 

Iniciado às 10 horas da manhã, nas dependências da sala "Walter Ferreira da Silva", segundo andar do prédio anexo e rampa da entrada principal da Câmara, rua Alferes José Caetano, 834, centro, o evento marca a 5ª edição da campanha Julho Amarelo, com foco na prevenção e controle das hepatites virais, sob a organização da Caphiv (Centro de Apoio HIV/Aids e Hepatites Virais).

A celebração da campanha Julho Amarelo tem por objetivo a atenção ao tema, incentivando o diálogo entre os vários setores da saúde pública. A criação de novas políticas, ou a consolidação das já existentes, implicará diretamente não só em um aumento da conscientização da população sobre o tema, mas também a garantia do acesso universal ao tratamento dessas doenças. 

Cerca de 20 mil pessoas em Piracicaba são portadoras do vírus das hepatites virais, que são 10 vezes mais infecciosas que o HIV/Aids. Segundo dados da Organização Mundial de Saúde, estima-se que 500 milhões de pessoas estejam contaminadas com hepatite B e C atualmente, caracterizando a maior epidemia da humanidade. Só no Brasil a estimativa é que tenham três milhões de pessoas infectadas. Daí a importância da prevenção, testagem, diagnóstico e vacinação. 

As hepatits B e C só têm cura se tratada a tempo e adequadamente. O tipo B tem sido o mais comum em jovens, pois estes são sexualmente mais ativos, enquanto que a C está relacionada à população acima dos 40 anos, que geralmente são pessoas que passaram por cirurgias e transfusões de sangue, antes de 1993. 

No Brasil, os protocolos de testagens, bem como as tecnologias de análises só foram implementadas após esse ano. Piracicaba foi a primeira cidade do mundo a criar o conceito Julho Amarelo. A iniciativa foi do Centro de Apoio GIV/Aids e Hepatites Virais, o Caphiv, em 2011 e ratificada pela Câmara de Vereadores de Piracicaba, através do decreto 8/2015.

O que existia antes dessa data era o 28 de julho, Dia Internacional das Hepatites, instituída pela Organização das Nações Unidas. A ideia do Julho Amarelo, pioneira em nossa cidade, já foi exportada para outros municípios e estados, e no início deste ano, o presidente da República, Jair Bolsonaro, sancionou a lei 13.802, que institui o Julho Amarelo em âmbito nacional.

A hepatite é uma inflamação do fígado que, dependendo do agente que a provoca, pode ser curada apenas com repouso ou requerer tratamentos prolongados, como um transplante, quando se desenvolvem complicações graves da cirose, como falência hepática ou câncer no fígado, que podem levar à morte. 

As hepatites podem ser provocadas por bactérias, vírus e também pelo consumo de produtos tóxicos como o álcool, medicamentos e algumas plantas. Os primeiros sintomas a surgir são: febre, mal-estar, desconforto, dor abdominal, dor nas articulações e erupções na pele. 

Mais tarde, pode aparecer icterícia, a urina torna-se escura e as fezes mais claras do que o habitual. A hepatite crônica pode não apresentar qualquer sintoma específico, mas por vezes, provoca alguma debilidade associada ao cansaço.

De acordo com o Fundo Municipal para a Hepatite da ONU, cerca de 500 milhões de pessoas no mundo estão infectadas com o vírus para hepatite B e C, mas apenas 5% delas sabem que tem a doença. No Brasil, há cerca de um milhão e 500 mil pessoas infectadas pela Hepatite C, doença responsável por 70% das hepatites crônicas. 

A Hepatite C é um dos três tipos mais comum, sendo ainda o pior deles. A maioria das pessoas não sabe quem tem o vírus e muitas vezes descobre apenas através de uma doação de sangue ou pela realização de exames de rotina, ou quando aparecem os sintomas da doença avançada no fígado, o que geralmente acontece décadas depois. 

A formação da mesa diretiva dos trabalhos foi composta por: presidente do Centro de Apoio HIV/Aids e Hepatites Virais, o Caphiv, e coordenador da Campanha, Paulo Soares; representante do Centro de Doenças Infecto Contagiosas, o médico Moisés Taguieta; representante do Conselho Municipal de Saúde, Fernanda Tonin; vereador Osvaldo Schiavolin, o Tozão (PSDB) e o vice-presidente da Câmara, Pedro Kawai (PSDB).

