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07 DE DEZEMBRO DE 2017

Representante de instituto denuncia alto consumo de agrotóxicos


Natália Gebrim Dória, do Terra Mater, ocupou a tribuna popular da Câmara de Vereadores de Piracicaba nesta quinta-feira (7)



EM PIRACICABA (SP)  

Foto: Fabrice Desmonts - MTB 22.946 Salvar imagem em alta resolução

Natália Gebrim ocupou a tribuna da Câmara nesta quinta-feira (7)






O Brasil ocupa a infeliz posição de ser o pais que mais utiliza agrotóxicos na agricultura. A situação alarmante foi denunciada por Natália Gebrim Dória, do Instituto Terra Mater, durante a 72ª reunião ordinária da Câmara de Vereadores de Piracicaba, na noite desta quinta-feira (7). Ela ocupou a tribuna popular da Casa de leis.

O pedido para ocupar a tribuna do Legislativo piracicabano marca o Dia Mundial de Luta Contra os Agrotóxicos, que ocorreu no último dia 3.

“O Ministério da Saúde identificou, entre os anos 2007 a 2014, quase 40 mil casos de intoxicação aguda decorrente à alta exposição breve do agrotóxico”, informou. Ela relatou problemas causados por conta destes produtos, como alterações respiratórias, vômitos, convulsões, assim como outros efeitos decorrentes do consumo diário.

“A gente consome a partir dos alimentos que são cultivados com agrotóxico, o que desenvolve efeitos neurotóxicos, arritmias cardíacas, lesões renais, hepáticas, mal de Parkinson e câncer”, destacou. Os problemas também afetam os trabalhadores do setor agrícola, seja no transporte dos alimentos ou mesmo no cultivo.

Outro dado preocupante apresentado por Natália Gebrim está no “Dossiê Abrasco”, que destaca que dos 50 agrotóxicos mais utilizados no Brasil, 22 são proibidos na União Européia. “Estamos consumindo produtos que são proibidos em outros países”, disse. 

Estudo da Anvisa apresenta mais uma informação alarmante à população brasileira. Em 2013, o órgão apresentou análises com amostra onde 64% dos alimentos estavam contaminados, com níveis superiores ao permitido. O INCA (Instituto Nacional do Câncer) corrobora o dado de que o brasileiro consome, em média, 5,2 quilos de agrotóxico ao ano. “Estamos comendo veneno de colher”, disse Natália. 

Ela também apresentou a preocupação com a situação das crianças, a partir da necessidade de estados e municípios editarem leis que obriguem o consumo de alimentos orgânicos nas merendas escolares. “Muitos locais já estão desenvolvendo ações neste sentido e isso tem sido muito importante”, enfatizou.



Texto:  Erich Vallim Vicente - MTB 40.337
Imagens de TV:  TV Câmara


Tribuna Popular

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