PIRACICABA, QUINTA-FEIRA, 28 DE MARÇO DE 2024
Aumentar tamanho da letra
Página inicial  /  Webmail

22 DE AGOSTO DE 2014

Capitão Gomes promove encontro para discutir antenas de celular


"Do jeito que está não pode ficar, pois temos de encontrar alternativas para eliminar as torres de transmissão ou adequá-las em outro lugar", disse Capitão Gomes (PP)



EM PIRACICABA (SP)  

Foto: Fabrice Desmonts - MTB 22.946 (1 de 9) Salvar imagem em alta resolução

Reunião ocorreu no plenário do Legislativo

Reunião ocorreu no plenário do Legislativo
Foto: Fabrice Desmonts - MTB 22.946 (2 de 9) Salvar imagem em alta resolução

Capitão Gomes presidindo a comissão, ao lado dos vereadores José Benedito Lopes e José Longatto

Capitão Gomes presidindo a comissão, ao lado dos vereadores José Benedito Lopes e José Longatto
Foto: Fabrice Desmonts - MTB 22.946 (3 de 9) Salvar imagem em alta resolução

Público

Público
Foto: Fabrice Desmonts - MTB 22.946 (4 de 9) Salvar imagem em alta resolução

Plenário

Plenário
Foto: Fabrice Desmonts - MTB 22.946 (5 de 9) Salvar imagem em alta resolução

Engenheiro elétrico Álvaro Bartholo

Engenheiro elétrico Álvaro Bartholo
Foto: Fabrice Desmonts - MTB 22.946 (6 de 9) Salvar imagem em alta resolução

Pesquisadora Aldisa Condessa Dode

Pesquisadora Aldisa Condessa Dode
Foto: Fabrice Desmonts - MTB 22.946 (7 de 9) Salvar imagem em alta resolução
Foto: Fabrice Desmonts - MTB 22.946 (8 de 9) Salvar imagem em alta resolução

Funcionário da Anatel, Eduardo Hiroshi

Funcionário da Anatel, Eduardo Hiroshi
Foto: Fabrice Desmonts - MTB 22.946 (9 de 9) Salvar imagem em alta resolução

Representante da operadora Vivo, Luis Eduardo Correa

Representante da operadora Vivo, Luis Eduardo Correa
Foto: Fabrice Desmonts - MTB 22.946 Salvar imagem em alta resolução

Reunião ocorreu no plenário do Legislativo



Preocupado com a radiação eletromagnética emitida pelas antenas de telefonia celular, o vereador Capitão Gomes (PP) realizou uma comissão de estudos, hoje à tarde (22,) no plenário da Câmara, com a participação dos representantes das principais operadoras do país (VIVO, CLARO, TIM e OI), Prefeitura e demais autoridades municipais. As empresas disseram ao vereador que, se retiradas as antenas, ficarão apenas quatro torres em Piracicaba, reduzindo o sinal da telefonia celular. "Não queremos prejudicar ninguém, mas estamos cobrando das operadoras qual solução elas têm para a população de Piracicaba", disse o parlamentar.

Lei Municipal aprovada no Legislativo, em 2010, proíbe a instalação de torres de celular a 100 metros de hospitais e escolas. Posteriormente, no ano passado, foram incluídas as residências, mas, uma liminar obtida, no Tribunal de Justiça de São Paulo, pela associação que representa as empresas de telefonia eliminou do texto, as casas. O processo continua tramitando na Justiça. "Temos conhecimento de um grande número de mortes, por câncer, de pessoas que moravam ao entorno das torres", explicou Capitão. 

A FAVOR- O primeiro a defender que a radiação emitida pelas antenas não é suficiente para desenvolver o câncer foi o engenheiro elétrico da Associação Brasileira de Compatibilidade Eletromagnética, Álvaro Bartholo. O pesquisador apresentou um estudo elaborado por acadêmicos de Israel que analisou um grupo de pacientes, moradores próximos às torres transmissoras. "Infelizmente, em dois anos, não foi possível chegar a nenhuma conclusão porque a doença se desenvolve em silêncio e não dá para saber se ela é proveniente da radiação".

CONTRA- Do lado contrário está a professora-doutora pela UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais), Adilza Condessa Dode. Ela apresentou sua pesquisa desenvolvida no período de 1996 a 2006 na região Centro - Sul de Belo Horizonte (MG). "O celular você desliga a qualquer hora, mas, as antenas continuam transmitindo 24 horas", destacou. O objetivo da pesquisadora foi analisar se existe relação de surgimento de câncer em moradores próximos às ERBs (Estações de Rádio Bases). Durante a sua exposição, Adilza Dode disse que a "radiação celular atinge mais as crianças do que os adultos, pois são 1800 trabalhos científicos atestando que as ondas eletromagnéticas causam algum tipo de neoplasia (câncer)". O estudo da cientista mostrou que, em 10 anos, 7191 pessoas morreram de algum tipo de câncer em Belo Horizonte (MG).

De acordo com os estudos, brasileiros e estrangeiros, apresentados pela professora, "aqueles que moram num raio de 300 a 400 metros estão propensos a desenvolver cânceres de próstata, pulmão, rins e fígado. Há grandes chances de crianças terem leucemia", alerta a especialista, da Federal de Minas Gerais.

A Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações), órgão federal que regula e fiscaliza toda e qualquer transmissão via ar, enviou o engenheiro Eduardo Hiroshi, que expôs as normas técnicas para a transmissão de sinais eletromagnéticos. "A Anatel não tem competência de afirmar se as transmissões das antenas de celular dão câncer ou não. A agência não tem conhecimento disso, pois é um assunto da medicina", mas, classificou a potência emitida pelas operadoras de "baixa" em relação ao divulgado e sugerido pela OMS (Organização Mundial de Saúde).

O executivo da Vivo, Eduardo Correa, representando as operadoras de telefonia, disse que "sem antenas não dá para ter celular". O representante da empresa alertou que serão construídas mais torres por causa da tecnologia 4G, que é a transferência de dados em alta velocidade. "Nós poderemos ter antenas menores em cima de prédios, mas, acabar, definitivamente, com as torres não será possível".

Quando questionado sobre o mapeamento dos sinais emitidos, o secretário municipal de Meio Ambiente, Rogério Vidal, informou que as operadoras foram notificadas, a partir de 2013, por estarem a menos de 100 metros de casas. "São 76 torres que estão irregulares de acordo com o novo parágrafo, porém o Tribunal de Justiça concedeu liminar às teles e derrubou, provisoriamente, os efeitos da lei municipal aprovada no ano passado. Atualmente estamos trabalhando com a legislação de 2010, que proíbe a construção de torres nas proximidades de escolas e hospitais", explicou o titular da Sedema.

"Assim como nós fizemos um trabalho para acabar com a queima da palha de cana-de-açúcar, em Piracicaba, queremos uma solução que não prejudique as empresas e nem a população; mas, alguma coisa precisa ser feita para diminuir os efeitos da radiação", destacou Capitão Gomes, ao lado dos vereadores José Benedito Lopes (PDT) e José Aparecido Longatto (PSDB).

O parlamentar finalizou a Comissão de Estudos lançando um desafio às empresas: "Vamos começar por Piracicaba e encontrar alternativas para diminuir o número de antenas e tirar esses 'paliteiros' (torres) que desvalorizam as residências e prejudicam a população", concluiu. Os vereadores João Manoel dos Santos (PTB) e Paulo Sérgio Camolesi (PV) também acompanharam a sessão.

 

 

 



Texto:  Marcelo Bandeira - MTB 33.121


Infraestrutura Urbana Carlos Gomes da Silva

Notícias relacionadas