A presidente do Conselho Municipal de Mulher, Laura Queiroz e, o primeiro instrutor do Tiro de Guerra, João Marcos de Oliveira Veija participaram do evento. O presidente da Câmara, Gilmar Rotta (MDB), seguido pelo primeiro e segundo secretário, Rerlison de Rezende (PSDB) e Wagner Alexandre de Oliveira (PHS), respectivamente, justificaram ausência. A vereadora Nancy Thame (PSDB) enviou a assessora parlamentar Zilda Gomes. 

O presidente do Caphiv, Paulo Soares abriu os trabalhos da reunião destacando a importância da população se engajar nesta campanha de prevenção às doenças virais, como a Hepatite C, sendo que quanto antes se fizer o diagnóstico, mais será o sucesso de cura, que está na ordem de 95% dos casos. Também enfatizou que todos os postos de saúde disponibilizam a vacina. 

O coordenador do Cedic, Moisés Taglieta também enfatizou a importância da população se engajar nesta luta, de combate à uma enfermidade que pode ser evitada com a prevenção, onde muitas pessoas, que hoje estão na faixa-etária dos 40 a 50 anos foram infectadas e não sabem da doença por falta de diagnóstico.

Taglieta também destacou o papel da Câmara em parceria que beneficia a população em esclarecimentos sobre o alcance destas enfermidades. Além de responder a inúmeros questionamentos, a exemplo de esclarecer os cidadãos: Eliel da Fonseca, Laura Queiroz e Denise Franco, sobre a importância da comunicação aos pais de jovens; o alerta que a população precisa redobrar nos salões de beleza, ao não compartilhar equipamentos, que devem ser preliminarmente esterilizados, em autoclaves, e que as pessoas, mesmo na perda da carteira de saúde devem procurar os postos para receber a dose das vacinas, que são disponibilizadas gratuitamente. 

Fernanda Tonin, que também é enfermeira da Caphiv, em nome do Conselho Municipal de Saúde falou da importância dos exames, da diminuição dos riscos nas transfusões de sangue e, de outros procedimentos que são tomados pela população, graças a estas campanhas de prevenção. 

Fernanda ainda reforçou o convite para as pessoas se dirigirem à Caphiv, em qualquer horário, durante o dia, sem haver a necessidade de agendamento, para serem vacionadas, sem custo algum. 

O vereador Oswaldo Schiavolin, o Tozão também se manifestou no lançamento da campanha. "Juntos somos bem mais. Que nunca façamos algo sozinhos", destacou o parlamentar sobre a importância de uma doença, onde muitos podem estar infectados, mas sem saber.

O vereador Pedro Kawai agradeceu a todos que compareceram no lançamento da campanha e, enfatizou o passo importante da Câmara na divulgação destas informações, que contribuem para o diagnóstico precoce da hapatite. O parlamentar também comentou sobre uma época em que era muito fácil a contaminação, onde a pessoa nem tinha conhecimento que estava doente. "Hoje temos a oportunidade de evitar isso", ressaltou o parlamentar ao reforçar o papel da Câmara no apoio à campanha. 

Kawai também evidenciou o papel da Câmara em outras campanhas de prevenção, a exemplo do Outubro Rosa (câncer de mama) e do Novembro Azul (câncer de próstata).

Também como parte do lançamento da campanha, a Caphiv disponibilizou profissionais da saúde para fazer a coleta de exames e aferição dos casos, a exemplo do que envolveu o estagiário do Departamento de Cerimonial da Câmara, Diego Roberto, que falou da satisfação em saber que sua saúde está em dia, após a realização dos exames. "Acho muito importante a Câmara divulgar campanhas como estas. Fiquei feliz em saber que minha saúde está em ordem. O teste ficou pronto em 15 minutos", disse.

O lançamento oficial da campanha transcorreu-se na rampa de acesso ao prédio principal da Câmara, que contou com o descerramento de fita, colocação de pano amarelo e acendimento de vela, seguido por um minuto de silêncio, em nome das muitas vítimas que já pereceram por causa destas hepatites virais.