Lívia Barreto, bióloga, e Fernando Silveira, engenheiro agrônomo, pretendem investir em um estabelecimento com alimentos e produtos feitos com diferentes tipos de cogumelos para pessoas vegetarianas e veganas. Já Silvana Stenico, boleira e estudante de tecnologia em alimentos, tem a intenção de atuar com a filha, bailarina, em uma cafeteria com livraria e aulas de balé direcionada, principalmente, aos jovens de Santa Olímpia.

Esses projetos foram apresentados durante mais um encontro do curso "Como empreender no mercado de alimentos", que ocorreu na sala de aula da Escola do Legislativo, da Câmara de Vereadores de Piracicaba, na tarde desta terça-feira (10). Os participantes descreveram suas ideias e a professora e consultora Taís Lacerda fez apontamentos sobre cada projeto.

"A aula nos ajudou bastante a refletir mais sobre a ideia e colocar o projeto no papel", comentou Fernando.

A palestra abordou características de foodservice e de estabelecimentos com restaurante ou cozinha industrial. É a segunda aula do curso, que teve início na última terça-feira (3), com o tema "Modelos de negócio para empreendedorismo".

De acordo com Taís, "a indústria de alimentos sempre foi referência entre as indústrias de transformação". Segundo a Abia, associação brasileira que representa o setor, o mercado de alimentos responde pela criação de 1,6 milhão de empregos diretos.

Taís descreveu a história do ramo foodservice, iniciado em 1872 por um empresário que vendia sanduíches, tortas e cafés para funcionários de fábricas. No Brasil, a ideia de foodservice ganhou força a partir de 2012 e hoje, segundo a consultora, esses estabelecimentos tornaram-se parte do roteiro turístico de muitas cidades.

A professora falou sobre o processo produtivo de um estabelecimento do ramo de foodservice, que se inicia com o recebimento de materiais e segue com a produção, a distribuição de refeições e a contabilização dos resultados.

A palestra abordou dificuldades que os futuros empreendedores devem enfrentar, como as medidas tomadas pelos consumidores em resposta à situação econômica do Brasil: a preocupação com gastos com gasolina e energia elétrica, a busca por produtos mais baratos, a diminuição da ida a restaurantes e lanchonetes, entre outras.

Taís também falou sobre as características de restaurantes e estabelecimentos com cozinha industrial e as diretrizes regulatórias para sua construção e funcionamento, comentou sobre os tópicos de "Boas práticas para serviços de alimentação" elencados na resolução RDC 216/2004 e falou sobre as doenças transmissíveis em alimentos.

Segundo Taís, 40% das situações de transmissão de doenças por alimentos ocorrem em residências e 22% em restaurantes. Entre os agentes infecciosos mais encontrados está a salmonela, identificada em 42,7% dessas situações. Para evitar esses problemas, a professora aconselhou os participantes a se atentarem com a higienização e a conservação dos alimentos nas residências.

A palestrante também explicou como deve ser feita a limpeza de estabelecimentos comerciais do ramo alimentício e como devem ser a ventilação, a conservação e a higiene desses locais.

Taís concluiu a apresentação com um alerta sobre o desperdício de alimentos, o qual, segundo a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura, chega a 3 bilhões de toneladas por ano. Ela exibiu um modelo de pirâmide invertida criado pela Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos que dá soluções para a diminuição do desperdício de comida, entre elas a doação dos alimentos para pessoas e animais.