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02 DE ABRIL DE 2019

Sociedade tem que fazer opção preferencial pelos pobres, diz munícipe


Ricardo Caiuby expôs dados sobre pobreza e fez relação com as políticas públicas



EM PIRACICABA (SP)  

Foto: Fabrice Desmonts - MTB 22.946 Salvar imagem em alta resolução

Dados do Banco Mundial foram apresentados por Caiuby






Quase metade da população no mundo, o equivalente a 3,4 bilhões de pessoas, ainda luta para satisfazer as necessidades básicas. O dado de outubro de 2018 foi divulgado pelo Banco Mundial e apresentado pelo engenheiro Ricardo Caiuby de Faria, ao ocupar a Tribuna Popular da Câmara de Vereadores de Piracicaba nesta segunda-feira (1º), na 16ª reunião ordinária. Ele se inscreveu para abordar o tema Pobreza e as políticas públicas.

Para Caiuby, a pobreza é um assunto que deveria comover o mundo. "Esse fenômeno milenar, que ainda atinge grande parte do mundo, e em particular o Brasil. Os números são estarrecedores", disse, ao apresentar uma foto e, na sequência, detalhar: "não é de Piracicaba, é do Grande ABC, mas poderia estar em Copacabana, no Rio de Janeiro, e em algumas cidades brasileiras. Uma disparidade horrorosa", classificou, sobre a imagem de um edifício de luxo e, ao lado, uma favela.

Caiuby questionou: "o que é política pública?", ao que trouxe a resposta: "ação de estado, ou de governo, em escala federal, estadual e municipal, que tem por finalidade melhorar a vida das pessoas. É o que os senhores fazem aqui em seus mandatos. Fazem leis, revisões, ações junto à prefeitura, incentivando, cortando, para melhorar a vida das pessoas."

Quanto aos indicadores da pobreza, Caiuby disse serem trágicos, em especial por causa da queda da pobreza ter sido 10% em 2015, mas com ritmo da redução em queda. Ele lembrou que a maior proporção de pobres não está no Oriente Médio, mas nas cidades e nos países ricos. "Viver com menos de R$ 12 por dia, reflete a linha de pobreza em países de renda média, nós", disse, ao citar que três em cada 10 brasileiros vivem com renda inferior ao salário mínimo.

Ainda conforme o Banco Mundial, 15 milhões de pobres vivem com cerca de R$ 7,50 por dia no Brasil. Nos últimos quatro anos, houve crescimento de 11% de pobres, o que atingiu 7,2% da população. Mais de 6 milhões de brasileiros estão na extrema pobreza. O rendimento do 1% dos mais ricos é 36,3 vezes maior que o rendimento dos 50% dos mais pobres.

Entre 189 países, o Brasil passou de 9 para 10 na posição para o desenvolvimento, conforme atestou o PNUD (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento). "O Brasil retrocede 10 anos em dois anos", lamentou o engenheiro.

Caiuby lembrou da discussão sobre o aprimoramento do Plano Diretor, que está em fase de revisão em Piracicaba. A partir de dados expostos pela prefeitura, são 200 loteamentos irregulares na cidade, nas zonas rural e urbana. Porém, ficaram "en passant" os problemas das favelas. Sobre a questão, ele questionou: "o que está sendo feito, o que foi feito e o que falta a fazer nos bolsões de pobreza?"

O munícipe disse que o Executivo local pavimenta as vielas e leva água, luz e esgoto. Porém, permanecem os barracos. Neste aspecto, é necessário construir moradias dignas, além da regularização das áreas invadidas. "A prefeitura, de certa forma, está apagando o fogo. As carências são enormes", sugeriu.

Ele acredita que uma força-tarefa precisa ser feita na educação, por meio da alfabetização de jovens e adultos e do ensino profissionalizante, além do acompanhamento psicológico às crianças e adolescentes de famílias desestruturadas. "A sociedade tem que fazer opção preferencial pelos pobres", disse.



Texto:  Rodrigo Alves - MTB 42.583


Tribuna Popular

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