07 DE AGOSTO DE 2019
Atividade ocorreu na manhã desta quarta-feira e foi ministrada por Osmar Ventris.
Osmar Ventris esclareceu como a justiça e a injustiça podem estar relacionadas ao perdão
O que é justo, o que é injusto e o que é perdão? Esses foram os questionamentos do palestrante Osmar Ventris aos participantes da roda de diálogo "Justiça restaurativa: a busca pelo justo", que ocorreu na manhã desta quarta-feira (7), na Escola do Legislativo, da Câmara de Vereadores de Piracicaba.
Ventris falou sobre empatia e em como as pessoas buscam quem possui pensamentos iguais a elas. "Fazemos isso porque evitamos ser contrariados e queremos nos conectar com o que o próximo está dizendo", explicou.
Com isso, ele relacionou a forma como a empatia pode ser uma chave para a justiça ou a injustiça. "Quando vamos pedir justiça, estamos na verdade pedindo vingança", disse. "O juiz irá aplicar a lei conforme o que ele acha certo", completou.
No entanto, Ventris acredita que o justo é algo subjetivo: o que é justo para um, pode não ser para o outro. Ao questionar os alunos sobre o que eles acreditavam ser justo, o advogado notou que muitas das respostas estavam relacionadas ao perdão.
O palestrante citou que o perdão possui dois níveis: o divino e o humano. O primeiro é retratado na questão espiritual, enquanto o segundo envolve a decisão do próprio indivíduo. "O perdão faz bem para quem perdoa, aquele que perdoa é o mais beneficiado", disse.
Na opinião do advogado, aqueles que não perdoam sofrem, pois o não-perdão é um sentimento que gera ódio e sensação de vingança, pois as pessoas passam a não ter o autocontrole.
Ventris também citou que para perdoar é necessário passar por três estágios: permitir que a pessoa exista, aceitar o convívio social ou profissional e, dependendo da situação, buscar uma possível reaproximação.
"Perdoar é ser feliz e não ter razão, mas perdoar também não significa fingir que algo nunca aconteceu", finalizou.
O evento também contou a participação da vereadora Nancy Thame (PSDB), que enalteceu a importância da construção do diálogo. "Estamos cada vez mais valorizando uma cultura em que as pessoas trazem histórias de vida para contar", comentou ela.