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26 DE NOVEMBRO DE 2018

Paraná participa de atividades e acolhe demandas da Vila África


O parlamentar se integrou aos festejos que marcaram a comunidade neste domingo (25), além de colocar o seu gabinete à disposição da população local



EM PIRACICABA (SP)  

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O vereador Aldisa Vieira Marques, o Paraná (PPS) participou do ciclo de atividades lúdicas, recreativas e culturais que envolveram os moradores do bairro Vila África, região da Vila Independência, neste domingo (25). Na oportunidade, o parlamentar também acolheu demandas de problemas viários, a exemplo da solicitação de operação tapa-buracos ao longo da rua Samuel Neves, 2728, que requer os serviços técnicos da prefeitura, por intermédio da Semob (Secretaria Municipal de Obras). Também foi por intermédio de seu gabinete, por meio de ofício que a prefeitura liberou parte da rua para abrigar os festejos comunitários. 
 
O parlamentar reiterou a disposição de seu gabinete à população local, para encaminhamentos que poderão sanar problemas viários. Na oportunidade o vereador Paraná ainda destacou a importância da comunidade permanecer unida em prol de manter o legado histórico e cultural da região. Além de se responsabilizar pelo envio de pedido de reparo no asfalto na rua Fernando Febeliano da Costa.
 
Os eventos festivos se concentraram ao longo da rua Professora Maria Angelica Fernandes Siqueira, reunindo a comunidade local e lideranças de outros bairros, a exemplo de Gisele Prisco, do Centro Comunitário do bairro Vila Cristina. 
 
HISTÓRICO - O nome do bairro surgiu de uma brincadeira de futebol, que foi levado à sério pelos integrantes da comunidade. O legado do bairro também passa por Márcia Maria Antônio, 28, da Associação Vila África, rua Frei de Santana, sendo que a história oficial do que é hoje o bairro Vila África é desconhecida por muitos de seus moradores.
 
O que se sabe é que por volta dos anos 40 os arredores eram uma imensa chácara, onde o acesso se dava apenas por charretes. Assim como a vice-presidente da Associação, muitos negros ali viveram e constituíram família, sendo que hoje possuem orgulho do lugar onde estão.
 
Falecido no ano passado, o artesão e líder comunitário Rafael Baptista Antônio, 53, o Faé permaneceu no bairro há 33 anos, sendo um dos poucos que guardava pequenas lembranças dos tempos antigos. Ele dizia que por volta de 1940, os negros moravam na área central, já que trabalhavam nos engenhos de açúcar, mas que se deslocaram para a Vila África devido ao elevado custo de vida que o progresso trouxe.
 
Sua família foi uma delas: do bairro Alto foi para a Vila Monteiro e posteriormente se firmou na Vila Independência. "Aqui foi um dos pontos da cidade que os negros encontraram para morar", registrou.
 
Nas horas vagas, aos que ali moravam, restavam poucas alternativas de passatempo. De acordo com Faé, o Ribeirão Piracicamirin, à época conhecido pela água própria para nadar, era freqüentado por grande parte da comunidade.

O segundo lugar mais requisitado era um campo de futebol, que vivia movimentado, principalmente aos finais de semana, quando aconteciam torneios entre outros times de bairros das redondezas. "Usamos o campinho por dez anos. Depois a estrutura do bairro começou a melhorar, veio asfalto, avenida e esgoto por aqui. Não demorou muito para o proprietário aparecer e desmanchar tudo. Ele dizia que ia vender e até hoje o terreno está em desuso", recordava-se Faé.
 
Dessa época, além de jogadores de bola, os integrantes eram bons no samba e no break. "Quando tinha campeonatinho nós lotávamos dois ônibus, um só com homem e o outro de mulheres. O time era muito bom e contava apenas com um rapaz branco, que jogava como meio de esquerda".
 
A movimentação começou a dar resultados, mexendo com o ânimo dos moradores, como contou o líder do bairro. Isso levou os integrantes a pensar em um uniforme para representar os jogadores. "Arranjamos um com as cores vermelho e branco. Por onde nós íamos tinha gozação. Todo mundo achava graça nas duas cores que representava o time. Para nos insultar colocaram o apelido de Vila África".
 
Faé dizia que no começo a comunidade se sentiu ofendida e que ninguém gostava de ser chamado dessa forma. "Passei a mostrar para a eles que não havia problema em ser negro e muito menos em ser chamado de um nome que lembrava nossos antepassados. Demorou a vir a aceitação".
 
Vencida essa etapa, o artesão Faé encarou outros desafios. Dizia que queria mostrar ao "pessoal de fora" que a Vila África não era só um reduto de jogadores e sambistas, mas que possuía bons profissionais para indústrias e pessoas que sabiam desempenhar o trabalho manual. Isso sem mencionar uma animada festa junina, que sempre movimentava a rua.
 
"Antigamente, o bairro era só alegria. Se não mantivermos essa união, a falta de informação pode prejudicar os mais novos e a história corre o risco de morrer", lamentava ele.
 
Hoje o bairro possui uma pastoral, mas a sede é alugada, sendo mantida por bingos e rifas. O artesão via a necessidade de construção de um centro comunitário para que todas as atividades possam ser realizadas sem a reclamação dos vizinhos. "Se começa a jogar bola um não gosta. Se é samba, o outro reclama do barulho e por aí vai".
 
Fonte: reportagem publicada no dia 27 de setembro de 2004, na Tribuna Piracicabana e no site http://www.ralves.hpgvip.ig.com.br/cultura34.htm
 


Texto:  Martim Vieira - MTB 21.939


Infraestrutura Urbana Valdir Marques

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