24 DE ABRIL DE 2019
Roda de conversa foi ministrada pelo advogado Osmar Ventris na manhã desta quarta-feira (24), na Escola do Legislativo
Violência foi tema da roda de conversa
“Comunicação não violenta – de que forma sou violento?” foi o tema da roda de conversa, na manhã desta quarta-feira (24), na Escola do Legislativo da Câmara de Vereadores de Piracicaba. Ministrado pelo advogado Osmar Ventris, o evento integra o eixo "Difusão da Cultura da Paz" e contou com a vereadora e diretora da Escola, Nancy Thame (PSDB).
A atividade pertence ao ciclo de palestras do projeto "Cidadania: Convivência & Qualidade de Vida", promovido em parceria com o Instituto Pacto de Convivência.
Antes do início da roda de conversa, Nancy reforçou a importância de tratar destes assuntos no Legislativo e com participação da sociedade. "Muitas pessoas acham que isso não combina com a Câmara, mas isso é para combinar. É para ter dentro da formação democrática a representatividade", reforçou. A vereadora convidou os alunos a estarem em outros cursos e a conhecerem ainda mais a Escola do Legislativo.
O formato de roda de conversa foi justificado por Osmar como uma maneira de possibilitar o contato direto com o outro pelo olhar e pelo ouvir "da forma correta", diz o palestrante, seria uma das soluções para a diminuição da violência.
“Vivemos em uma sociedade em que todos acham que ouve o outro. Porém, há uma diferença muito grande entre ouvir e escutar, e este último, por sua vez, deve ser executado com empatia. A empatia, nesse caso, é prestar atenção no que nos falam e, assim, conseguiremos analisar o outro de acordo com o que está dizendo”, reforçou.
O advogado relatou que, infelizmente, na sociedade em que vivemos, nos focamos em ouvir apenas o fato, ou seja, "prestamos atenção naquilo que a pessoa diz, mas somente no que aconteceu, como um acidente ou uma briga", adverte. Porém, o segredo está em ouvir através do sentimento de quem conta algo. “Os sentimentos são que nos mostram a necessidade de fazer alguma coisa que pode ser geradora da violência”.
De acordo com Osmar, os atos de violência são frutos de necessidades não atendidas. “É o que chamamos de violência de reação e posição, quando isso chega a conversa entre duas pessoas que não tiveram suas necessidades atendidas, não são compreendidas, e acabam discutindo e muitas vezes chegando às vias de fato”, contou.
O julgamento é uma das consequências, segundo Osmar, quando não conseguimos entender a outra pessoa. “Afinal, às vezes é mais fácil falar o que deveria ter feito ou aconselhar a fazer algo do que ouvi-lo e entende-lo”, ressaltou.
Para exemplificar o assunto e envolver os participantes, Osmar pediu para que cada um escrevesse em um papel três situações em que se sentem desrespeitado. Logo após, o palestrante inverteu a situação: tudo o que escreveram se transformou no que elas desrespeitam no outro. “Primeiro temos que aprender a lidar com nós para saber lidar com o outro", justificou.
Depois do exercício, os alunos se reuniram em grupos para responder questões sobre os reflexos das violências no jeito de ser e agir. Assim, Osmar demonstrou que devemos nos autoanalisar para depois compreender o que o outro passa. Dessa forma, não praticamos pré-julgamentos e exercemos a escuta com empatia.